sexta-feira, 23 de maio de 2014

“♪♫♪...Eu uso óculos... ♪♫♪”

Comecei a usar óculos em 1966 ou 67.
Sei lá, foi no século passado, não dá para lembrar!
Nesta semana fui ao Oftalmo e descobri que a minha miopia abaixou mais um pouco.
Como sempre, uma notícia boa e uma ruim...
A ruim, é que vou precisar de óculos para leitura logo, logo.
O interessante foi como descobri que era míope.
Naquela época, meu cunhado Boli me levava todos os domingos a um jogo de futebol em São Paulo.
Num Santos e Palmeiras, no Pacaembu, não conseguia distinguir quem era o Pelé lá do alto da arquibancada.
Entre os dois, Pelé e Coutinho, que eram idênticos, qual era o Rei?
Perguntei:
“Qual é o Pelé?”
“O dez! Você não sabe?”, respondeu meu cunhado.
“Isso eu sei, mas você consegue ver o numero daqui de cima?”
Na semana seguinte eu já estava usando meus primeiros óculos, aos dez ou onze anos.
Então, comecei com o primeiro da série de fotos: “O pequeno Nerd”.
Hoje, essas armações anos 60, voltaram à moda.
Em 1969 escolhi um mais quadrado e com uma novidade: as lentes “foto cromáticas”, que ficavam escuras quando expostas ao sol...
Bom, isso foi o que o vendedor disse, mas esqueceu de dizer que mesmo à noite, em ambientes com muita luz o negócio ficava preto...
Por exemplo: no estúdio do Japonês, quando ele acendeu a iluminação, as lentes ficaram escuras.
Ao verem a foto, a pergunta de todos era sempre a mesma:
“Porque tirou foto de óculos escuros?”, a primeira foi minha mãe.
A seguir, em 1971, fui para um enorme, com armação de metal.
Até hoje, acho que os problemas de coluna que apareceram aos trinta, foram conseqüência daqueles óculos... como era pesado!
Ainda bem que um dia levei uma bolada num jogo de duplas e ele quebrou.
Voltei para um modelo quadrado, mas dessa vez com lentes transparentes mesmo, nada de experiências. Esses me acompanharam até a faculdade.
Na época da Arquitetura, 1976, troquei-o por um modelo “aviador”, esse até que era “legalzinho” (Foto de 77).
Também fiz um escuro (76), que tinha lentes com gráu (fotocromaticas, nunca mais!)
Seguindo... ôpa! Coloquei foto errada?
Não, comcei a usar lentes de contato a partir de 1978.
Parei nos anos 2000, por dois motivos básicos: jogo muito em quadras de saibro e lentes demandam muito cuidado, e nesse quesito, sou relapso.
Nesse ínterim, usava óculos também, e em alguns períodos parei de usar lentes de contato.
Depois, passei para o que eu chamava de “Corujão”, redondo.
Também tive um que usei na época do meu casamento, 1986. Era “fashion”, armação redonda e branca meio transparente...
Depois voltei para outro “Corujão” de armação “tartaruga”.
Finalmente, em 2005, uma menina que trabalha na ótica teve a brilhante iniciativa de dar uma bela explicação depois de mais quarenta anos perambulando pelas óticas de Capinas e São Paulo.
Disse ela. que para a miopia, as lentes menores ficavam menos grossas nas extremidades superiores e inferiores, tirando aquele aspecto de “fundo de garrafa”.
Bingo! “Demorô”!
Usei esse de 2005 até 2012, quando quebraram e aí troquei por um exatamente igual.
Foi aí que cheguei à minha armação atual (foto de 2013), que hoje foi substituída por uma bem parecida.
Não se mexe em time que está ganhando...

“Estraga-prazer”

Você deve conhecer algum...
É aquela pessoa que estraga uma surpresa, que corta um momento que você está curtindo, que conta o fim do filme ou da piada.
Todo estraga-prazer é um chato, mas nem todo chato é um estraga-prazer.
Tem também aquele estraga-prazer que fica sendo sem ser. O descuidado, conta para uma pessoa, por exemplo, que vai acontecer uma festa surpresa para ela.
Quando eu tinha uns sete ou oito anos mais ou menos e já não acreditava em Papai Noel... putz, você acredita? Estraguei tudo...
Mas continuando, quando eu tinha sete ou oito anos e já não acreditava em Papai Noel, fazia que acreditava, para não ser um “estraga-prazer” com meus pais, que acreditavam que eu acreditava.
Na noite de Natal, disse para os meus primos para irmos dormir para o bom velhinho deixar nossos presentes na sala. Não é que um dos primos, com muita satisfação em ser um “estraga-prazer”, me disse que Papai Noel não existia!
Prá que!
Sorte que eu já sabia, mas insisti com ele que acreditava, para não estragar seu prazer de ser um “estraga-prazer”.
Agora o maior estraga-prazer que conheci, e só fez isso uma vez comigo, foi um amigo meu da Praia das Cigarras.
Eu tinha treze anos e estava com uma menina que havia conhecido no bailinho de Carnaval (matinê) uns dias antes.
Na quinta feira de cinzas (sempre chamei assim as quintas e sextas depois do carnaval), a praia estava vazia e fui com a bonitinha passear nas pedras na ponta sul das Cigarras.
Já fora do raio de visão de uns poucos gatos pingados que estavam na praia numa quinta à tarde, começamos a trocar uns beijinhos.
A coisa esquentou e dei o meu primeiro beijo de verdade.
Nada de “uva, pêra, maçã’ ou aquele beijinho rápido. Foi primeiro ‘beijo-beijo”.
Ela não sabia e talvez nunca ficasse sabendo que foi o meu primeiro.
Depois de uns minutos, já me aperfeiçoando na arte, meu amigo aparece lá, Escalando as pedras como se fosse o soldado ateniense Fieldípedes passando uma mensagem depois de correr quarenta e dois quilômetros!
“Seu irmão está te procurando!”
Levantei-me, dei um último beijinho (penúltimo...). De mãos dadas com minha “professora” voltei pelas pedras para a praia a caminho do clube. Precisava encontrar meu irmão e saber qual era a “urgência”, não sem antes dar mais um, aí sim o último, beijo de despedida e marcando um encontro para o outro dia.
Quando a menina se afastou um pouco, indo em direção à sua casa, o filho da p#*@ do meu amigo diz;
‘Há, há, há... É mentira, seu irmão não te chamou’ há, há, há!”
Saindo das minhas características e adepto da filosofia de “não-violência”, dei um “bifa” no moleque...
Puta “estraga-prazer”!

Na foto: a deliciosa Praia das Cigarras, com as pedras ao fundo, onde aconteceu a história. Vazia, provavelmente num dia útil como o daquele dia. mais ainda, pois foi no inicio dos anos 70.

Como estaremos aos 80?

Descobri um programa que mostra, atravez de fotos 3x4, como estaremos aos 80 anos...