domingo, 30 de julho de 2017

"Annie's song"


Um pouco de John Denver prá lembrar o Macedão, que trouxe discos dele dos EUA antes de estourar por aqui.
"Annie's song"
Boulevard Holandes, Holambra, 2016.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

"Feitiço do tempo"


Essa seqüência de dias iguais no Inverno me faz lembrar o filme “Feitiço do tempo” (ou “o dia da marmota”).
Filme dos anos 90 com Bill Murray e a lindinha Andie McDowell. 
Na historia ele vai cobrir o “Dia da Marmota” em Punxsutawney, Pensilvânia, como faz todo ano e o deixa terrivelmente entediado.
O enredo do filme é em torno de um “feitiço” que o faz repetir todo dia a mesma coisa.
Acorda as seis AM e no radio toca a mesma musica, encontra as mesmas pessoas no hotel, na rua e todas repetem a mesma fala, até que um dia ele começa a tirar proveito da situação.
Pois os meus últimos três dias foram iguais (ao menos uma parte da manhã).
O céu está azul, sem nuvens. 
Vou de taxi até a entrada do Hotel Duas Marias (do outro lado do lago), faço a caminhada em 25 ou 30 minutos. 
Chego ao Hotel, entro por trás dos trens.
Cumprimento os garçons do “café da manhã”.
Preparo um café com leite no copinho de isopor.
Pego um pão de queijo pequeno e saboreio como um banquete.
Digo bom dia à Nicole, uma hospede quase “residente” (nas ferias) com suas filhotas e troco umas palavras.
Pego um pedaço de bolo, atravesso a área da piscina e dou um alô ao Luisinho garçom que também passa a peneira na piscina.
Sigo caminho até a Recepção e sempre encontro a Marlene, funcionária do Hotel desde 1978.
Passo na recepção, dou um alô para as meninas, que invariavelmente dizem que está frio.
Cumprimento os sobrinhos que administram o Hotel e sigo pela grama até a quadra.
Pego meu carrinho de bolas, raquetes e o balde de bolas “soft” para a pequena e simpática Antonia, de sete anos.
Dou uma reforçada no protetor solar e começo as atividades...
Quase um feitiço... só falta a Andie McDowell!
Nas fotos: fotos dos três dias iguais e o cartaz do "filmaço", eu recomendo!


Nas fotos: fotos dos três dias iguais e o cartaz do "filmaço", eu recomendo!

“Você gosta de beber sozinho?”

Meu pai tinha algumas frases que ficaram para sempre.
Essa era uma delas. Fazia quando estava no hotel (Duas Marias), ou num bar com amigos e alguma pessoa estava tomando uma cerveja sozinho em alguma mesa ao lado.
Se a resposta fosse negativa (geralmente era), ele convidava o individuo para sentar à sua mesa.
Fez muito isso. 
Porém, em duas ocasiões, essa brincadeira mudou a vida dos forasteiros.
Certa vez, no inicio do período de férias escolares no "Duas Marias", o hotel ainda estava vazio aguardando a chegada dos hóspedes.
Na época, final dos anos 70, meu pai estava abrindo ruas no condomínio e chegava ao final da tarde, depois de horas trabalhando nos tratores “seco” por uma cerveja gelada; normalmente acompanhado do Eduardo e do tio Beto.
Naquela tarde, lá pelas 16:30 um dos primeiros hospedes já havia chegado e estava tomando uma cerveja, solitário ao lado da piscina.
Como sempre, meu pai fez a tradicional pergunta e ele se juntou aos anfitriões. Como sempre o papo durou muitas cervejas (já que o tempo era medido assim).
Em outra ocasião (acho que no meio dos anos 70), estava num conhecido bar em Jaguariúna onde gostava de ir com meu tio Beto e ficavam horas tomando cerveja e jogando conversa fora.
Depois de algum tempo sentou perto deles um jovem solitário.
Meu pai fez a tradicional pergunta, e ele sentou à mesa do Macedão.
Contou que era médico recém-formado e estava tentando começar a vida em Pedreira (cidade vizinha). Como não se acostumou na cidade, estava voltando para São Paulo, para a casa dos pais para tentar algo lá.
O papo durou horas (ou muitas cervejas) e o rapaz interessou-se em conhecer melhor a cidade.
O resumo da ópera: O Doutor resolveu ficar em Jaguariúna.
Fez carreira, família, um bom pé de meia (muito bom, aliás...) e está até hoje na cidade.
O hospede do hotel? Comprou uma das primeiras casas que meu pai fez para vender nas “Duas Marias”, instalou-se por aqui e está hoje em Holambra.
Ficou tão amigo e companheiro do meu pai, que o velho dizia que era seu filho adotivo... o “Filhinho”.
Mas essa é outra história, para outro pôr de sol...
Na foto: Final dos anos 70; Macedão no bar da piscina, depois de um dia duro abrindo ruas no Condominio Duas Marias esperando uma companhia prá uma cervejinha.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

"Home office"

Já postei aqui um “selfie” que fiz em 1966, aos nove anos.
Talvez idéia do futuro publicitário que estava comigo e aos dez já mostrava criatividade.
Pois conversando com uma aluna, contei para ela que a Maria Raquel foi uma das pioneiras do “trabalho em casa” (não “prendas domesticas”).
Quando casamos, em 1986, ela trabalhava no escritório de cálculo “Julio Kasoy e Mario Franco”, um dos maiores de São Paulo. Já tinha uns cinco anos de firma.
Quando voltamos de viagem de “Lua de Mel”, ela foi até o escritório acertar umas pendências de projetos e saber se o Dr. Júlio conhecia alguém do ramo em Campinas para indicá-la.
No meio da conversa ele teve uma idéia de vanguarda:
“Porque você não trabalha na sua casa e vem uma vez por semana trazer os cálculos e levar outro serviço?”
Bingo!
“Home Office”, que nessa época nem tinha esse pomposo nome!
Detalhe: não existia celular, internet nem pipoca para micro-ondas. Computador pessoal era raríssimo.
Ela fazia tudo na raça mesmo, digo, na “HP”. Preparava planilhas com os números e “descarregava” no IBM, único computador da empresa.
Toda terça cedinho ela ia à Capital de ônibus.
Chegava lá e ia direto para a Rua Luis Coelho, vizinha da grande Avenida Paulista.
Passava o dia no escritório e a noite, ia para sua casa, digo, casa dos seus pais e matava saudades dos dois e dos irmãos.
No dia seguinte, ia para o escritório, trabalhava até o fim da tarde e voltava de ônibus para Jaguariúna.
Sempre levando um enorme tubo com plantas de edifícios, como as da Torre Oeste do WTC (Berrini), por exemplo.
Alguns anos depois, teve o primeiro computador pessoal. Levava os dados naquele grande ”disquete”; depois veio o disquete rígido.
Nos meio para o fim dos anos 90 é que a Internet começou a facilitar sua vida. Mas ainda era a “discada”, o que dificultava muito a transmissão de dados.
No ano 2000 ela saiu do escritório e começou a trabalhar por conta própria, já com Internet, plotter e pipoca para micro-ondas!
.

Na foto: Maria Raquel trabalhando “di casa”.
Plantas, HP e planilhas na mesa da sala e eu sempre ao seu lado para esclarecer todas suas dúvidas sobre cálculo estrutural...

domingo, 26 de março de 2017

“Que coincidência!”

Quando eu tinha uns dez, onze anos, comecei a perceber que as meninas realmente são diferentes.
De repente, do nada, eu me encantava por alguma.
Não era namoro, coisa mais séria; apenas uma atração que vinha não sei de onde (aliás, agora sei!).
Nessa idade eu passava férias e feriados no Hotel das Cigarras, em São Sebastião.
Era um hotel plano com os apartamentos espalhados e uma linda piscina e bar bem no centro.
Para ir de um lado para o outro existiam escadas e rampas que passavam por várias partes: recepção, sala de jogos, carteado, restaurante. Era quase um labirinto para uma criança.
Nas férias conheci e me encantei por uma loirinha e conversávamos muito.
Com o passar dos dias conheci sua rotina.
Lá pelas nove, quase britanicamente, apesar de família Italiana, ela saia com os pais do apartamento da ala Amarela, subia uma rampa que passava ao lado da sala de jogos.
Eu sempre acordava bem cedo, tomava meu café da manhã que era servido ao lado da piscina e ficava perambulando pelos caminhos do hotel.
Perto das nove, eu estrategicamente ia para perto da sala de jogos e como se fosse uma coincidência, encontrava a família a caminho da piscina.
“Que coincidencia!”
Sua mãe, muito gentil, me convidava para acompanhá-los.
E eu ia, claro!
Anos mais tarde, já adulto, sua mãe me contou:
“Você ficava esperando a gente passar para ir tomar café junto!”
Pensei que eu sabia disfarçar...
Na mesma época, no Liceu Eduardo Prado (minha escola... aliás, do meu pai!), conheci um menina que era a sensação do Vocacional.
Eu fazia o quarto ano primário e ela o Ginásio Vocacional.
Meu horário de saída era 17 horas, e o dela 17:50.
Com o tempo percebi que ela ia até a esquina da Mario Ferraz com Tabapuã e sentava no murinho da casa vizinha ao bar e lá esperava sua condução.
Eu calculava o horário e depois que a “sirene” do Vocacional soava, saia pela porta exclusiva dos professores e funcionários na Rua Jacurici (já que a partir das 17:01 eu deixava de ser “aluno” e passava a ser “morador” do prédio), virava à direita na Mario Ferraz e ia em direção à Tabapuã.
Quando chegava, que coincidência! Lá estava a garota.
De avental branco, uniforme do Vocacional, me dava o prazer de uma conversa de dez, quinze e às vezes para minha sorte, vinte minutos.
Certa vez, perdi a hora, e sai correndo para chegar ao quinto andar, pois já era quase sete, horário determinado pelo Macedão para o jantar... e ai de quem não chegasse na hora!
Anos mais tarde, depois de freqüentar o Ginásio (Vocacional) e o Cientifico, já com idade de adulto, mas cabeça de adolescente, entrei na Faculdade de Arquitetura em Mogi das Cruzes e para lá me deslocava de ônibus.
Estudava no período Vespertino e tomava a condução em frente ao Shopping Iguatemi.
O ônibus passava pelo Pacaembu, onde pegava mais colegas.
Às vezes ia de carro até a frente do estádio, estacionava-o lá e pegava o “busão”.
Oficialmente era para facilitar as coisas na volta. Eu descia lá, pegava o carro e chegava em casa bem mais cedo.
Porém, algumas vezes, era uma artimanha para ver rapidamente um “broto” por quem fiquei caidinho e havia passado para o período matutino.
Ela chegava, descia, e eu estava lá absorto, como se não quisesse nada, esperando minha condução para o sentido contrário.
Era como na musica “Sinal fechado”, de Paulinho da Viola:
“Olá! Como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... “
Aliás, eu indo... e ela voltando...
Tudo rapidamente, um beijinho e tchau...
Só faltava eu falar:
“Que coincidência!”


Nas fotos: Primeira, a piscina das Cigarras e o bar onde se tomava o café da manhã.
Segunda, a menina da esquina, de avental do Vocacional, numa foto que minha timidez só permitiu ser batida de longe.
Terceira, no começo da avenida Pacaembu (no alto da foto), a pracinha onde deixávamos o carro e pegávamos o ônibus para Mogi, e claro, via rapidamente minha amiga.

sábado, 11 de março de 2017

Stand by me - Vitória

Segunda, 27 de fevereiro.
Boulevard Holandês, Holambra
Hoje uma menina pediu para cantar uma musica para seu avô, que havia falecido uns dias atrás.
Cantou uma música linda ("Nine million bicycles"), que eu não conhecia e acompanhei ao violão (tentei...).
Depois, cantamos "All my loving" (que não gravei).
Mas gravei "Stand by me"
Com vocês: Vitória, de São Paulo.

“Diferença de idade”

Esse negócio de diferença de idade é muito interessante e traz momentos que não esquecemos. Na maioria das vezes, hilários...
Quando algum aluno reclama do calor, que está cansado, ou ainda com alguma dor, eu digo: “é, quando eu chegar nessa idade acho que também ficarei assim!” 
Detalhe, a maioria deles está na casa dos quarenta e eu já sou “6.0”!
É nos relacionamentos que a diferença de idade causa momentos engraçados.
Lembro que algumas vezes, quando eu tinha uns cinco anos, confundiam meu pai como sendo meu avô.
“Compre um para seu netinho!". O netinho era eu!
É claro que uns trinta e cinco anos mais tarde seria a minha vez. Em algumas ocasiões falavam para a Fernanda: “vai lá com o Vovô...”
A única compensação foi o dia que uma senhora, muito bonita e elegante disse para a Fefê, ainda com uns dois anos: “Que avô enxuto e charmoso, hein!?”
Obviamente não desfiz o engano, só aproveitei o lado bom da coisa.
Às vezes é o contrário. Quando eu tinha dezenove anos, “ficava” com uma amiga de vinte e sete, foi o suficiente para a observação rápida e curta da Dona Zélia: “Ela é mais velha que você, né?”
Quando eu tinha uns vinte e cinco, e andava com uma menina de quinze, uma observação dela foi mais curta e decisiva...
Da sacada do seu apartamento no centro de Campinas, meio sem assunto, caí na besteira de dizer: “Nossa! Eu pegava o bonde aqui para ir ao cinema!”
Resposta rápida da guria: “Putz, você andou de bonde?!”
Foi o suficiente para ver que aquilo não ia dar certo.
Mesmo sem fazer restrições (para mais ou para menos diferença de idade), no final encontrei, namorei e me apaixonei por uma “garota” da minha idade e estamos juntos até hoje.
Um parente casou-se com uma mulher bem mais jovem. Inevitável os “foras”...
Coisas mais ou menos como:
“Ele é seu pai?”
“Seu pai já pegou a encomenda...”
O importante é que levam na boa e são felizes.
Meu “parente” até teve um ”netinho”, digo, mais um filho.
Sempre preciso ser rápido nas respostas quando o assunto é idade, ou a diferença dela.
Uns meses atrás vi uma menina muito bonita que trabalha no comercio em Holambra e sem maldade, apenas por que tenho um olho clínico para isso, disse:
“Puxa, você já fez umas fotos? Tem um rosto bonito, deve fotografar bem!”. Tudo sem segundas intenções.
A conversa seguiu e caímos no papo de idade. Falei a minha, e ela, talvez imaginado já uma “terceira” intenção disse:
“Puxa, você tem idade para ser meu pai!”.
Como não perco oportunidade, emendei:
“Num sei... qual o nome da sua mãe?”
Na foto: nem mais nova, nem mais velha, encontrei uma contemporânea...



terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

“Toca aquela tio?!”

Desde pequeno sempre quis tocar um instrumento e cantar.
Primeiro, porque gosto muito de música e é muito bom tocar e cantar, e segundo, na adolescência e depois dela, para conquistar umas garotas...
Sim, sempre achei que aqueles caras que tocam e cantam tem um monte de garotas atrás deles.
No final dos anos 70, fui no Pub do Hotel Hilton e dois caras muito bons estavam tocando lá. 
Eu não sabia tocar e nem pensava em tocar em bares, essas coisas, mas achava que devia ser muito legal.
Lembro como se fosse hoje, eles tocando “You’ve got to hide your Love away”.
Fiquei hipnotizado! Dois violões, um vocal afinado, muito bom...
“Putzgrila”! Bem que eu podia aprender a tocar violão e cantar essa música.
Por coincidência, essa foi a primeira música que aprendi a tocar inteira e com a qual quase sempre abro minhas apresentações.
Outra coisa que me lembro, foi em 1982 em Orlando, no "Rosie O’Gradys".
Uma dupla também tocava Beatles.
Som impecável, instrumentos e som de primeiríssima.
Mais uma vez fiquei me imaginado a tocar, e é claro, com as meninas pedindo músicas e querendo me conhecer.
Comparando com o futebol, que tem as “Marias Chuteiras”, sempre achei que existiam o que poderíamos chamar de ‘Maria Guitarras”.
Não, não precisava ser o cantor principal, podia ser baterista, tecladista ou guitarrista da banda, sempre existiriam meninas atrás de quem toca!
Em 1983 comecei a aprender a tocar violão (tento até hoje!) e vi que em parte tinha razão, é uma das coisas que mais gosto de fazer.
Fui aprendendo uma “basezinha” básica e a cantar razoavelmente.
Tudo bem amador (até hoje). Alguns anos mais tarde, me convidaram para tocar num barzinho.
Não é que aquele desejo que eu tinha ia se tornar realidade!
Tocar as músicas que eu gostava num barzinho. Só ia faltar uma coisa: as meninas pedindo música, mandando beijinho, bilhetinhos com telefone, etc.
É claro que demorei tanto para realizar meu sonho de tocar num barzinho com meninas em volta, que quando isso aconteceu, eu já era casado!
Meses se passaram, um ano se passou, e nada, nenhum bilhetinho, nenhuma menina me paquerou... que frustração!
Até que numa noite, no bar lotado em Holambra, vejo uma moça de uns vinte e cinco anos olhando para mim, sorrindo, escrevendo um bilhete e pedindo para o garçom entregar.
É hoje, depois de alguns anos, vou finalmente ser paquerado!
Tudo bem, eu já era casado, e mesmo sem corresponder, faria bem para o meu ego receber um sorriso, um bilhetinho com um pedido de música e quem sabe um número de telefone (que, é claro, seria descartado...).
O garçom me entrega o bilhete.
Abro e antes de ler dou um sorriso simpático para a menina...
Quando leio, caio na real:
“Oi Tio, o “Senhor” toca Yesterday?”

Na foto: Eu e o Digão (dupla AnarphaBeatles) tocando ... Cadê as meninas?!?!

"Do you want to know a secret?"

Sábado de Carnaval no Boulevard Holandês


"Stand by me"


Segunda, 27 de fevereiro de 2017.Boulevard Holandês, Holambra.
Muitas vezes a vida te dá alegria e satisfação que você não precisa de dinheiro para ter.
A alegria de conhecer essa menina e a emoção que ela espalhou no Boulevard foi demais.
Ela pediu para cantar uma musica para seu avô, que havia falecido uns dias atrás.
Cantou uma música linda ("Nine million bicycles"), que eu não conhecia e acompanhei ao violão (tentei...infelizmente não gravei).
Depois, cantamos "All my loving" (que não gravei).
Mas gravei "Stand by me" e "Imagine"
Com vocês: Vitória, de São Paulo.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

“O bom...”


Imagina um cara distraído.
Imagina um cara distraído e desligado.
Imagina um cara distraído, desligado e de bom coração, que confia nos outros.
Pois a estória que vou contar hoje é de uma cara assim.
Vou chamá-lo de “Jeremias” (inspirado no personagem do Ziraldo “Jeremias, o bom”).
Quase toda sexta feira Jeremias pegava a Rodovia dos Bandeirantes, sentido interior.
Ia passar o fim de semana na casa dos pais, que moravam numa pequena cidade perto de Campinas.
Sempre parava no primeiro posto para comprar uns pães para o final de semana, pois a casa dos seus pais vivia cheia.
Pão sovado, Italiano e o famoso pão com lingüiça para o aperitivo de sábado e domingo.
Numa sexta, depois de tomar seu café e comprar os pães, ao entrar no carro viu que precisava abastecer o automóvel.
Parou no posto ao lado e pediu para encher o tanque.
O frentista, enquanto enchia o tanque perguntou se ele ia até Campinas. Como a resposta foi positiva, pediu uma carona para um colega que acabara de deixar o turno.
Jeremias, como não poderia deixar de ser “Jeremias, o bom” disse que sim.
O rapaz entrou no carro e pegaram a Rodovia.
Até onde você vai?
“Até o “Frango Assado”, da Anhanguera, disse o carona”.
Menos de um quilometro depois de sair do posto, Jeremias perguntou se o jovem dirigia e se tinha carteira.
Com a resposta afirmativa, pediu para ele assumir o volante, pois estava morrendo de sono.
“Me avise quando chegar ao Frango Assado...”, disse “Jere”. Abaixou um pouco o banco e caiu no sono, não sem antes deixar separado o dinheiro do pedágio, não queria ser acordado.
Depois de uns quarenta minutos, no estacionamento do “Frango Assado” o motorista parou o carro, acordou Jeremias, agradeceu a carona e sumiu rumo às ruas de Vinhedo.

"AC/DC"

Hoje no ônibus que tomei para ir à “SOBRAPAR”, em Campinas, sentou ao meu lado uma menina que eu conhecia de vista, ela idem (todas pessoas que tem menos de trinta e cinco, chamo de menina ou menina).
Perguntei se ela ia à “Sobrapar” e ela disse que não. Ia para a Unicamp, trabalha lá.
Perguntei o que ela fazia e ela disse que é Arquiteta. Trabalha com projetos e obras da Unicamp.
Falei que também era Arquiteto, só não “estava” Arquiteto.
Ela fez uma cara de espanto, pois em Holambra sou conhecido como Professor de tênis, cantor (amador) e o velhinho excêntrico que só anda de bicicleta (não sabem que é porque sou duro mesmo!).
Contei que havia me formado Brás Cubas, em Mogi das Cruzes em 1979, quando ela não era nem “anteprojeto”.
Como eu estava com o celular ligado, mostrei uma foto minha em 1979, trabalhando numa prancheta com plástico verde, régua paralela, esquadros, papel vegetal, papel manteiga, caneta a nanquim.
Falei ainda do normógrafo, que era como colocávamos texto nas plantas, e que não tinha inúmeras “fontes”.
Perguntei se ela conhecia e se havia trabalhado com nanquim, normógrafo, etc.
Naquela hora fui eu quem fez a cara de espanto... e me senti um velho!
Nunca! Ela disse.
Um professor havia lhe mostrado alguma coisa.
Deve ter sido aula de história da Arquitetura, pensei!
Como achei que a menina queria tirar uma soneca, parei de falar e fiquei olhando aquela foto e pensando: realmente o desenho de Arquitetura, como a história da humanidade, pode ser dividido em “AC / DC”, ou seja, antes do “CAD” e depois do “CAD” (mais precisamente, AutoCAD).
Eu, e acho que ninguém naquele momento em 1979, imaginaria que todo aquele material (régua paralela, esquadros, canetas a nanquim...) seria substituído por um teclado e uma televisão (monitor).
E mais! Todo traço errado ou colocado no lugar errado, seria apagado com um comando: “UNDO”, “delete” ou “control” alguma coisa (comando naquela época era a Rota do Cel. Erasmo Dias).
Naquela época, quando errávamos, o “comando” era xingar e corrigir a “cagada” com a velha e boa “Gillette”!

Na foto: 1979, eu na prancheta no tempo que não existia computador, AUTOCAD, plotter e nem pipoca de micro ondas!

"Musica solidária na rua"

"Norwegian wood"
Boulevard Holandês, Holambra.
Novembro de 2016.

"Música solidária na rua"

Há um ano e meio toco na rua em Holambra.
No chapéu, arrecado um dinheirinho para alguma instituição filantrópica.
No primeiro ano a ajuda foi para o AIDAN, que cuida de idosos em Arthur Nogueira.
Agora, estou enviando a arrecadação para a SOBRAPAR, em Campinas.
O repertório é musica internacional dos anos 60 e 70.
No video, "Father and son", de Cat Stevens.
Boulevard Holandês, centro de Holambra.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

“Pequeno detalhe de um grande campeão”

Em 2010 o time do São Paulo, que jogou a Copa São Paulo hospedou-se por aproximadamente vinte dias hospedada no Hotel Duas Marias.
Uma organização e direção perfeitas.
Um exemplo: quando transitavam pelas dependências do Hotel, não podia ficar sem camisa ou sem o uniforme. Disciplina exemplar.
Todos com quem tive contato foram simpáticos.
Nos anos seguintes, Palmeiras, Corinthians e Santos também se hospedaram lá e alguns jogadores e dirigentes ficaram amigos dos meus sobrinhos, como os jogadores Gabigol, Neilton, ‘Batatinha”, Sergio Beresi (técnicos do são Paulo), (tecnico do santos), Pepinho (preparador Santos), além de preparadores.
Mas um fato chamou muito minha atenção.
Eu dou aulas nas quadras de tênis, bem acima dos campos de futebol, onde eram realizados os treinamentos diários.
Num manhã, lá pelas 11 horas terminou o treino e um dos preparadores disse:
“Estão liberados, meio dia e meia almoço!”
A molecada saiu rapidinho para a piscina ou para pegar seus celulares.
Menos três...
Quando todos correram, um jogador, chamado pelos companheiros disse:
“Vou ajudar o professor a guardar as coisas...”
Bolas, cones, cordas, etc.
Já havia ficado impressionado com a educação do rapaz quando batemos um papo na recepção do hotel, mas ali ele mostrou ser um cara de grupo, de equipe.
Quem era?
Casemiro, volante da seleção e campeão mundial em 2016 pelo Real Madrid.

Na foto: O volante em ação no Estádio Alfredo Chiavegatto, em Jaguariúna.

“O bom...”

Imagina um cara distraído.
Imagina um cara distraído e desligado.
Imagina um cara distraído, desligado e de bom coração, que confia nos outros.
Pois a estória que vou contar hoje é de uma cara assim.
Vou chamá-lo de “Jeremias” (inspirado no personagem do Ziraldo “Jeremias, o bom”).
Quase toda sexta feira Jeremias pegava a Rodovia dos Bandeirantes, sentido interior.
Ia passar o fim de semana na casa dos pais, que moravam numa pequena cidade perto de Campinas.
Sempre parava no primeiro posto para comprar uns pães para o final de semana, pois a casa dos seus pais vivia cheia.
Pão sovado, Italiano e o famoso pão com lingüiça para o aperitivo de sábado e domingo.
Numa sexta, depois de tomar seu café e comprar os pães, ao entrar no carro viu que precisava abastecer o automóvel.
Parou no posto ao lado e pediu para encher o tanque.
O frentista, enquanto enchia o tanque perguntou se ele ia até Campinas. Como a resposta foi positiva, pediu uma carona para um colega que acabara de deixar o turno.
Jeremias, como não poderia deixar de ser “Jeremias, o bom” disse que sim.
O rapaz entrou no carro e pegaram a Rodovia.
Até onde você vai?
“Até o “Frango Assado”, da Anhanguera, disse o carona”.
Menos de um quilometro depois de sair do posto, Jeremias perguntou se o jovem dirigia e se tinha carteira. Com a resposta afirmativa, pediu para ele assumir o volante, pois estava morrendo de sono.
“Me avise quando chegar ao Frango Assado...”, disse “Jere”. Abaixou um pouco o banco e caiu no sono, não sem antes deixar separado o dinheiro do pedágio, não queria ser acordado.
Depois de uns quarenta minutos, estacionamento do “Frango Assado” o motorista parou o carro, acordou Jeremias, agradeceu a carona e sumiu rumo às ruas de Vinhedo.

“Conde di Médici”



Em Janeiro de 1970 fiz uma viagem inesquecível.
Fui para o México e Estados Unidos num grupo de adolescentes do Liceu Eduardo Prado e do Pio XII.
O bando... digo, a turma era capitaneada pela Professora Vera do Liceu e a “Sister” Ângela, do Pio XII.
Um roteiro que acredito não existe mais, principalmente para um grupo de “pirralhos” entre 13 (eu) e 18 anos.
Cidade do México, Los Angeles, São Francisco, Cataratas do Niágara, Washington, Nova Iorque e Miami... ufa!
Todo circuito feito por avião.
Aconteceu muita coisa. Algumas estórias já contei aqui (a ultima foi “O segura velas” dias atrás).
No nosso terceiro dia na Cidade do México a “mulecada” resolveu que ia jantar num finíssimo restaurante. Tão fino, que a entrada só era permitida de “saco y corbata” para os homens.
À tarde, a Professora Vera ligou para o restaurante para fazer a reserva e nosso colega Marco Antonio Goulart o "Marquito", poliglota e conhecedor de gastronomia e enólogo (isso aos quinze anos!), pediu para falar.
Do nada, ele começou dizendo que era assessor de um tal “Conde di Médici” e queria fazer uma reserva para o nobre e sua comitiva de umas quinze pessoas.
Não contente, perguntou se alguém na casa falava Italiano para atende-lo; queria falar sobre menu e carta de vinhos.
E não é que realmente havia um Italiano de plantão!
A conversa durou alguns minutos, versando sobre pratos, entradas, vinhos e tudo que um Conde e sua comitiva esperam de um bom jantar.
Reserva feita e naquela noite chega ao luxuoso restaurante uma Freira, uma linda Professora, algumas meninas bem vestidas, os meninos de “saco y corbata” e nenhum Conde!

Na foto: 1970, eu nas piramides do México com a comitiva do "Conde"