terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

“Toca aquela tio?!”

Desde pequeno sempre quis tocar um instrumento e cantar.
Primeiro, porque gosto muito de música e é muito bom tocar e cantar, e segundo, na adolescência e depois dela, para conquistar umas garotas...
Sim, sempre achei que aqueles caras que tocam e cantam tem um monte de garotas atrás deles.
No final dos anos 70, fui no Pub do Hotel Hilton e dois caras muito bons estavam tocando lá. 
Eu não sabia tocar e nem pensava em tocar em bares, essas coisas, mas achava que devia ser muito legal.
Lembro como se fosse hoje, eles tocando “You’ve got to hide your Love away”.
Fiquei hipnotizado! Dois violões, um vocal afinado, muito bom...
“Putzgrila”! Bem que eu podia aprender a tocar violão e cantar essa música.
Por coincidência, essa foi a primeira música que aprendi a tocar inteira e com a qual quase sempre abro minhas apresentações.
Outra coisa que me lembro, foi em 1982 em Orlando, no "Rosie O’Gradys".
Uma dupla também tocava Beatles.
Som impecável, instrumentos e som de primeiríssima.
Mais uma vez fiquei me imaginado a tocar, e é claro, com as meninas pedindo músicas e querendo me conhecer.
Comparando com o futebol, que tem as “Marias Chuteiras”, sempre achei que existiam o que poderíamos chamar de ‘Maria Guitarras”.
Não, não precisava ser o cantor principal, podia ser baterista, tecladista ou guitarrista da banda, sempre existiriam meninas atrás de quem toca!
Em 1983 comecei a aprender a tocar violão (tento até hoje!) e vi que em parte tinha razão, é uma das coisas que mais gosto de fazer.
Fui aprendendo uma “basezinha” básica e a cantar razoavelmente.
Tudo bem amador (até hoje). Alguns anos mais tarde, me convidaram para tocar num barzinho.
Não é que aquele desejo que eu tinha ia se tornar realidade!
Tocar as músicas que eu gostava num barzinho. Só ia faltar uma coisa: as meninas pedindo música, mandando beijinho, bilhetinhos com telefone, etc.
É claro que demorei tanto para realizar meu sonho de tocar num barzinho com meninas em volta, que quando isso aconteceu, eu já era casado!
Meses se passaram, um ano se passou, e nada, nenhum bilhetinho, nenhuma menina me paquerou... que frustração!
Até que numa noite, no bar lotado em Holambra, vejo uma moça de uns vinte e cinco anos olhando para mim, sorrindo, escrevendo um bilhete e pedindo para o garçom entregar.
É hoje, depois de alguns anos, vou finalmente ser paquerado!
Tudo bem, eu já era casado, e mesmo sem corresponder, faria bem para o meu ego receber um sorriso, um bilhetinho com um pedido de música e quem sabe um número de telefone (que, é claro, seria descartado...).
O garçom me entrega o bilhete.
Abro e antes de ler dou um sorriso simpático para a menina...
Quando leio, caio na real:
“Oi Tio, o “Senhor” toca Yesterday?”

Na foto: Eu e o Digão (dupla AnarphaBeatles) tocando ... Cadê as meninas?!?!

"Do you want to know a secret?"

Sábado de Carnaval no Boulevard Holandês


"Stand by me"


Segunda, 27 de fevereiro de 2017.Boulevard Holandês, Holambra.
Muitas vezes a vida te dá alegria e satisfação que você não precisa de dinheiro para ter.
A alegria de conhecer essa menina e a emoção que ela espalhou no Boulevard foi demais.
Ela pediu para cantar uma musica para seu avô, que havia falecido uns dias atrás.
Cantou uma música linda ("Nine million bicycles"), que eu não conhecia e acompanhei ao violão (tentei...infelizmente não gravei).
Depois, cantamos "All my loving" (que não gravei).
Mas gravei "Stand by me" e "Imagine"
Com vocês: Vitória, de São Paulo.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

“O bom...”


Imagina um cara distraído.
Imagina um cara distraído e desligado.
Imagina um cara distraído, desligado e de bom coração, que confia nos outros.
Pois a estória que vou contar hoje é de uma cara assim.
Vou chamá-lo de “Jeremias” (inspirado no personagem do Ziraldo “Jeremias, o bom”).
Quase toda sexta feira Jeremias pegava a Rodovia dos Bandeirantes, sentido interior.
Ia passar o fim de semana na casa dos pais, que moravam numa pequena cidade perto de Campinas.
Sempre parava no primeiro posto para comprar uns pães para o final de semana, pois a casa dos seus pais vivia cheia.
Pão sovado, Italiano e o famoso pão com lingüiça para o aperitivo de sábado e domingo.
Numa sexta, depois de tomar seu café e comprar os pães, ao entrar no carro viu que precisava abastecer o automóvel.
Parou no posto ao lado e pediu para encher o tanque.
O frentista, enquanto enchia o tanque perguntou se ele ia até Campinas. Como a resposta foi positiva, pediu uma carona para um colega que acabara de deixar o turno.
Jeremias, como não poderia deixar de ser “Jeremias, o bom” disse que sim.
O rapaz entrou no carro e pegaram a Rodovia.
Até onde você vai?
“Até o “Frango Assado”, da Anhanguera, disse o carona”.
Menos de um quilometro depois de sair do posto, Jeremias perguntou se o jovem dirigia e se tinha carteira.
Com a resposta afirmativa, pediu para ele assumir o volante, pois estava morrendo de sono.
“Me avise quando chegar ao Frango Assado...”, disse “Jere”. Abaixou um pouco o banco e caiu no sono, não sem antes deixar separado o dinheiro do pedágio, não queria ser acordado.
Depois de uns quarenta minutos, no estacionamento do “Frango Assado” o motorista parou o carro, acordou Jeremias, agradeceu a carona e sumiu rumo às ruas de Vinhedo.

"AC/DC"

Hoje no ônibus que tomei para ir à “SOBRAPAR”, em Campinas, sentou ao meu lado uma menina que eu conhecia de vista, ela idem (todas pessoas que tem menos de trinta e cinco, chamo de menina ou menina).
Perguntei se ela ia à “Sobrapar” e ela disse que não. Ia para a Unicamp, trabalha lá.
Perguntei o que ela fazia e ela disse que é Arquiteta. Trabalha com projetos e obras da Unicamp.
Falei que também era Arquiteto, só não “estava” Arquiteto.
Ela fez uma cara de espanto, pois em Holambra sou conhecido como Professor de tênis, cantor (amador) e o velhinho excêntrico que só anda de bicicleta (não sabem que é porque sou duro mesmo!).
Contei que havia me formado Brás Cubas, em Mogi das Cruzes em 1979, quando ela não era nem “anteprojeto”.
Como eu estava com o celular ligado, mostrei uma foto minha em 1979, trabalhando numa prancheta com plástico verde, régua paralela, esquadros, papel vegetal, papel manteiga, caneta a nanquim.
Falei ainda do normógrafo, que era como colocávamos texto nas plantas, e que não tinha inúmeras “fontes”.
Perguntei se ela conhecia e se havia trabalhado com nanquim, normógrafo, etc.
Naquela hora fui eu quem fez a cara de espanto... e me senti um velho!
Nunca! Ela disse.
Um professor havia lhe mostrado alguma coisa.
Deve ter sido aula de história da Arquitetura, pensei!
Como achei que a menina queria tirar uma soneca, parei de falar e fiquei olhando aquela foto e pensando: realmente o desenho de Arquitetura, como a história da humanidade, pode ser dividido em “AC / DC”, ou seja, antes do “CAD” e depois do “CAD” (mais precisamente, AutoCAD).
Eu, e acho que ninguém naquele momento em 1979, imaginaria que todo aquele material (régua paralela, esquadros, canetas a nanquim...) seria substituído por um teclado e uma televisão (monitor).
E mais! Todo traço errado ou colocado no lugar errado, seria apagado com um comando: “UNDO”, “delete” ou “control” alguma coisa (comando naquela época era a Rota do Cel. Erasmo Dias).
Naquela época, quando errávamos, o “comando” era xingar e corrigir a “cagada” com a velha e boa “Gillette”!

Na foto: 1979, eu na prancheta no tempo que não existia computador, AUTOCAD, plotter e nem pipoca de micro ondas!

"Musica solidária na rua"

"Norwegian wood"
Boulevard Holandês, Holambra.
Novembro de 2016.

"Música solidária na rua"

Há um ano e meio toco na rua em Holambra.
No chapéu, arrecado um dinheirinho para alguma instituição filantrópica.
No primeiro ano a ajuda foi para o AIDAN, que cuida de idosos em Arthur Nogueira.
Agora, estou enviando a arrecadação para a SOBRAPAR, em Campinas.
O repertório é musica internacional dos anos 60 e 70.
No video, "Father and son", de Cat Stevens.
Boulevard Holandês, centro de Holambra.