terça-feira, 5 de maio de 2009

Do baú - Aviões na minha cabeça

De 1960 a 1971 morei no quinto andar do prédio do Liceu Eduardo Prado (meu pai era diretor/proprietário), na Rua Jacurici, Itaim, em São Paulo.
O referido edifício, que apesar de ter seis andares, correspondia a um prédio de oito ou nove (os pés direitos eram mais altos que o normal), ficava bem embaixo da rota dos aviões que desciam em Congonhas pela cabeceira Norte.
A foto, batida no final dos anos 60 ilustra bem isso.
No 5º andar do prédio existia um letreiro vermelho que era visto de longe e os pilotos usavam como referencia na hora do pouso. Parece piada; certa vez, chegaram a telefonar do Aeroporto quando o luminoso estava em manutenção e desligado!
No inicio da minha adolescência, não sei se por ver aviões todos os dias, comecei a gostar da aviação comercial.
Numa época, quando criança, e tinha um “walk-talkie”, ficava num ponto alto tentando ouvir os pilotos conversando com a torre! Vê se pode!
Conhecia os aviões, sua capacidade de passageiros, velocidade e companhias aéreas. Até colecionava logos destas. DC-3, Avros, Electras, Viscounts, Caraveles, Boiengs 727 (foto acima) e depois o moderno 737, entre outros.
Lá por 1969 ou 70 eu distinguia os aviões pelo som dos motores.
Lembro-me bem que o mais balhurento era o Caravele, principalmente quando o vento estava invertido e eles faziam a decolagem no sentido da minha casa.
Agora o mais impressionante!
Alguns anos depois da minha mudança daquele apartamento, em 1971 e durante alguns anos, eu tinha um sonho que sempre se repetia e de forma parecida.
Eu estava no apartamento do Liceu e um avião passava com o motor falhando ou com alguma coisa esquisita. Em seguida, caía em algum ponto entre o prédio e a cabeceira de Congonhas.
Realmente eu tinha aviões na minha cabeça, até na hora que dormia.
Será que eu precisava de um psicólogo?
Meu pai e minha mãe, em 1961, com os amigos Gilberto e Beatriz Ratto a bordo de um balhurento (por fora) Caravele.
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