terça-feira, 30 de setembro de 2014

“Auto-retrato ou selfie?”

Quando ganhei minha primeira maquina fotográfica, uma Kodak Rio-400, só tive uma recomendação do meu pai:
“Não fique tirando fotos à toa, revelar é muito caro!”
Então, cada foto era estudada e planejada, não poderia haver desperdício.
Não sei de onde saiu a idéia desse auto-retrato. Estava na casa do meu amigo Marcello Artacho e bati.
Além de caro para revelar, demorava para as fotos ficarem prontas. Dependendo do filme, uma semana. Existia um tipo de filme que era relevado no Panamá!
Mas no fundo, aquela espera e ansiedade em vê-las prontas era algo gostoso que não existe mais.
Primeiro, porque queríamos ver as fotos e também se teriam saído boas.
E quando batíamos uma foto daquela menina da qual éramos apaixonados, mas nunca tivemos coragem de dizer então! Nem se fala.
Corria para a “Fotoptica”, pegava o envelope, abria e via uma a uma rapidamente para achar a dela.
Até hoje tenho fotos do colégio e até da turma da faculdade onde “elas” aparecem.
Hoje não, você bate a foto, vê se ficou boa, caso contrário bate outra, e outra, e outra...
Vejam as diferenças: a denominação das fotos, a primeira era “auto-retrato” a segunda é “selfie”, reflexo da globalização.
A foto de 1965 ou 66 eu bati de primeira e bingo!
Lembrem-se da recomendação do “Macedão”! Nada de desperdício!
Para ter a foto de 2014 eu bati ao menos quinze chapas, digo fotos. Depois escolhi a que saiu melhor... ou “menos pior”, no meu caso.
A foto antiga era em preto e branco. Hoje, só foto artística é em preto e branco, aliás, em “b&w”, é mais charmoso!
Agora, a maior diferença das duas fotos é que na antiga o moleque queria ser adulto e na de 2014 o velho ainda quer ser uma criança...



“Superstições e manias"

Ô palavrinha difícil de falar...
Quem não tem alguma? Mesmo pequena...
Existem superstições, manias e obsessões.
Superstições viram manias que viram obsessões que viram T.O.C.
Então, podemos leigamente misturar tudo numa baciada só.
Algumas vezes são coisas pequenas que fazemos e nem percebemos.
Você tem alguma?
Um amigo que morava numa rua curva. Para qualquer lado que você fosse, cairia numa mesma rua acima. Certa vez, saindo da sua casa, entrou no meu carro e quando dei a partida, falou para eu sair para o outro lado (não o que o carro estava virado), fiz a manobra e perguntei se era mais curto ou havia algum problema para entrar na rua de cima. Ele disse que não: “entro por um lado, saio pelo mesmo”... superstição pura!
Existem os objetos que dão sorte. Os tradicionais: ferradura, trevo de quatro folhas, figa, pé de coelho, entre outros.
Qual o que vem primeiro à sua cabeça?
Algumas pessoas têm os seus próprios: umas moedas, um peça de roupa, sempre se prendem a alguma coisa.
E aquele negócio de bater três vezes na madeira? Hoje em dia é uma dificuldade. Hoje tudo é de plástico, fibra de vidro, kvelar, etc. Às vezes, tenho que ficar procurando algo de madeira em volta para dar os três toques... (e não sou supersticioso, hein!).
Espelho quebrado, dá azar? Acho que não, o da minha moto está trincado a anos, e pelo visto continuo normal. Realmente não sou supersticioso... mas em todo caso, deixa eu bater na madeira três vezes...
Existem aquelas coisas que para uns, é sorte, para outros, azar. Coruja e o número treze, por exemplo.
O tênis é cheio de maníacos. Tirando o Nadal que “hors-concours”.
Um amigo meu que jogava torneios da ATP, sempre que ganhava um jogo, tinha que jogar a rodada seguinte com o mesmo uniforme. Era uma correria para lavar o uniforme, caso o jogo fosse no dia seguinte. Duplas não entravam na mania.
Diz a lenda que o “todo-poderoso” Jorge Paulo Lemman não pisava na linha de fundo nem por decreto. Eu o vi jogando, não sabia desta mania, então nem reparei.
O “Meca”, cujo apelido era Júlio Góes, tinha mania de bater no calçado para tirar o saibro. Mas aí você diz: todos fazem isso!
Mas não em quadras de asfalto como ele!
Bjorn Borg não fazia a barba enquanto tivesse ganhando um torneio. Por isso, nas fotos de suas conquistas, ele sempre aparece com aquela barbichinha de duas semanas.
Tem gente que não deixa a porta do armário aberta. Alguns por superstição as mantêm fechadas. Outros deixam aberta por segurança, vai que o marido ou a esposa entra...
Outra? Sapatos virados para baixo...
No final do ano são as cores de roupas e roupas íntimas.
Em casa temos poucas manias, mas sempre brincamos que não se deve passar o sal para a mão de outra pessoa, pois pode interferir no bom relacionamento.
Realmente não sou supersticioso, mas depois de trinta anos com bom relacionamento com a patroa, por sim ou por não, coloco o saleiro na mesa na hora de passar para ela...
Ah... o meu amigo supersticioso que só saia pelo lado que entrava?
Manobrou o carro para sair por onde entrou, e acabou batendo na esquina...
Deu azar!