Hoje no ônibus que tomei para ir à “SOBRAPAR”, em Campinas, sentou ao meu lado uma menina que eu conhecia de vista, ela idem (todas pessoas que tem menos de trinta e cinco, chamo de menina ou menina).
Perguntei se ela ia à “Sobrapar” e ela disse que não. Ia para a Unicamp, trabalha lá.
Perguntei o que ela fazia e ela disse que é Arquiteta. Trabalha com projetos e obras da Unicamp.
Falei que também era Arquiteto, só não “estava” Arquiteto.
Ela fez uma cara de espanto, pois em Holambra sou conhecido como Professor de tênis, cantor (amador) e o velhinho excêntrico que só anda de bicicleta (não sabem que é porque sou duro mesmo!).
Contei que havia me formado Brás Cubas, em Mogi das Cruzes em 1979, quando ela não era nem “anteprojeto”.
Como eu estava com o celular ligado, mostrei uma foto minha em 1979, trabalhando numa prancheta com plástico verde, régua paralela, esquadros, papel vegetal, papel manteiga, caneta a nanquim.
Falei ainda do normógrafo, que era como colocávamos texto nas plantas, e que não tinha inúmeras “fontes”.
Perguntei se ela conhecia e se havia trabalhado com nanquim, normógrafo, etc.
Naquela hora fui eu quem fez a cara de espanto... e me senti um velho!
Nunca! Ela disse.
Um professor havia lhe mostrado alguma coisa.
Deve ter sido aula de história da Arquitetura, pensei!
Como achei que a menina queria tirar uma soneca, parei de falar e fiquei olhando aquela foto e pensando: realmente o desenho de Arquitetura, como a história da humanidade, pode ser dividido em “AC / DC”, ou seja, antes do “CAD” e depois do “CAD” (mais precisamente, AutoCAD).
Eu, e acho que ninguém naquele momento em 1979, imaginaria que todo aquele material (régua paralela, esquadros, canetas a nanquim...) seria substituído por um teclado e uma televisão (monitor).
E mais! Todo traço errado ou colocado no lugar errado, seria apagado com um comando: “UNDO”, “delete” ou “control” alguma coisa (comando naquela época era a Rota do Cel. Erasmo Dias).
Naquela época, quando errávamos, o “comando” era xingar e corrigir a “cagada” com a velha e boa “Gillette”!
Na foto: 1979, eu na prancheta no tempo que não existia computador, AUTOCAD, plotter e nem pipoca de micro ondas!
domingo, 19 de fevereiro de 2017
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