Para se ter uma idéia da coragem e da iniciativa dele, leia o Capitulo 08 de seu livro, que reproduzo abaixo.
CAPÍTULO 8 - ANO DE 1941
Tendo sido vendida a leiteria onde trabalhei por seis meses fui trabalhar com meu irmão Ernesto, que tinha uma oficina de automóveis na rua Francisco Glicério. Meu trabalho consistia em buscar, à tarde, peças de carros nas agências.
A seguir mudei meu trabalho, passando a ser distribuidor aos jornaleiros e bancas, do jornal “O JORNAL DA MANHÔ, na estação da Companhia Paulista de Estrada de Ferro. Esse jornal, editado em São Paulo, era de propriedade do interventor do estado, Dr. Ademar de Barros, e tinha como diretor o Dr. Amadeu Mendes, pai de D. Leonor, esposa de Ademar. Na sucursal em Campinas o diretor era um senhor chamado Otávio Oliva, a quem prestava contas das vendas avulsas e da entrega do jornal dos assinantes.
Estando eu nesse serviço há cerca de quatro meses, desapareceu do escritório o dito diretor regional, senhor Oliva. Sem que ninguém me pedisse e sem saber o porque do desaparecimento, comecei a redigir o noticiário regional de Campinas, acumulando as funções de distribuidor e redator da sucursal do Jornal.
Já fazia esse serviço por dois meses, quando o chefe da redação de São Paulo telefonou querendo falar com o senhor Oliva. Atendi ao telefone e disse ignorar seu paradeiro. Perguntado pelo interlocutor, informei que estava exercendo as funções dele, aguardando sua volta. Fui solicitado pelo diretor de redação, para exercer regularmente as funções de Diretor da Sucursal em Campinas.
Isso foi possível porque naquela época não existia curso regular de jornalismo. A simples contratação por um jornal registrado dava ao profissional o direito de receber o registro de jornalista.
Meu Pai na mesa de trabalho no Jornal da Manhã
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