sábado, 22 de junho de 2013

“Cenas de um casamento”


(Postagem de 07 de Outubro de 2012)
Ontem, como muitos puderam ver, completei vinte e cinco anos de casamento.
Se qualquer outra pessoa fosse minha “noiva” ou fosse o “noivo” da Raquel, desistiria do casamento antes mesmo de acontecer. Na verdade, nem ficamos “noivos”.
Talvez por isso estamos juntos até hoje.
Tudo começou quando resolvemos casar.
Eu disse: casamos em Agosto.
Raquel achou muito em cima, alem do mais, Agosto é mês de “cachorro louco”!
Setembro?
Não encontramos vaga na igreja onde ela queria.
Então ficou para a primeira segunda-feira de Outubro, à noite.
Segunda já era um dia meio estranho, mas vamos lá!
Convites, listas, quase tudo pronto, mas aí começa o que eu disse acima, qualquer “nubente” desistiria dizendo “Isso num vai dar certo!”
Primeiro ato: precisamos de alianças. Eu disse para a Raquel comprar, já que ela estava em São Paulo era mais fácil.
Então, ela foi comprar numa Sexta-feira, numa joalheria perto do escritório na Luis Coelho. Detalhe: essa sexta era uma antes da segunda do casamento!
Ela disse para o joalheiro:
“E se não servir?”
“Ah, ele vem aqui e ajustamos”.
“Mas casamos na segunda!’
Segundo ato: chego à igreja uma hora antes do casamento. Vazia.
Chegam os músicos (meu primo Olmair e Edu Helou). Escolhemos uma ou outra música na hora. Imaginem, tem gente que programa as músicas um ano antes!.
Chegam também os cinegrafistas: Marco Ricca (meu concunhado na época) e seu amigo, que aliás não me conhecia e perguntou: você é padrinho da noiva ou do noivo.
Não, eu disse, “sou o noivo!”
Caramba! O cara vai casar daqui meia hora e está aqui ajudando a descarregar as luzes, maquinas, etc!
Terceiro ato: a noiva entra na igreja e vê o noivo.
Leva um susto! O terno era horrível! Também, aluguei uns dias antes...
Tudo sozinho, sem “pesrsonal stylist”. Eu poderia dizer que o meu era o Falcão; não o jogador elegante, mas o cantor Cearense!
Quarto ato: Na festa, simples, na casa dos meus sogros, descubro, que meus sapatos eram diferentes um do outro!
Na verdade, eu não tinha sapatos, fui na loja, experimentei dois pares, escolhi um, e o incompetente do atendente, colocou um de cada na caixa. Na hora de me vestir, nem vi.
Quinto ato: no dia seguinte, na hora de ir para o aeroporto, vi que tinha esquecido minha mala em Jaguariúna. Tudo bem, viajo sem mala e compro umas roupas lá. Foi o que fiz.
Sexto ato: na viagem uma série de “foras”.
Esquecemos bolsa na Disney; perdemos o carro no estacionamento do Epcot; perco a raquete que me foi emprestada para o curso de professores (depois achei); fechamos ao carro com a chave dentro, etc...
Bom, imagine essa dupla em quase vinte oito anos de trapalhadas contínuas...
Com tudo isso, você continuaria casada com um desses dois?







terça-feira, 18 de junho de 2013

“Turning point”

Você sabe o que é “Turning point”?
Significa mais ou menos, o “ponto da virada”. Um acontecimento que muda o rumo da sua vida.
Foi em 1983 que eu tive o meu “turning point”.
Num domingo, 17 de Maio daquele ano, vi numa chamada da EPTV (Globo de Campinas), que aconteceria as 18 horas, no estacionamento do Shopping Iguatemi Campinas, um show com a banda Rádio Taxi.
O que me chamou atenção foi o detalhe de que, quem abriria para eles era uma banda “cover” dos Beatles, de nome “Comitatus”.
Já havia ouvido falar deles, e muito bem!
Convidei meu sobrinho Marcelo e fomos assistir o show.
Cheguei bem na hora que a apresentação estava começando e o estacionamento estava cheio (veja o artigo anexo).
Os caras realmente eram bons!
No fim da apresentação deles, antes do Radio Taxi entrar (e eu ir embora), o cantor da banda avisou para quem quisesse vê-los, que tocavam no Calabar, em São Paulo, todos os sábados.
No sábado seguinte, claro, estava lá eu, hipnotizado pelo som da banda.
De Maio de 83 a Maio de 84 eu ia a São Paulo quase todos fins de semana assisti-los.
Levei muita gente comigo, amigas, amigos, parentes.
Algumas vezes ia sozinho também e até fiquei amigo do pessoal da banda, principalmente do Beto Herédia, o cantor que me “convidou” (só eu e mais as 34.999 pessoas que estavam lá!) a ir ao falecido Calabar.
Como eu disse, aquele show em Campinas foi um ponto de mudança na minha vida.
A partir daquelas idas ao Calabar, resolvi pegar um violão velho que tinha aqui na fazenda e comecei a aprender a tocar sozinho. Talvez por isso, não toco bem até hoje. Dez anos depois, eu estava tocando em barzinhos na Holambra, e por incrível que pareça, havia alguns loucos que até pagavam para eu fazer isso!
Mas não foi por isso que foi o grande “turning point”.
Foi porque, quase exatamente um ano depois daquele show em Campinas, no dia 19 de Maio de 1984, fui ao Calabar como de costume.
Paquera daqui, olha de lá, e conheci uma menina muito simpática e marcamos de nos encontrarmos no outro fim de semana.
Onde vocês imaginam que fomos?
Claro, para o Calabar!
Essa moça era a Maria Raquel e estamos juntos desde aquele dia, em Maio de 84, e ainda vamos assistir o Comitatus no Memphis, em São Paulo de vez em quando.
E digo, os caras estão cada vez melhores... e eu e a Raquel também!


“Paciência gafanhoto...”

Quem se lembra desse bordão?
Eu sempre falo isso para meus alunos. Só os mais velhos entendem.
 (Para os mais novos)... Era o que o mestre de Kung-fu falava para seu discípulo no seriado “Kung-fu”, febre nos anos 70.
Eu sempre fui um cara tranqüilo, mas também tenho aqueles minutos de pressa, raiva, impaciência, entre outras “qualidades”.
Em 1999, estava à beira de um estresse, por incrível que pareça, para muitos que me conhecem.
De uns cinco ou mais anos para cá resolvi tentar começar a ficar mais tranqüilo.
Realmente reduzi em setenta por cento, minha taxa de irritabilidade; talvez um pouco mais, ou menos, não conseguindo ainda chegar a um índice “Tibetiano”...
Não que eu tenha recorrido às filosofias Orientais, religião, livros de auto-ajuda ou coisas parecidas. Parece estranho, mas para melhorar, você precisa de treinamento, como num esporte.
Primeira decisão: pensar se aquilo, que você acha que te irrita, te irrita mesmo...
Segunda: quando ia reclamar de alguém, pensava um pouco e via se eu não agia ou nunca agi daquela maneira.
Terceira: esquecer as coisas ruins e valorizar as coisas boas: sim, não fique pensando no que alguém fez de ruim para você. Pense no que realmente tem de bom na sua vida.
Quarta: Valorize qualquer coisa, atividade, por menor que seja e que te faz bem.
Quinta: mesmo sabendo coisas horríveis sobre uma pessoa, não passe à frente. Só se for questionado e o fato for relevante.
Sexta: cuide da sua vida, não queira comparar com a vida dos outros. Tenha seu objetivo realmente focado no que você quer. Não no que o outro tem ou faz e você quer igual ou mais.
Sétima: Valorize as pessoas que estão com você, e sempre te dão apoio. Pais, irmãos, sobrinhos, cunhados e principalmente sua mulher e filhos.
Oitava: Tolere as diferenças, aceite as pessoas como são; seus gostos e opiniões. É claro, que se isso não interferir maleficamente na vida dos outros.
Essa lista é muito mais extensa, mas fiquei só em algumas decisões. Faça a sua lista.
Voltando ao meu “treinamento”, uma coisa que me deu muita paciência e visão das coisas foi andar de bicicleta. Não que eu faça por esporte, ecologia; mas por que estou sem carro há cinco anos.
Antes, eu era apressado, não só no transito, como nas coisas do dia a dia.
Por incrível que pareça, e isso não é filosofia barata ou de um cara frustrado. A bicicleta, indiretamente, fez com que eu tivesse noção e percepção de que tudo tem seu tempo.
Quando vou daqui para o Condomínio Duas Marias, sei que demoro de dezoito a vinte minutos. Não dá para fazer como fazemos de carro; pular lombadas, não parar nas esquinas, ultrapassar os outros, para chegar logo. Eu vou sempre demorar esses dezoito minutos. Também sei que aquela longa subida que tenho na ida e na volta, só vai ser transposta com paciência, perseverança e tempo.
Na vida as coisas são assim. Não que você vai ficar parado esperando os fatos acontecerem, mas deve se analisar o tempo real e de amadurecimento para que aquilo saia bem feito e não te deixe estressado.
Tudo isso que eu escrevi foi para contar uma coisa incrível!
Talvez por esses anos de treinamento e pelo fato do meu índice de “irritabilidade” ter baixado tanto, deixei de lado um terrível e péssimo hábito que carregava desde os dez anos de idade (portanto há quarenta e seis anos, se não me falha a memória...). Foi naturalmente, não pensei, não usei métodos ou remédios:

Parei de roer unhas!

“Pelada na praia” (1 e 2)

O que eu gostava mais de fazer na praia?
Andar, velejar, “Wind surfar”, esquiar, tomar sol, paquerar?
Tudo isso, não exatamente nessa ordem.
Mas por algumas temporadas, o melhor era a pelada no fim do dia.
Não, não era nenhuma amiga ou freqüentadora da praia que praticava o nudismo. Era aquele futebolzinho nas tardes de verão, quando o sol teima em não ir embora até quase oito da noite.
O auge foi entre inicio de 1975 até o final daquela década.
Primeiro era na praia mesmo, naquela areia fofa que não favorece o meu futebol clássico e de toques.
A partir de 1977, improvisamos um campinho na entrada do “clubão” e aí, ficou melhor para mim. Os caiçaras improvisaram umas traves com bambu, e até rede alguém arranjou de um clube de São Sebastião, usadas e com alguns buracos, é claro,.
Já não ia mais ter que jogar na areia macia e poderia desfilar minha arte num campo de grama... grama?
Lembro que o Professor César “Zé Colméia”, de Educação Física, dizia uma frase que é atribuída ao “Neném Prancha”, figura Carioca, mestre em frase de efeito sobre futebol:
“A bola é feita de couro, o couro vem da vaca e a vaca come grama... sendo assim, lugar da bola e na grama”, isto é, no chão, rolando de pé em pé.
Com duas ressalvas: a bola de muitos anos para cá, não é de couro e o campinho que fizemos, também não tinha tanta grama, e onde tinha, não era uma “mesa de bilhar”...
No campinho, de tamanho razoável, jogavam com folga seis a linha, ou até sete, se a freguesia fosse muito grande.
Para lá iam, além dos sócios do clube, os amigos que tinham casa na praia, garçons, pessoal da cozinha e funcionários do clube, e muitos caiçaras.
Era aquele esquema: vinte minutos, entrava outro time rapidinho e assim íamos até escurecer, já com o desfalque do pessoal do restaurante que tinha que entrar  para servir o jantar.
Muitas coisas engraçadas aconteceram naqueles verões (na área futebolística, porque na paquera, como os “Cassetas” eu não pegava ninguém).
Tenho algumas ainda bem guardadas na memória.
Todo ano havia certa renovação nos freqüentadores do racha e um dia, no começo de uma temporada, colocaram dois caras para escolher os times.
Normalmente, são dois líderes, ou caras que jogam melhor.
Sempre também, os “pernas-de-pau”, os que não levam jeito para chutar uma bola e principalmente os gordos, ficam por último na escolha.
Nesse dia só haviam dois times (em dias de adesão total eram quatro ou cinco).
Começou a escolha, e nenhum dos líderes me conhecia (pelo menos jogando).
“Par ou impar”.
Escolhe daqui, escolhe de lá e vai indo.
Esse.
Aquele de verde, aquele de óculos, e eu ficando...
Aquele de camisa do Corinthians, esse magrão, e eu ficando...
Quando faltavam apenas dois, o cara olhou, olhou, pensou e disse:
“O gordinho de azul”... o “gordinho”, era eu!!
Caramba! Apesar de saber que era gordo, nunca tinha sido explicitamente chamado assim, principalmente no futebol.
Humildemente, tirei a camisa. Sim... ainda por cima meu time era o “sem camisa”, o que mostrava nitidamente que o capitão do meu time tinha razão. Eu era gordo mesmo!
Sim, gordo, mas tinha qualidade. Além de tocar bem a bola, organizava o time e desarmava também...
Mas era gordo, essa era a realidade.
O que aconteceu?
Cheio de brios, fiz minha melhor partida naquele estádio, digo, campinho.
Fiz gol de direita, de esquerda, um de cabeça, dei assistências e marquei na volta da bola. Se fosse à época da TV Tupi, ganhava o Moto-rádio das mãos do Eli Coimbra!
Jogamos dois jogos e no fim, o capitão, que não me conhecia (no campo), veio falar comigo:
”Poxa, não imaginei que você jogasse tão bem, eu não te conhecia 
jogando!”
Depois de ganhar os dois jogos, só emendei:
“Então, prazer em “me” conhecer!”








“Pelada na praia” (2) ou “Na praia, todos somos iguais... ou quase!”
Sempre disseram uma coisa interessante que acontece na praia: você nunca sabe ao certo com quem está conversando.
Lá na areia, na beira do mar, todos estão de shorts, biquínis e maiôs.
O cara pode ser senador, garçon, deputado, caseiro, empresário da construção, cozinheiro, engenheiro, motorista, cientista... e médico, qualquer coisa. Voce não vai saber, se não perguntar.
Era assim que acontecia, quando íamos para o campinho das Cigarras jogar aquele futebolzinho das temporadas de verão (veja: “Pelada na praia).
Não que estivessem de biquíni!
Mas todos sempre de shorts, camiseta e chuteira (ou tênis).
Se bem que alguns trogloditas, como o marinheiro Jaime, o cara mais forte da praia, jogava descalço, mesmo quando o jogo foi transferido da areia fofa da praia, para o gramado improvisado no clube.
Gente boa, mas ninguém entrava em dividida ou discutia com ele no jogo, não sei por quê!
Um dia, ainda no “areião” e não conhecendo direito os jogadores e o próprio, dei duas “canetas” nele, o que depois do jogo levou alguns amigos a comentarem:
“Você é louco, bola por baixo das pernas do Jaime!”
Eu nem imaginava que teria corrido perigo de morte (e não “devida” como dizem nos noticiários até hoje!). Eu o havia conhecido naquela temporada, e até ficamos amigos (é bom ter amigos fortes...)
Quando eu disse que na praia todos ficamos todos iguais, é porque certo dia estávamos a caminho do campo e o “Japonês”, como o chamávamos, levando a bola na mão, me perguntou por que eu não estava jogando.
Eu disse que tinha distendido algum músculo no abdômen e não conseguia dar arrancadas. Ele perguntou como me machuquei (que movimento eu tinha feito).
Expliquei com detalhes.
Ele pediu para eu fazer uns movimentos e deu o diagnóstico:
Distensão no “reto-abdominal”!
Nossa, fiquei espantado.
“Você é médico?”
“Sou, ortopedista...”
Me explicou qual foi o problema, receitou um remédio e uma pomada.
Depois de uns dias fui dar conta do tamanho da minha ignorância!
O “Japonês”, aquele que era mais um amigo da praia e que eu para variar não sabia o que fazia na vida, era simplesmente o médico do COB, doutor em Ortopedia, Victor Matsuda!

Grande zagueiro... e ORTOPEDISTA!

“Sem trânsito”

No final das férias de verão de 1974, eu, Beto Penna e Beto Camará Moreira, estávamos tentando arrumar uma carona para voltar para São Paulo, depois do Carnaval em São Sebastião, litoral Norte de São Paulo. Éramos os três menores de idade, não tínhamos carro e nem carteira de habilitação.
Na conversa no bar do Clube das Cigarras, brincando, comentamos com seria bem mais fácil voltar de avião ou de helicóptero.
Nesse ano a Tamoios estava passando por uma grande reforma e a viagem, mesmo com o transito livre, era demorada. Imaginem no fim de férias.
Voltar de ônibus então, fora de cogitação. A viagem era dose prá mamute nas condições que estava a estrada!
Sentado à mesa ao lado da nossa, estava um amigo e também sócio do clube.
Ouvindo nossa conversa ele disse que se quiséssemos voltar de avião, ele arranjava um jeito, já que era sócio do Aeroclube de São Paulo tinha desconto no aluguel de uma aeronave (“teco-teco”, vai!).
Falou o valor aproximado da hora de vôo, e calculando que seria rápida, já que as previsões do tempo eram animadoras, fizemos as contas e com o resto do nosso dinheiro de férias, vimos que era possível essa “extravagância”.
Tudo acertado para o dia seguinte, um domingo.
O piloto faria um vôo rasante nas Cigarras avisando que estava chegando e nosso amigo Daniel nos levaria de lancha para o grande aeroporto da Ilhabela...
O aeroporto de lá era tão precário que alguns anos depois foi interditado.
O domingo amanheceu com céu azul, sem ventos, tudo propício para um vôo tranqüilo.
Na hora marcada o piloto deu um vôo sobre a praia e em alguns minutos estávamos na Ilha entrando no avião.
Até hoje não me esqueço do piloto. Chamava-se Jô, e era muito engraçado.
Se tivéssemos programado essa volta com muita antecedência, acho que tudo não sairia tão certinho com saiu. Mesmo resolvendo tudo em menos de vinte e quatro horas.
Com disse, céu de Brigadeiro. O Comandante Jô fez questão de ir beirando o litoral e depois fazer a entrada para São Paulo o que nos deu a chance de ver como é lindo aquele litoral Norte. Ainda mais ao meio dia, com sol a pino fazendo a água azul, ficar mais azul e mais transparente em alguns pontos.
Depois de seguir por um tempo o litoral, ele fez uma curva para a direita e foi rumo a São Paulo, mais precisamente para o Campo de Marte.
Descemos lá, pegamos um taxi, deixei meus amigos em suas casas que ficavam no meu caminho e em menos de duas horas depois de sair da Ilhabela, estava em casa, nos “Jardins”!
O mais engraçado de tudo foi o Penna, no sábado à noite, dia anterior à nossa viagem, no centro de são Sebastião, perguntando para os amigos:
 “Como vocês vão amanhã para São Paulo?”
Sabendo que não tínhamos carro, nossos amigos respondiam perguntando:
 “Vocês querem carona?”
Resposta pronta:
 “Não obrigado, vamos de avião!”


“O que você quer ser quando crescer?”

Antigamente, mais do que hoje, essa pergunta era feita às crianças.
Hoje, acho que elas nem sabem, só sabem que tem que fazer algo para ganhar bastante dinheiro; pelo menos é isso que a maioria dos pais põe nas suas cabeças.
Eu, por exemplo, não imaginava ser professor de tênis até uns dois antes de me tornar um.
Para falar a verdade, durante os doze primeiros anos de vida, nunca pensei no que queria ser quando crescesse.
Desde o ginásio (isso é velho, hein?) eu já pendia para a Arquitetura, Engenharia ou “Desenhador” de carros (qual a palavra em Português para “Designer”?).
Sempre tive essa queda para o desenho. Quando tinha seis anos, juntava uma porção de gente na praia para me ver desenhando personagens Disney na areia. Acho que aí eu já mostrava que tinha esse lado artista, mas acho que foi aí também que já comecei a me mostrar péssimo no lado comercial; eu devia ter colocador um chapeuzinho, onde pudessem colocar uma graninha!
Eu desenhava muito, era no papel da padaria, nas folhas usadas do meu pai ou em qualquer lugar que tivesse uma parte em branco.
Tive dois mestres informais: Tio Beto, que me ensinou algumas técnicas e até, não me esqueço até hoje, como apontar um lápis para a boa execução de um desenho.
Outro que me ensinou muito foi meu amigo Márcio Régis. Quando estudávamos no científico (isso também é velho, hein?), ficávamos até altas horas desenhando lá em casa. Ensinou-me como iniciar um desenho, como usar cada material: lápis, carvão, etc. Ele até trabalhou na “Hanna & Barbera”.
Entrei na Faculdade de Artes Plásticas da FAAP, fiz um semestre, mas fui para a Arquitetura.
Realmente, nos quatro anos em que cursei a Faculdade, e mais dois depois dela, realmente achei que seria um Arquiteto.
Novamente, a falta de tino comercial e empresarial talvez tenha me afastado dessa profissão, pois na parte de projeto, acho que eu era até bom. Pelo menos meu amigo Luís não se conformava com o desvio nas minhas atividades.
No fim, fui ser professor de tênis. Ainda não consegui fazer o que queria, montar uma equipe de professores e comandá-los. Também não ganho o suficiente para dizer que estou sossegado. Mas de uma coisa tenho certeza, poucas pessoas ensinam como eu.
O que eu me lembro bem é que quando eu tinha uns cinco e me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, minha resposta era rápida e certeira:
“Playboy!”, isso sim era uma boa profissão!
Eu na época em queria ser Play-boy.



“Todos temos um passatempo... mas por favor, fora de casa!”

Todo mundo tem um passatempo (“hobbie”, em português); ou mais que um.
Uns colecionam, alguns fotografam, outros praticam algum esporte (eu recomendo tênis... e fazendo aulas comigo!).
Eu já tive vários, por exemplo, coleções: no primário tive coleção de plásticos (lembram?), selos (nunca foi para a frente!), e outras.
Durante o ginásio, cientifico e faculdade, colecionei “foras”, “tocos”, “vácuo”, etc...
Com quase trinta anos, peguei um velho violão e comecei a dedilhar, ou tentar, influenciado principalmente pelo “Comitatus”, grupo de São Paulo que toca Beatles e indiretamente, como já contei algumas vezes, mudou o rumo da minha vida.
Fui fazer aula em Campinas e a primeira professora era de violão clássico, não tive paciência, de que me arrependo até hoje.
A segunda professora foi uma linda e jovem mocinha, mas não prossegui, por razões operacionais.
Então, foi na raça mesmo! Mas tive a ajuda de alguns amigos
Primeiro, com a ajuda do meu primo Ricardo Cáira tive umas primeiras noções de “notas” e “acordes”.
Um tempo depois, já estava tocando algumas musicas, mas me lembro que a primeira que toquei inteira e com razoável afinação foi “You’ve got to hide your Love away”; talvez por isso, sempre começo minhas apresentações com ela. É mais ou menos um talismã.
Lembro também que a primeira musica que eu “tirei” foi ‘Me and Julio down... ”
Depois, conheci no Hotel Duas Marias o cara que foi meu professor de verdade: Edmilson Vieira.
Quando ele ia tocar em alguns eventos eu ficava do lado olhando, tentando aprender alguma coisa.
Um dia, peguei meu violão, e encorajado por ele, pluguei, e toquei junto. Bem baixinho, mas toquei.
Aos poucos, ele ia aumentando o volume da minha “viola”.
Certo dia, ele chegou, montou o som, e colocou um pedestal e um microfone a mais...
Será que vinha mais alguém tocar com ele?
Não, era para eu fazer o coro (backing vocal, em português...).
E aí foi, até que um dia ele disse, canta umas aí...
Além de ensinar acordes, me ensinou como se portar, fazer repertório, montar o som (cabos, posição de microfone, etc.).
Logo, comecei a tocar sozinho no Hotel, para pequenos grupos, principalmente, amigos.
Uma noite, estava no “Casa Bela”, na Holambra e Júlio, cantor da Pose, soube que tocava e falou para eu tocar umas musicas no intervalo dele. Até hoje me lembro, toquei umas seis musicas, entre elas, com certeza: “You’ve got hide...”, “Me and Julio...”, “Yeaterday” e Something”.
Acho que agradei, a ponto de convidarem para tocar lá no sábado seguinte.
Nem repertório certo eu tinha!
Mas fui, e deu certo, toquei no “Casa Bela”, primeiro com o Leandro Stein e depois com o Rodrigo Martins formando a dupla internacionalmente conhecida na Holambra, “AnarphaBeatles”.
Tocamos algumas vezes no “Madurodan” e em outros bares da região, e uma longa temporada no “Floriada” do amigo Juninho, sempre com o Digão.
Alguns malucos, como os donos desses bares até pagavam para eu tocar!
Pois esse se tornou meu passa tempo.
Muitas boas lembranças: o dia em que um turista Japonês me deu cem dólares de gorjeta, porque eu tocava bastante Beatles.
Tocar no “Casa Bela”, antes da ampliação, sem palco e o pessoal se enroscando no cabo do violão e no microfone.
Tocar num encontro de motos, num baita palco, com som profissional e bom público.
Abrir para uma grande banda na festa dos “Beersauros”, para mais de duas mil pessoas.
Hoje, minha temporada anual se resume a tocar aos domingos, em Setembro, durante a Expoflora, no bar do Museu do Imigrante Holandês.
Quando eu toco é a única hora que me esqueço de todos os problemas.
Uma vez, me perguntaram se minha mulher não ficava chateada de eu ir tocar num bar, cheio de mulher solteira, voltar de madrugada para casa, etc.; já que quando ela me conheceu, eu nem tocava violão.
Digo que a frase antológica dela foi:
“Vai para o bar, quantas vezes por semana você quiser, toca, volta a hora que quiser”.
Só me pediu uma coisa:
“POR FAVOR, NÃO TOCA EM CASA!!!!” 

“Eu me lembro direitinho...”

Não sei se vocês têm essa coisa de lembrar alguns momentos na sua vida, importantes ou não, mesmo passados 20, 30 ou 40 anos.
Coisas pontuais, pessoas, lugares ou fatos.
É o: “me lembro direitinho...”

1963”
Eu tinha quase sete anos e estava brincando no pátio do Liceu com alguns amigos, quando alguém chegou e disse alarmado:
 “Mataram o Kennedy!”
Aí vem aquele “me lembro direitinho...”
Subi e perguntei para o primeiro adulto que encontrei quem era o “tal” de Kennedy e porque sua morte era tão alarmante...

1969”
O homem desceu na lua, e eu vi na TV ao vivo.
Meu pai tinha um Galaxie, carrão da época.
Eu era Palmeirense e tinha até bandeira.
Nos bailinhos dançávamos “Yellow River”, “Dizzy”, “Venus”...
No dia 19 de Novembro o Pelé fez o milésimo gol.
Foi um acontecimento na época. Lembro-me que nos dias que antecederam o fato não se falava em outra coisa. A transmissão em p & b, e não me lembro direito, mas acho que o narrador era o Geraldo José de Almeida.
Eu estava na segunda série do Ginásio Vocacional, no Liceu Eduardo Prado, onde conheci uma menina morena de franjinha por quem fui apaixonado por alguns anos.
Aí vem aquele “me lembro direitinho...”
Ela entrou na classe depois que o ano letivo já havia começado.
No meio de uma aula, a porta da classe se abre e a funcionária da escola apresenta a nova aluna...

1976”
Eu estava na Faculdade de Arquitetura. Lá, conheci e fiquei muito amigo de uma menina que confesso, tive uma queda (queda não, tombo mesmo!)
Certo Sábado, depois do almoço, voltei de Jaguariúna, passei na casa dela, batemos um papo e na saída a convidei para jantar.
Ela disse que não poderia, pois já tinha compromisso.
Tudo bem...
Na hora de ir embora, eu estava quase entrando no meu carro, ela no portão, virei-me e então, alguma coisa me impulsionou a dizer:
“Se o “compromisso” falhar, me liga, ficarei em casa”.
Aí vem aquele “me lembro direitinho...”
Recordo-me também exatamente onde eu estava em casa, quando o telefone tocou e em que aparelho atendi, na mesinha ao lado da porta de entrada...
Era perto de sete horas.
Era ela; o compromisso havia falhado.
Felicidade total e jantar super especial no La Cocagne.
N
o mesmo ano também conheci aquele que seria meu melhor amigo durante anos: o Luís.
Aí vem aquele “me lembro direitinho...”
Uma dos primeiros dias que conversamos foi indo de ônibus para a Faculdade quando iria acontecer o jogo dos veteranos contra os calouros, entre eles nós dois.
Eu dizendo que jogava bem futebol, minhas qualidades, etc.
Quando cheguei lá eu desci do ônibus e passei mal, peguei uma carona de volta e não joguei.
Ele sempre me enchia, dizendo que eu tinha amarelado...

1984”
Desde Maio de 1983, eu ia ao Calabar, na Pamplona em São Paulo, ver a banda Comitatus tocar, quase todo final de semana.
Quase sempre ia acompanhado de algum amigo ou amiga.
Num sábado estava com meus amigos Edmundo e Marcos Stella e depois que eles foram embora conheci uma moça muito simpática.
Aí vem aquele “me lembro direitinho...”
Estou com ela desde aquele dia...

Depois disso, foram muitos momentos especiais.
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“São Longuinho, São Longuinho...”

Em Setembro de1982 fizemos uma viagem para Orlando quando meu pai levou vários membros da família, principalmente os netos, sonho dele desde que os pimpolhos nasceram nos anos 70.
Foi uma época onde a diferença do valor do dólar turismo para o paralelo era enorme, em virtude do depósito compulsório", e as agencias de turismo te davam viagem, hotel, passeios e traslados em troca dos dólares turismo (compravam em seu nome).
Da família foram: eu, meus pais, irmã, noras e quatro netos. Ainda no mesmo grupo, uma família amiga do Condomínio.
Além de todos esses, foi minha amiga Cláudia.
Naquela época Orlando estava começando seu “boom”. O único grande parque era o Magic Kingdon. Em Outubro, logo depois de nossa estadia, seria inaugurado o EPCOT Center.
Outros passeios eram: Cypress Gardens, NASA, alem de outros menores.
Depois de uns dias em Orlando, ficamos mais uns dois ou três em Miami.
O pessoal do grupo voltou e eu e a Claudia, mudamos nossas passagens, e ficamos mais uns dias com meus pais em Miami.
No dia de ir embora (aí vem a história...) conseguimos uma carona do Hotel para o Aeroporto num ônibus da Stella Barros, agencia que tinha nos levado.
Sentamos no primeiro banco, e coloquei minha mala de mão, com nossos moletons, duas raquetes Yamaha novinhas e a máquina Cannon ou Nikon valiosíssima da Claudia.
Chegamos à ala de desembarque e desci correndo para separar nossas malas grandes das do pessoal da excursão para não dar confusão no “check-in”.
Enquanto arrumava as bagagens, o motorista fechou o bagageiro, entrou no ônibus e partiu.
Quando eu estava na porta do Aeroporto, me lembrei da minha mala e principalmente da máquina da Cláudia lá dentro (até me esqueci das raquetes!).
Volto correndo e vejo o ônibus já a uns duzentos metros do nosso terminal.
Comecei a perguntar para os funcionários como poderia ir atrás daquele ônibus e ninguém conseguia me informar direito.
Então a guia, uma senhora simpática e muito calma, me levou até o telefone público e ligamos para a companhia de ônibus.
Por sorte atendeu um funcionário já na garagem.
Eu, no meu inglês “macarrônico” ou melhor, “feijoadomico”, expliquei que tinha acabado descer de um ônibus que veio do Hotel Howard Johnson’s, no centro de Miami, com um grupo de Brasileiros, e tinha esquecido minha mala de mão dentro do coletivo.
Ele pediu para aguardar que ia verificar
 (Minutos de longa espera... colocando moedas no “telephone”...)
O funcionário volta, e diz que não havia nenhuma mala naquele ônibus, tudo foi checado.
Na hora, tive umas frações de segundo de decepção, e só pensei no prejuízo, aquela máquina valia uns mil dólares!
Não sei por que, já desistindo, pedi para ele verificar novamente, pois a mala era preta e estava no bagageiro, em cima da poltrona números um e dois.
(Mais minutos de longa espera... colocando mais moedas no “telephone”...).
De repente, ouço o barulho do funcionário chegando à sala e pegando o telefone... gelei...já estava contando com o “prejú”...
Ele diz;
“Hello”
“É uma mala preta, com um “G” e duas raquetes? (observação: não é novela da Globo, ele não falava Português, mas continuar o diálogo na nossa língua)
Quase nem consegui responder que sim.
“Como posso pega-la?”
“Siga o ônibus cor de rosa, dos funcionários do aeroporto que ele passa aqui do lado “
Corri para a calçada e logo vi o tal “ônibus cor-de-rosa”.
Dei sinal, ele parou.

Expliquei o acontecido, e pedi para esperar que eu ia segui-lo de taxi.
Gentilmente ele disse que não... (não?!?!), eu poderia ir dentro do ônibus, ele me mostraria onde ficava a garagem.
(Longos e eternos dez minutos...)
Chegando lá, o simpático motorista ainda avisou que passaria de volta dentro de uns quinze minutos.
O grande alívio aconteceu quando vi a mala lá, inteirinha!
O funcionário pediu para eu abrir e verificar se estava tudo certo. Eu disse que não precisava; mas ele falou que era parte do procedimento.
Mais um grande alívio, a maquina estava lá!
Assinei uns papéis, e corri para pegar o ônibus de volta ao terminal da “Pan-Am”... (“Pan-Am”!?)
Chegando lá, fui correndo contar para a Claudia que a mala estava lá e com a sua máquina!
Ela, sem falar nada, correu para o banheiro.
Depois de uns segundos, quem entrava no banheiro feminino do aeroporto de Miami, naquele dia às 20 horas, cruzava com uma Brasileira louca dando pulinhos...
Era a Claudia, pagando a promessa para “São Longuinho”...

“Balança mais não cai!”

Todos nós temos grandes amigos de escola ou faculdade que ficamos sem ver por anos.
Depois, temos notícias deles por vários meios.
Uns viram grandes profissionais, alguns vão para a política, outros continuam “duros”, mesmo anos depois de se formarem (meu caso).
Hoje, temos mais noticias dos antigos amigos em virtude da Internet e principalmente, dentro dela, pelo Face Book e outros sites.
A historia que vou contar aconteceu antes do “boom” da internet.
Encontrei, ou melhor, fui de encontro a um colega de faculdade em São Paulo.
Alé
m de colega, era companheiro de trabalhos e freqüentador da minha casa, mesmo quando eu ia viajar, pois deixava a chave com ele.
Peguei seu endereço com um amigo em comum e fui visitá-lo no seu escritório.
Chegando lá, fui super bem recebido, batemos um longo papo relembrando os tempos de dureza do final da faculdade (que para mim continuavam...), ele me mostrou seu escritório/loja, tomamos alguns cafés, falamos de nossas famílias e projetos para o futuro.
Quase no fim do papo, ele como sempre tentando ser muito amável, me disse:

“Silvio, quando você for à Nova York, fale comigo, e fique no meu apartamento lá!”
Como a maior viagem que eu fazia (e faço) é de ônibus para São Paulo, num “Momento Brandão Filho”, soltei o bordão:
 “Primo... você é “uótimo”!”

“A sonequinha” (1970

Você sabe aquela “sonequinha” que você dá depois que o despertador toca?
Hoje, os despertadores digitais (e celulares) até tem essa função. É só programar mais uns minutinhos e pronto.
Porém, em 1970, isso era ficção, se você virasse para o lado e ninguém te chamasse, perdia a hora.
Naquele ano, minha família morava no quinto andar do prédio do Liceu Eduardo Prado, escola que meu pai era diretor/proprietário.
Quem conheceu meu pai sabe que era muito rigoroso em todos os sentidos, principalmente com pontualidade. Até hoje ele conta que essa foi a razão de colocar um enorme relógio no ponto mais alto daquele prédio no Itaim - Bibi.
O setor dos quartos consistia num enorme corredor (pelo menos para o pequeno Silvio, era muito longo) com quatro quartos, um ao lado do outro. Primeiro, a suíte dos meus pais, segundo o quarto onde eu dormia com dois irmãos, depois mais dois quartos dos mais velhos e lá no fim o banheiro (éramos, e continuamos em cinco filhos...).
Pois nossa rotina em dias úteis era a seguinte: todos acordavam perto das sete horas, se arrumavam rapidamente, tomavam seu desjejum (essa foi boa!) e iam, ou melhor, desciam para as aulas ou para o trabalho, caso dos dois irmãos mais velhos.
Cada um tinha seu despertador, mas acordávamos mais ou menos no mesmo horário, mesmo minha entrada sendo mais tarde.
Porém, um dos irmãos, sempre dava uma dormidinha a mais.
Meu pai saía do seu quarto um pouco depois, por volta das oito, para tomar o café, ler o jornal (o que faz até hoje), e depois trabalhar (o que não faz mais).
Com sua delicadeza peculiar, abria a porta do seu quarto de forma brusca, o que, com o deslocamento de ar no corredor, provocava um barulho de tonalidade grave.
Nessa hora, o irmão dorminhoco, despertava e pulava para dentro do armário, pois sua cama ficava estrategicamente ao lado guarda-roupas.
Ele fazia isso, pois quase sempre, o Macedão passava em revista os quartos para ver se “alguém”, eu disse, “alguém”, não continuava na cama.
O espertinho, esperava uns minutos e quando “ouvia” que meu pai tinha entrado no elevador e deixado o quinto andar, saia em disparada pelas escadas, para pegar a segunda aula.
Continuando a rotina diária da casa, minha mãe, lá pelas nove, abria as janelas dos quartos, arrumava as camas, e ia pegar os acolchoados no armário (ainda não chamavam “edredons”).
Certo dia, absorta e sossegada, Dona Zélia abre o armário e leva um baita susto!
Nove e quinze da manhã, e um de seus filhos, tirava a “soneca”, confortavelmente em cima dos edredons.
Eu morava no 5º andar desse prédio até 1971