domingo, 30 de julho de 2017

"Annie's song"


Um pouco de John Denver prá lembrar o Macedão, que trouxe discos dele dos EUA antes de estourar por aqui.
"Annie's song"
Boulevard Holandes, Holambra, 2016.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

"Feitiço do tempo"


Essa seqüência de dias iguais no Inverno me faz lembrar o filme “Feitiço do tempo” (ou “o dia da marmota”).
Filme dos anos 90 com Bill Murray e a lindinha Andie McDowell. 
Na historia ele vai cobrir o “Dia da Marmota” em Punxsutawney, Pensilvânia, como faz todo ano e o deixa terrivelmente entediado.
O enredo do filme é em torno de um “feitiço” que o faz repetir todo dia a mesma coisa.
Acorda as seis AM e no radio toca a mesma musica, encontra as mesmas pessoas no hotel, na rua e todas repetem a mesma fala, até que um dia ele começa a tirar proveito da situação.
Pois os meus últimos três dias foram iguais (ao menos uma parte da manhã).
O céu está azul, sem nuvens. 
Vou de taxi até a entrada do Hotel Duas Marias (do outro lado do lago), faço a caminhada em 25 ou 30 minutos. 
Chego ao Hotel, entro por trás dos trens.
Cumprimento os garçons do “café da manhã”.
Preparo um café com leite no copinho de isopor.
Pego um pão de queijo pequeno e saboreio como um banquete.
Digo bom dia à Nicole, uma hospede quase “residente” (nas ferias) com suas filhotas e troco umas palavras.
Pego um pedaço de bolo, atravesso a área da piscina e dou um alô ao Luisinho garçom que também passa a peneira na piscina.
Sigo caminho até a Recepção e sempre encontro a Marlene, funcionária do Hotel desde 1978.
Passo na recepção, dou um alô para as meninas, que invariavelmente dizem que está frio.
Cumprimento os sobrinhos que administram o Hotel e sigo pela grama até a quadra.
Pego meu carrinho de bolas, raquetes e o balde de bolas “soft” para a pequena e simpática Antonia, de sete anos.
Dou uma reforçada no protetor solar e começo as atividades...
Quase um feitiço... só falta a Andie McDowell!
Nas fotos: fotos dos três dias iguais e o cartaz do "filmaço", eu recomendo!


Nas fotos: fotos dos três dias iguais e o cartaz do "filmaço", eu recomendo!

“Você gosta de beber sozinho?”

Meu pai tinha algumas frases que ficaram para sempre.
Essa era uma delas. Fazia quando estava no hotel (Duas Marias), ou num bar com amigos e alguma pessoa estava tomando uma cerveja sozinho em alguma mesa ao lado.
Se a resposta fosse negativa (geralmente era), ele convidava o individuo para sentar à sua mesa.
Fez muito isso. 
Porém, em duas ocasiões, essa brincadeira mudou a vida dos forasteiros.
Certa vez, no inicio do período de férias escolares no "Duas Marias", o hotel ainda estava vazio aguardando a chegada dos hóspedes.
Na época, final dos anos 70, meu pai estava abrindo ruas no condomínio e chegava ao final da tarde, depois de horas trabalhando nos tratores “seco” por uma cerveja gelada; normalmente acompanhado do Eduardo e do tio Beto.
Naquela tarde, lá pelas 16:30 um dos primeiros hospedes já havia chegado e estava tomando uma cerveja, solitário ao lado da piscina.
Como sempre, meu pai fez a tradicional pergunta e ele se juntou aos anfitriões. Como sempre o papo durou muitas cervejas (já que o tempo era medido assim).
Em outra ocasião (acho que no meio dos anos 70), estava num conhecido bar em Jaguariúna onde gostava de ir com meu tio Beto e ficavam horas tomando cerveja e jogando conversa fora.
Depois de algum tempo sentou perto deles um jovem solitário.
Meu pai fez a tradicional pergunta, e ele sentou à mesa do Macedão.
Contou que era médico recém-formado e estava tentando começar a vida em Pedreira (cidade vizinha). Como não se acostumou na cidade, estava voltando para São Paulo, para a casa dos pais para tentar algo lá.
O papo durou horas (ou muitas cervejas) e o rapaz interessou-se em conhecer melhor a cidade.
O resumo da ópera: O Doutor resolveu ficar em Jaguariúna.
Fez carreira, família, um bom pé de meia (muito bom, aliás...) e está até hoje na cidade.
O hospede do hotel? Comprou uma das primeiras casas que meu pai fez para vender nas “Duas Marias”, instalou-se por aqui e está hoje em Holambra.
Ficou tão amigo e companheiro do meu pai, que o velho dizia que era seu filho adotivo... o “Filhinho”.
Mas essa é outra história, para outro pôr de sol...
Na foto: Final dos anos 70; Macedão no bar da piscina, depois de um dia duro abrindo ruas no Condominio Duas Marias esperando uma companhia prá uma cervejinha.