quinta-feira, 4 de junho de 2015

“Cuma?!”

(Homenagem aos meus amigos Holandeses e seus descendentes)

Morar em Holambra é muito bom.
Cidade pequena (prá quem gosta) e muito bonita.
Para quem anda de bicicleta a cidade é quase 80% plana. No meu caso, não que eu seja ecológico ou esportista, sou “durango kid” mesmo!
Para os que gostam de comer em Restaurantes e bares, existem vários de qualidade. Comida Holandesa, Brasileira, Japonesa, entre outras.
Hoje eu e minha família estamos tão ambientados que as meninas participaram do grupo de dança Holandesa por mais de dez anos, e eu e Maria Raquel trabalhamos como voluntários durante a Expoflora no bar do Museu, que arrecada fundos para sua manutenção.
Mas Holambra tem um problema!
Sim, tem...
Pronunciar os nomes Holandeses!
Hoje já me acostumei e até falo alguns com desenvoltura, mas quando fui dar aulas no clube local pela primeira vez, foi um choque.
Na lista de uns dez nomes, sete ou oito eram Holandeses legítimos.
E o pior, não me “falaram” os nomes, deram a lista por escrito!
Foram alguns meses para eu me acostumar.
Nesses mais de vinte anos a lista foi crescendo e fui aprendendo nomes como: Marijke, Honorée, e sobrenomes como, Kievitsbosh, Olsthoorn, Scheltinga, Jeuken, Meijerink, entre outros muitos.
Alguns até parecem fáceis, mas na prática, na hora de falar mesmo, é completamente diferente.
Enquanto em português falamos os nomes como lemos, em Holandês é justamente o contrário, se fala como não se lê!
Agora, depois de todo esse tempo já tiro de letra (já leio como não se escreve!).
Uma das vantagens é quando o aluno tem um apelido curto e fácil: Rob, Toni, Meg, etc.
As ruas...
No condomínio onde moro, resolveram homenagear a Holanda e colocar nomes de logradouros daquele país.
Maastricht, Leeuwarden, Arnhem, Zwolle, entre outras.
A minha rua, talvez o nome mais fácil de todas é “Lelystad”. Parece fácil, mas vai falar para a pessoa que está anotando seus dados em qualquer lugar.
Sempre é necessário soletrar: L-E-L-Y-S-T-A-D!
Você pode dizer que em São Paulo ou Rio de Janeiro também existem ruas com nomes difíceis. Mas acho que em Holambra é a maior proporção por número de habitantes!
No grupo de Dança Holandesa, os ‘Brasileirinhos” e "Brasileirinhas" (como minhas filhas), tiveram que aprender os nomes das músicas e como pronunciá-los: Boonopsteker, Boerenplof, Schöne, De Waarzeger, são alguns exemplos.
Quando minha filha tinha uns dez anos de idade, já era acostumada com os nomes dos colegas de classe, 80% descendentes de Holandeses.
Porém, certo dia chegou da escola e falou para a mãe:
“Mãe, entrou um menino na minha classe com um sobrenome estranho!”
“Qual”, perguntou a mãe.
“Al... Al... Albuquerque...”



Na foto: Dançar de tamancos é fácil... o difícil são os nomes das músicas!