Para falar a verdade, não
sei como me classifico quanto à religião.
Ateu, Agnóstico ou Católico
desgarrado?
Sim, sou católico por parte
de mãe e “nada” por parte de pai.
Porém, vocês podem não
acreditar, mas já fui “Coroinha”!
Não daqueles que ajudam semanalmente nas missas ou vivem na Sacristia...
Fui apenas uma única vez.
Foi numa missa de aniversário da minha Avó materna na Igreja do Carmo, em Campinas. Eu devia ter uns dez ou onze anos e minha tia achou que eu devia ajudar na cerimônia, como meus dois primos fariam.
É claro que a primeira coisa que lhe veio à cabeça quando terminou de ler o parágrafo anterior foi: “imagino o Silvio com a roupinha de coroinha...”
Não, não colocamos roupa de coroinha, estávamos vestindo nossas roupas sociais mesmo... (ainda bem!)
Na oportunidade me foram dadas apenas duas missões, já que eu apesar de ir à missa todos os domingos por livre e espontânea obrigação, não conhecia as tarefas de um coroinha.
Aliás, uma eu sabia. Tocar o sininho!
Nós três queríamos tocar o sininho!
Então, chegamos a um acordo, cada um tocaria em uma vez.
A segunda e mais complexa, era passar a pesada Bíblia para o lado esquerdo do Padre na hora do evangelho (acho que era isso!).
Minutos antes do show, digo, da missa começar, me explicaram de longe como fazer:
“Pegue a Bíblia, passe por trás do Padre e coloque do lado esquerdo da mesa”.
Fácil, isso eu tiraria de letra...
Na hora do sino, fui perfeito!
Entrei na hora certa, não desafinei, não atrasei, não atravessei e toquei na intensidade pedida. Nota dez!
Chegou a hora da Bíblia. Alguém deu o sinal, e lá fui eu para minha missão.
Peguei a mesma, passei por trás do Padre e coloquei do lado esquerdo da mesa.
Perfeito!
Não?!
Quando passei por trás dele, coloquei o “livrão” na pontinha da mesa, que devia ter quase três metros.
Ele, de canto de boca disse:
“Mais perto!”
"Hein?" E coloquei um pouquinho mais perto....
“Mais...”, balbuciou.
Desloquei o livro mais um pouco.
Nessa hora ele desistiu e discretamente deu três passinhos laterais para chegar ao ponto certo para ler o capítulo do dia.
Para falar verdade, eu como futuro Arquiteto, achei aquele negócio dele ficar bem no meio da mesa muito “quadrado”, até diria “equilibrado” demais. Acho que no fundo quis dar um “toque” menos reto e mais “modernista” à cena.
É claro que depois dessa, nunca mais fui convidado para ser coroinha.
Na verdade, só anos depois, um pouco mais velho, e lendo essas noticias sobre Padres e coroinhas até me senti aliviado!
Eu, hein?!
Não daqueles que ajudam semanalmente nas missas ou vivem na Sacristia...
Fui apenas uma única vez.
Foi numa missa de aniversário da minha Avó materna na Igreja do Carmo, em Campinas. Eu devia ter uns dez ou onze anos e minha tia achou que eu devia ajudar na cerimônia, como meus dois primos fariam.
É claro que a primeira coisa que lhe veio à cabeça quando terminou de ler o parágrafo anterior foi: “imagino o Silvio com a roupinha de coroinha...”
Não, não colocamos roupa de coroinha, estávamos vestindo nossas roupas sociais mesmo... (ainda bem!)
Na oportunidade me foram dadas apenas duas missões, já que eu apesar de ir à missa todos os domingos por livre e espontânea obrigação, não conhecia as tarefas de um coroinha.
Aliás, uma eu sabia. Tocar o sininho!
Nós três queríamos tocar o sininho!
Então, chegamos a um acordo, cada um tocaria em uma vez.
A segunda e mais complexa, era passar a pesada Bíblia para o lado esquerdo do Padre na hora do evangelho (acho que era isso!).
Minutos antes do show, digo, da missa começar, me explicaram de longe como fazer:
“Pegue a Bíblia, passe por trás do Padre e coloque do lado esquerdo da mesa”.
Fácil, isso eu tiraria de letra...
Na hora do sino, fui perfeito!
Entrei na hora certa, não desafinei, não atrasei, não atravessei e toquei na intensidade pedida. Nota dez!
Chegou a hora da Bíblia. Alguém deu o sinal, e lá fui eu para minha missão.
Peguei a mesma, passei por trás do Padre e coloquei do lado esquerdo da mesa.
Perfeito!
Não?!
Quando passei por trás dele, coloquei o “livrão” na pontinha da mesa, que devia ter quase três metros.
Ele, de canto de boca disse:
“Mais perto!”
"Hein?" E coloquei um pouquinho mais perto....
“Mais...”, balbuciou.
Desloquei o livro mais um pouco.
Nessa hora ele desistiu e discretamente deu três passinhos laterais para chegar ao ponto certo para ler o capítulo do dia.
Para falar verdade, eu como futuro Arquiteto, achei aquele negócio dele ficar bem no meio da mesa muito “quadrado”, até diria “equilibrado” demais. Acho que no fundo quis dar um “toque” menos reto e mais “modernista” à cena.
É claro que depois dessa, nunca mais fui convidado para ser coroinha.
Na verdade, só anos depois, um pouco mais velho, e lendo essas noticias sobre Padres e coroinhas até me senti aliviado!
Eu, hein?!
Na foto: mesa do altar da igreja do Carmo, em Campinas. Sinceramente, vocês não acham um desperdício não usar totalmente o espaço dessa enorme mesa?