O que eu
gostava mais de fazer na praia?
Andar, velejar, “Wind surfar”, esquiar, tomar sol, paquerar?
Tudo isso, não exatamente nessa ordem.
Mas por algumas temporadas, o melhor era a pelada no fim do dia.
Não, não era nenhuma amiga ou freqüentadora da praia que praticava o nudismo. Era aquele futebolzinho nas tardes de verão, quando o sol teima em não ir embora até quase oito da noite.
Andar, velejar, “Wind surfar”, esquiar, tomar sol, paquerar?
Tudo isso, não exatamente nessa ordem.
Mas por algumas temporadas, o melhor era a pelada no fim do dia.
Não, não era nenhuma amiga ou freqüentadora da praia que praticava o nudismo. Era aquele futebolzinho nas tardes de verão, quando o sol teima em não ir embora até quase oito da noite.
O auge foi
entre inicio de 1975 até o final daquela década.
Primeiro
era na praia mesmo, naquela areia fofa que não favorece o meu futebol clássico
e de toques.
A partir de 1977, improvisamos um campinho na entrada do “clubão” e aí, ficou melhor para mim. Os caiçaras improvisaram umas traves com bambu, e até rede alguém arranjou de um clube de São Sebastião, usadas e com alguns buracos, é claro,.
Já não ia mais ter que jogar na areia macia e poderia desfilar minha arte num campo de grama... grama?
Lembro que o Professor César “Zé Colméia”, de Educação Física, dizia uma frase que é atribuída ao “Neném Prancha”, figura Carioca, mestre em frase de efeito sobre futebol:
“A bola é feita de couro, o couro vem da vaca e a vaca come grama... sendo assim, lugar da bola e na grama”, isto é, no chão, rolando de pé em pé.
Com duas ressalvas: a bola de muitos anos para cá, não é de couro e o campinho que fizemos, também não tinha tanta grama, e onde tinha, não era uma “mesa de bilhar”...
No campinho, de tamanho razoável, jogavam com folga seis a linha, ou até sete, se a freguesia fosse muito grande.
Para lá iam, além dos sócios do clube, os amigos que tinham casa na praia, garçons, pessoal da cozinha e funcionários do clube, e muitos caiçaras.
Era aquele esquema: vinte minutos, entrava outro time rapidinho e assim íamos até escurecer, já com o desfalque do pessoal do restaurante que tinha que entrar para servir o jantar.
A partir de 1977, improvisamos um campinho na entrada do “clubão” e aí, ficou melhor para mim. Os caiçaras improvisaram umas traves com bambu, e até rede alguém arranjou de um clube de São Sebastião, usadas e com alguns buracos, é claro,.
Já não ia mais ter que jogar na areia macia e poderia desfilar minha arte num campo de grama... grama?
Lembro que o Professor César “Zé Colméia”, de Educação Física, dizia uma frase que é atribuída ao “Neném Prancha”, figura Carioca, mestre em frase de efeito sobre futebol:
“A bola é feita de couro, o couro vem da vaca e a vaca come grama... sendo assim, lugar da bola e na grama”, isto é, no chão, rolando de pé em pé.
Com duas ressalvas: a bola de muitos anos para cá, não é de couro e o campinho que fizemos, também não tinha tanta grama, e onde tinha, não era uma “mesa de bilhar”...
No campinho, de tamanho razoável, jogavam com folga seis a linha, ou até sete, se a freguesia fosse muito grande.
Para lá iam, além dos sócios do clube, os amigos que tinham casa na praia, garçons, pessoal da cozinha e funcionários do clube, e muitos caiçaras.
Era aquele esquema: vinte minutos, entrava outro time rapidinho e assim íamos até escurecer, já com o desfalque do pessoal do restaurante que tinha que entrar para servir o jantar.
Muitas
coisas engraçadas aconteceram naqueles verões (na área futebolística, porque na
paquera, como os “Cassetas” eu não pegava ninguém).
Tenho
algumas ainda bem guardadas na memória.
Todo ano havia certa renovação nos freqüentadores do racha e um dia, no começo de uma temporada, colocaram dois caras para escolher os times.
Todo ano havia certa renovação nos freqüentadores do racha e um dia, no começo de uma temporada, colocaram dois caras para escolher os times.
Normalmente,
são dois líderes, ou caras que jogam melhor.
Sempre
também, os “pernas-de-pau”, os que não levam jeito para chutar uma bola e
principalmente os gordos, ficam por último na escolha.
Nesse dia só haviam dois times (em dias de adesão total eram quatro ou cinco).
Nesse dia só haviam dois times (em dias de adesão total eram quatro ou cinco).
Começou a
escolha, e nenhum dos líderes me conhecia (pelo menos jogando).
“Par ou impar”.
“Par ou impar”.
Escolhe
daqui, escolhe de lá e vai indo.
Esse.
Aquele de
verde, aquele de óculos, e eu ficando...
Aquele de
camisa do Corinthians, esse magrão, e eu ficando...
Quando faltavam apenas dois, o cara olhou, olhou, pensou e disse:
“O gordinho de azul”... o “gordinho”, era eu!!
Quando faltavam apenas dois, o cara olhou, olhou, pensou e disse:
“O gordinho de azul”... o “gordinho”, era eu!!
Caramba!
Apesar de saber que era gordo, nunca tinha sido explicitamente chamado assim,
principalmente no futebol.
Humildemente, tirei a camisa. Sim... ainda por cima meu time era o “sem camisa”, o que mostrava nitidamente que o capitão do meu time tinha razão. Eu era gordo mesmo!
Sim, gordo, mas tinha qualidade. Além de tocar bem a bola, organizava o time e desarmava também...
Humildemente, tirei a camisa. Sim... ainda por cima meu time era o “sem camisa”, o que mostrava nitidamente que o capitão do meu time tinha razão. Eu era gordo mesmo!
Sim, gordo, mas tinha qualidade. Além de tocar bem a bola, organizava o time e desarmava também...
Mas era
gordo, essa era a realidade.
O que aconteceu?
O que aconteceu?
Cheio de
brios, fiz minha melhor partida naquele estádio, digo, campinho.
Fiz gol de direita, de esquerda, um de cabeça, dei assistências e marquei na volta da bola. Se fosse à época da TV Tupi, ganhava o Moto-rádio das mãos do Eli Coimbra!
Jogamos dois jogos e no fim, o capitão, que não me conhecia (no campo), veio falar comigo:
Fiz gol de direita, de esquerda, um de cabeça, dei assistências e marquei na volta da bola. Se fosse à época da TV Tupi, ganhava o Moto-rádio das mãos do Eli Coimbra!
Jogamos dois jogos e no fim, o capitão, que não me conhecia (no campo), veio falar comigo:
jogando!”
Depois de ganhar os dois jogos, só emendei:
“Então, prazer em “me” conhecer!”
“Pelada na praia” (2) ou “Na praia,
todos somos iguais... ou quase!”
Sempre disseram uma coisa interessante que acontece na praia: você nunca sabe ao certo com quem está conversando.
Lá na areia, na beira do mar, todos estão de shorts, biquínis e maiôs.
O cara pode ser senador, garçon, deputado, caseiro, empresário da construção, cozinheiro, engenheiro, motorista, cientista... e médico, qualquer coisa. Voce não vai saber, se não perguntar.
Sempre disseram uma coisa interessante que acontece na praia: você nunca sabe ao certo com quem está conversando.
Lá na areia, na beira do mar, todos estão de shorts, biquínis e maiôs.
O cara pode ser senador, garçon, deputado, caseiro, empresário da construção, cozinheiro, engenheiro, motorista, cientista... e médico, qualquer coisa. Voce não vai saber, se não perguntar.
Era assim
que acontecia, quando íamos para o campinho das Cigarras jogar aquele
futebolzinho das temporadas de verão (veja: “Pelada na praia).
Não que estivessem de biquíni!
Mas todos sempre de shorts, camiseta e chuteira (ou tênis).
Não que estivessem de biquíni!
Mas todos sempre de shorts, camiseta e chuteira (ou tênis).
Se bem que
alguns trogloditas, como o marinheiro Jaime, o cara mais forte da praia, jogava
descalço, mesmo quando o jogo foi transferido da areia fofa da praia, para o
gramado improvisado no clube.
Gente boa,
mas ninguém entrava em dividida ou discutia com ele no jogo, não sei por quê!
Um dia, ainda no “areião” e não conhecendo direito os jogadores e o próprio, dei duas “canetas” nele, o que depois do jogo levou alguns amigos a comentarem:
“Você é louco, bola por baixo das pernas do Jaime!”
Eu nem imaginava que teria corrido perigo de morte (e não “devida” como dizem nos noticiários até hoje!). Eu o havia conhecido naquela temporada, e até ficamos amigos (é bom ter amigos fortes...)
Quando eu disse que na praia todos ficamos todos iguais, é porque certo dia estávamos a caminho do campo e o “Japonês”, como o chamávamos, levando a bola na mão, me perguntou por que eu não estava jogando.
Eu disse que tinha distendido algum músculo no abdômen e não conseguia dar arrancadas. Ele perguntou como me machuquei (que movimento eu tinha feito).
Expliquei
com detalhes.Um dia, ainda no “areião” e não conhecendo direito os jogadores e o próprio, dei duas “canetas” nele, o que depois do jogo levou alguns amigos a comentarem:
“Você é louco, bola por baixo das pernas do Jaime!”
Eu nem imaginava que teria corrido perigo de morte (e não “devida” como dizem nos noticiários até hoje!). Eu o havia conhecido naquela temporada, e até ficamos amigos (é bom ter amigos fortes...)
Quando eu disse que na praia todos ficamos todos iguais, é porque certo dia estávamos a caminho do campo e o “Japonês”, como o chamávamos, levando a bola na mão, me perguntou por que eu não estava jogando.
Eu disse que tinha distendido algum músculo no abdômen e não conseguia dar arrancadas. Ele perguntou como me machuquei (que movimento eu tinha feito).
Ele pediu para eu fazer uns movimentos e deu o diagnóstico:
Distensão no “reto-abdominal”!
Nossa, fiquei espantado.
“Você é médico?”
“Sou, ortopedista...”
Me explicou qual foi o problema, receitou um remédio e uma pomada.
Depois de uns dias fui dar conta do tamanho da minha ignorância!
O “Japonês”, aquele que era mais um amigo da praia e que eu para variar não sabia o que fazia na vida, era simplesmente o médico do COB, doutor em Ortopedia, Victor Matsuda!
Grande zagueiro... e ORTOPEDISTA!
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