terça-feira, 18 de junho de 2013

“Paciência gafanhoto...”

Quem se lembra desse bordão?
Eu sempre falo isso para meus alunos. Só os mais velhos entendem.
 (Para os mais novos)... Era o que o mestre de Kung-fu falava para seu discípulo no seriado “Kung-fu”, febre nos anos 70.
Eu sempre fui um cara tranqüilo, mas também tenho aqueles minutos de pressa, raiva, impaciência, entre outras “qualidades”.
Em 1999, estava à beira de um estresse, por incrível que pareça, para muitos que me conhecem.
De uns cinco ou mais anos para cá resolvi tentar começar a ficar mais tranqüilo.
Realmente reduzi em setenta por cento, minha taxa de irritabilidade; talvez um pouco mais, ou menos, não conseguindo ainda chegar a um índice “Tibetiano”...
Não que eu tenha recorrido às filosofias Orientais, religião, livros de auto-ajuda ou coisas parecidas. Parece estranho, mas para melhorar, você precisa de treinamento, como num esporte.
Primeira decisão: pensar se aquilo, que você acha que te irrita, te irrita mesmo...
Segunda: quando ia reclamar de alguém, pensava um pouco e via se eu não agia ou nunca agi daquela maneira.
Terceira: esquecer as coisas ruins e valorizar as coisas boas: sim, não fique pensando no que alguém fez de ruim para você. Pense no que realmente tem de bom na sua vida.
Quarta: Valorize qualquer coisa, atividade, por menor que seja e que te faz bem.
Quinta: mesmo sabendo coisas horríveis sobre uma pessoa, não passe à frente. Só se for questionado e o fato for relevante.
Sexta: cuide da sua vida, não queira comparar com a vida dos outros. Tenha seu objetivo realmente focado no que você quer. Não no que o outro tem ou faz e você quer igual ou mais.
Sétima: Valorize as pessoas que estão com você, e sempre te dão apoio. Pais, irmãos, sobrinhos, cunhados e principalmente sua mulher e filhos.
Oitava: Tolere as diferenças, aceite as pessoas como são; seus gostos e opiniões. É claro, que se isso não interferir maleficamente na vida dos outros.
Essa lista é muito mais extensa, mas fiquei só em algumas decisões. Faça a sua lista.
Voltando ao meu “treinamento”, uma coisa que me deu muita paciência e visão das coisas foi andar de bicicleta. Não que eu faça por esporte, ecologia; mas por que estou sem carro há cinco anos.
Antes, eu era apressado, não só no transito, como nas coisas do dia a dia.
Por incrível que pareça, e isso não é filosofia barata ou de um cara frustrado. A bicicleta, indiretamente, fez com que eu tivesse noção e percepção de que tudo tem seu tempo.
Quando vou daqui para o Condomínio Duas Marias, sei que demoro de dezoito a vinte minutos. Não dá para fazer como fazemos de carro; pular lombadas, não parar nas esquinas, ultrapassar os outros, para chegar logo. Eu vou sempre demorar esses dezoito minutos. Também sei que aquela longa subida que tenho na ida e na volta, só vai ser transposta com paciência, perseverança e tempo.
Na vida as coisas são assim. Não que você vai ficar parado esperando os fatos acontecerem, mas deve se analisar o tempo real e de amadurecimento para que aquilo saia bem feito e não te deixe estressado.
Tudo isso que eu escrevi foi para contar uma coisa incrível!
Talvez por esses anos de treinamento e pelo fato do meu índice de “irritabilidade” ter baixado tanto, deixei de lado um terrível e péssimo hábito que carregava desde os dez anos de idade (portanto há quarenta e seis anos, se não me falha a memória...). Foi naturalmente, não pensei, não usei métodos ou remédios:

Parei de roer unhas!

Um comentário:

Unknown disse...

Que fasntástico. A ansiedade é minha maior rival, o pior é deixo minha maior inimiga viver dentro de mim. Amo esse bordão e só pensar nele já me deixa mais zen. Amei seu texto. Parabéns pela conquista!