Quando eu tinha uns sete ou oito anos achei que precisava de uma carteira de motorista para dirigir minha bike e meu carrinho de pedal.
Havia um funcionário da escola (onde eu morava) que quando cruzava comigo perguntava: “cadê sua carteira de motorista?”.
Então, resolvi surpreendê-lo.
Baseado na carteira de habilitação do meu pai, cortei um papelão, reproduzi algumas coisas que estavam escritas lá, coloquei meu nome e arranjei um plástico para protegê-la (como todas as carteiras).
Fiquei pronto para quando o funcionário fizesse a gracinha, dava-lhe uma “carteirada”.
Porém, certo dia a carteira ficou mais autêntica.
Como era de costume, meu recebia as visitas que iam ao Liceu para palestras, cursos e oferecia um jantar no nosso apartamento.
Estiveram lá o Prefeito Faria Lima (antes de se tornar avenida...), o Governador Abreu Sodré (que gosta de tomar um “scotch” com o Macedão), artistas, autoridades, entre outros.
Um dia, ou... numa noite, meu pai pede para me chamarem no quarto.
“Silvio, vem aqui na sala e traz a sua carteira de motorista”.
Não imaginei o que poderia ser...
É que estava lá, naquela recepção o Diretor de Transito e famoso na época, Paulo Pestana.
Ele pegou a carteira, olhou, tirou do plástico, colocou o nome e assinou.
Pronto, agora minha carteira era oficial, chancelada pelo diretor do D.E.T.
Na foto: a verdadeira cnh, 50 anos depois...
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