domingo, 19 de fevereiro de 2017

“O bom...”


Imagina um cara distraído.
Imagina um cara distraído e desligado.
Imagina um cara distraído, desligado e de bom coração, que confia nos outros.
Pois a estória que vou contar hoje é de uma cara assim.
Vou chamá-lo de “Jeremias” (inspirado no personagem do Ziraldo “Jeremias, o bom”).
Quase toda sexta feira Jeremias pegava a Rodovia dos Bandeirantes, sentido interior.
Ia passar o fim de semana na casa dos pais, que moravam numa pequena cidade perto de Campinas.
Sempre parava no primeiro posto para comprar uns pães para o final de semana, pois a casa dos seus pais vivia cheia.
Pão sovado, Italiano e o famoso pão com lingüiça para o aperitivo de sábado e domingo.
Numa sexta, depois de tomar seu café e comprar os pães, ao entrar no carro viu que precisava abastecer o automóvel.
Parou no posto ao lado e pediu para encher o tanque.
O frentista, enquanto enchia o tanque perguntou se ele ia até Campinas. Como a resposta foi positiva, pediu uma carona para um colega que acabara de deixar o turno.
Jeremias, como não poderia deixar de ser “Jeremias, o bom” disse que sim.
O rapaz entrou no carro e pegaram a Rodovia.
Até onde você vai?
“Até o “Frango Assado”, da Anhanguera, disse o carona”.
Menos de um quilometro depois de sair do posto, Jeremias perguntou se o jovem dirigia e se tinha carteira.
Com a resposta afirmativa, pediu para ele assumir o volante, pois estava morrendo de sono.
“Me avise quando chegar ao Frango Assado...”, disse “Jere”. Abaixou um pouco o banco e caiu no sono, não sem antes deixar separado o dinheiro do pedágio, não queria ser acordado.
Depois de uns quarenta minutos, no estacionamento do “Frango Assado” o motorista parou o carro, acordou Jeremias, agradeceu a carona e sumiu rumo às ruas de Vinhedo.

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