domingo, 21 de dezembro de 2014

Cincoenta e oito!

"Putzgrila"!
Quando eu era um jovem adulto, achava que uma pessoa de cincoenta e oito anos era um velhinho, de cabelos brancos, dores na coluna, dificuldade para ouvir e que esquecia de tudo...
Hoje, vejo que eu tinha razão!
cincoenta e oito não é noventa, idade que meus pais completam no próximo ano, mas é bastante!
Realmente fui uma criança “supimpa” e “sapeca”...
Andava com meu velocípede na maior “vula”...
O carro do meu pai “fervia” na subida da serra...
Chamava as Professoras de “Professora” (ou “Fessora”) e não de “Tia”...
Jogava futebol de “Conga” ou “Ki-chute”...
Ia para o centro de “Camarão” ou “suspensório” para assistir um filme no “Cinerama”...
“Bacana” era tomar sorvete no “Bambi”...
No Natal meu pai me levava para ver a decoração do Mappin, na Praça Ramos de Azevedo...
Certa época, comecei achar tudo “uma brasa, mora!”...
Não perdia um episódio da “Familia Trapo”, “National Kid”, perdidos no espaço” ...
Todo mês assistia o show do dia 7...
Frequentei o recém inaugurado “Shopping Center Iguatemi”, o primeiro do Brasil...
Jogava tênis de tênis branco, meia branca, shorts branco e camisa branca...
Ah! E as bolas também eram brancas...
“Gamei” num “broto” na segunda série...
Tomei muita “tábua” nos bailinhos ao som de Johnny Rivers...
Vi Tostão e Dirceu Lopes...
Dudu e Ademir...
Pelé e Coutinho...
Eu queria um “pisante” do Spinelli...
Cursei o "Primário", "Ginásio" e "Científico"...
Prestei o CECEA, alguns amigos o MAPOFEI...
Minhas calças “boca de sino” eram “jóinha”...
Guardava e levava minha carteira e outras coisas na minha “capanga”...
Tive minha fase “janota” e minha fase “bicho grilo”... as vezes, as duas no mesmo dia!
Nas “assembléias” da Faculdade, sempre desconfiava que alguém era agente do DOI-CODI...
Tive uma Brasilia da Dacon com teto solar...
Paguei contas com “Cabrais” “Tiradentes” e “Barões”...
E muito mais...
Realmente esse texto ficou “irado”... ou seria um “estouro”?

“Confraternização de fim de ano”

Olá amigos, hoje foi dia de confraternização de final de ano da minha “empresa”.
Eu e “meus” funcionários nos reunimos na docería e cafeteria “Kendi”, em Holambra
Estavam quase todos lá: Presidente (eu), diretor de marketing (eu), gerente de RH (eu), contador (eu), Office-boy (eu), secretária (eu) e pegador de bola (eu).
Agradeço a dedicação de todos e vamos fazer um ótimo 2015!
Alem do café e bolachinhas, tivemos o tradicional e entediante “Amigo secreto” e posso confessar uma coisa?
Não gostei do presente que eu “me” dei!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

“Tudo bem com o Senhor?”

Cara pobre como eu tem que ser criativo para se divertir sem gastos.
Um dos meus divertimentos nas ultimas semanas é atender aos telefonemas da operadora Claro.
Antes eu ficava bravo, pedia para não ligarem mais, que ia reclamar na Anatel, etc, etc.
Agora, resolvi não esquentar a cabeça (como tudo que faço ultimamente). 
Sem brincadeira, eles ligam umas quatro ou cinco vezes por dia!
A maioria das vezes a ligação cai, mas quando é completada, dtenho uma nova maneira de agir.
Inspirado por um vídeo que vi no Face com o ator Benvindo Siqueira mudei de tática: atendo o telefone e espero a deixa para minha fala.
“Bom dia, é o Senhor Silvio?”
“Sim”, respondo.
“Tudo bem com o senhor?”
Então, é a minha hora de atuar...
“Na verdade não... estou com problemas na coluna e no joelho. Meu colesterol está alto e a diabetes também..."
Antes dela voltar a falar já emendo:
“Pior... fui despedido!”
Mais rápido que a menina, ainda conto mais alguns dramas da minha vida, terminando dizendo que minha esposa me abandonou.
Algumas (a maioria), tem muita paciência e até me consolam.
“Mas tudo melhora!”
“Sempre se dá um jeito...”
Uma perguntou:
”Quantos anos o Senhor tem?”
Eu disse: “cincoenta e oito!”
“Mas ainda é muito novo! “, completou.
Depois de todo meu lamento, pergunto:
"Mas o que voce queria mesmo?"
Uma delas falou:
"Estamos lhe oferecendo um novo plano..."
Aí, eu "choro" mais uma vez:
"Veja só, na situação que estou, não dá prá fazer plano nenhum..."
Nesta semana estava reunido com uma jovem publicitária num bar de Holambra, contando a história do Condominio Duas Marias, para o novo portal que ela está preparando, quando meu o telefone tocou.
Como já conheço o número, dei um sinal para ela como dizendo: “olha só!”, atendi e fui para o meu “script”:
“Bom dia, o Senhor Silvio?”, o resto vocês já leram...
Como dizia um amigo caipira:
Ganho pouco, mas me “diverto”!



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

“Fer, Fefê, Feca, Fanda... Fernanda...”

Acabaram os lanches para a hora do recreio (no primário) e intervalo (no “colegial”), preparados pelo papai...
Acabaram as reuniões de “Pais e Mestres”...
Acabaram os bilhetinhos para a coordenadora liberar mais cedo...
Acabaram as apresentações nos dias dos Pais e das Mães...
Acabaram as fantasias de índio no dia 19 de Abril...
Acabaram as orelhas de coelho na Páscoa...
Agora você é Universitária, você decide quando e como estudar, quando sair mais cedo e vai controlar seus “boletins”.
Boa sorte na sua nova empreitada.
Quando precisar de exemplos de como ser universitário e empreendedora, não copie seu pai...
Beijo!



terça-feira, 25 de novembro de 2014

“Hábitos Franceses...”

Já me disseram, e foi mais de uma vez, que eu tenho um hábito Frances: o fato de ir ao supermercado todo dia.
Mais ainda, vou de “bike”.
Muito “chic”...
É claro que não é por descendência, pois meus antepassados são Portugueses e sim por que não tenho carro, e convenhamos, trazer a compra do mês ou da semanana cestinha da minha bicicleta seria meio difícil!
Então que remédio, sou quase um Frances, quando se trata de ir ao supermercado.
De um lado é bom. Você está sempre por dentro dos preços das coisas e até economiza, comprando para o almoço ou jantar aquilo que está em oferta (sempre existe um lado bom nas coisas...).
Tenho outros hábitos Franceses, por exemplo, gosto de pães. Não sou um grande entendido, mas também gosto de queijos.
Um detalhe: não sei se é mito ou verdade em relação aos Franceses... mas eu tomo banho diáriamente!



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

"Made in England..."

No fim da década de 70, quando eu ainda era um estudante de Arquitetura, vivia de fazer plantas; isto é, desenhar plantas em nanquim no vegetal pra depois fazer cópias heliográficas.
Na maioria, eram plantas de prefeitura. Lembro bem, que uma executar uma planta era igual (em grana) há uma semana ou mais de gasolina, praia e Frevo!
Era uma graninha que vinha a calhar.
Hoje imagino que essa foi uma das causas de eu não ter seguido na profissão, me faltou um bom estágio em escritório e obra. Talvez por render menos que as minhas plantas de nanquim em vegetal, optei por ser um “desenhista”.
Mas, voltando ao inicio, no fim da década, o professor Walter Toledo Silva, sócio do meu pai no CEL-LEP me chamou ao seu escritório e pediu que eu, a partir de uma foto de uma cabine telefônica Londrina com uma pessoa ao lado, fizesse um projeto para que construíssem algumas cabines, para colocar uma em cada escola (na época eram sete ou oito).
Meu procedimento foi deduzir que a pessoa que aparecia na foto ao lado da cabine media entre 170 e 180 centímetros e a partir daí, usando proporções, fazer planta, vista, corte, etc.
É bom lembrar para os mais “novinhos” que: computador, Auto-Cad, plotter e pipoca para micro-ondas ainda não existiam!
Fiz o projeto e as cabines foram construídas.
Nunca imaginei que depois de quase quarenta anos iria cruzar com meus “filhotes” (talvez netos ou bisnetos) por toda Capital, interior e outros estados (na verdade, eu só vejo na capital mesmo).
Hoje o CEL-LEP mudou de rumo, mas as cabines estão lá, firmes e fortes.
Posso dizer que essa é a herança que me restou da escola...
Ah... quanto recebi pelo projeto?
Uns dias na praia, gasolina na “Margarida Paula Regina”, um bom pamegiana no Frevo e talvez uma noite “no” Bariloche...

Nas fotos: a "Margarida Paula Regina", eu na minha "prancheta" e em 2014 na frente do CEL-LEP.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

“Auto-retrato ou selfie?”

Quando ganhei minha primeira maquina fotográfica, uma Kodak Rio-400, só tive uma recomendação do meu pai:
“Não fique tirando fotos à toa, revelar é muito caro!”
Então, cada foto era estudada e planejada, não poderia haver desperdício.
Não sei de onde saiu a idéia desse auto-retrato. Estava na casa do meu amigo Marcello Artacho e bati.
Além de caro para revelar, demorava para as fotos ficarem prontas. Dependendo do filme, uma semana. Existia um tipo de filme que era relevado no Panamá!
Mas no fundo, aquela espera e ansiedade em vê-las prontas era algo gostoso que não existe mais.
Primeiro, porque queríamos ver as fotos e também se teriam saído boas.
E quando batíamos uma foto daquela menina da qual éramos apaixonados, mas nunca tivemos coragem de dizer então! Nem se fala.
Corria para a “Fotoptica”, pegava o envelope, abria e via uma a uma rapidamente para achar a dela.
Até hoje tenho fotos do colégio e até da turma da faculdade onde “elas” aparecem.
Hoje não, você bate a foto, vê se ficou boa, caso contrário bate outra, e outra, e outra...
Vejam as diferenças: a denominação das fotos, a primeira era “auto-retrato” a segunda é “selfie”, reflexo da globalização.
A foto de 1965 ou 66 eu bati de primeira e bingo!
Lembrem-se da recomendação do “Macedão”! Nada de desperdício!
Para ter a foto de 2014 eu bati ao menos quinze chapas, digo fotos. Depois escolhi a que saiu melhor... ou “menos pior”, no meu caso.
A foto antiga era em preto e branco. Hoje, só foto artística é em preto e branco, aliás, em “b&w”, é mais charmoso!
Agora, a maior diferença das duas fotos é que na antiga o moleque queria ser adulto e na de 2014 o velho ainda quer ser uma criança...



“Superstições e manias"

Ô palavrinha difícil de falar...
Quem não tem alguma? Mesmo pequena...
Existem superstições, manias e obsessões.
Superstições viram manias que viram obsessões que viram T.O.C.
Então, podemos leigamente misturar tudo numa baciada só.
Algumas vezes são coisas pequenas que fazemos e nem percebemos.
Você tem alguma?
Um amigo que morava numa rua curva. Para qualquer lado que você fosse, cairia numa mesma rua acima. Certa vez, saindo da sua casa, entrou no meu carro e quando dei a partida, falou para eu sair para o outro lado (não o que o carro estava virado), fiz a manobra e perguntei se era mais curto ou havia algum problema para entrar na rua de cima. Ele disse que não: “entro por um lado, saio pelo mesmo”... superstição pura!
Existem os objetos que dão sorte. Os tradicionais: ferradura, trevo de quatro folhas, figa, pé de coelho, entre outros.
Qual o que vem primeiro à sua cabeça?
Algumas pessoas têm os seus próprios: umas moedas, um peça de roupa, sempre se prendem a alguma coisa.
E aquele negócio de bater três vezes na madeira? Hoje em dia é uma dificuldade. Hoje tudo é de plástico, fibra de vidro, kvelar, etc. Às vezes, tenho que ficar procurando algo de madeira em volta para dar os três toques... (e não sou supersticioso, hein!).
Espelho quebrado, dá azar? Acho que não, o da minha moto está trincado a anos, e pelo visto continuo normal. Realmente não sou supersticioso... mas em todo caso, deixa eu bater na madeira três vezes...
Existem aquelas coisas que para uns, é sorte, para outros, azar. Coruja e o número treze, por exemplo.
O tênis é cheio de maníacos. Tirando o Nadal que “hors-concours”.
Um amigo meu que jogava torneios da ATP, sempre que ganhava um jogo, tinha que jogar a rodada seguinte com o mesmo uniforme. Era uma correria para lavar o uniforme, caso o jogo fosse no dia seguinte. Duplas não entravam na mania.
Diz a lenda que o “todo-poderoso” Jorge Paulo Lemman não pisava na linha de fundo nem por decreto. Eu o vi jogando, não sabia desta mania, então nem reparei.
O “Meca”, cujo apelido era Júlio Góes, tinha mania de bater no calçado para tirar o saibro. Mas aí você diz: todos fazem isso!
Mas não em quadras de asfalto como ele!
Bjorn Borg não fazia a barba enquanto tivesse ganhando um torneio. Por isso, nas fotos de suas conquistas, ele sempre aparece com aquela barbichinha de duas semanas.
Tem gente que não deixa a porta do armário aberta. Alguns por superstição as mantêm fechadas. Outros deixam aberta por segurança, vai que o marido ou a esposa entra...
Outra? Sapatos virados para baixo...
No final do ano são as cores de roupas e roupas íntimas.
Em casa temos poucas manias, mas sempre brincamos que não se deve passar o sal para a mão de outra pessoa, pois pode interferir no bom relacionamento.
Realmente não sou supersticioso, mas depois de trinta anos com bom relacionamento com a patroa, por sim ou por não, coloco o saleiro na mesa na hora de passar para ela...
Ah... o meu amigo supersticioso que só saia pelo lado que entrava?
Manobrou o carro para sair por onde entrou, e acabou batendo na esquina...
Deu azar!


sexta-feira, 4 de julho de 2014

“O destino...”

Lembro-me bem. Era uma quarta-feira como a de ontem, mas em 1969, e no Pacaembu jogariam Corinthians e Cruzeiro (hoje vão jogar no Canindé).
O time de Minas era sensação desde 66, quando quebrou a hegemonia do Santos no cenário do futebol Brasileiro.
Tinha craques como Dirceu Lopes, Eduardo, Piazza e Tostão.
Eu não imaginava, mas presenciaria uma cena que entraria para a história do futebol brasileiro e é lembrada até hoje.
Fui ao jogo com o Expedito, motorista do meu pai, que me levava junto com alguns amigos aos jogos no Pacaembu, Morumbi e claro, no Palestra Itália. Fazíamos uma “vaquinha’ para pagar o ingresso dele (e uma cervejinha...) e lá íamos nós no Fusca quatro portas 1600 branco do meu pai.
Eu e alguns amigos tínhamos times diferentes, mas além dos jogos dos nossos times, costumávamos assistir qualquer jogo da rodada.
Murilo e Márcio “Joe” eram Santistas. Edmundo era São Paulino. Márcio Gaspar torcedor do Flu e eu, Arnaldo e o Marcos Carioba, Palmeirenses, com direito a bandeira.
Nesse dia estávamos somente eu e o Expedito.
Duas coisas aconteceram nesse jogo que eu não esqueço:
Primeiro, um Corintiano que estava ao meu lado nas cadeiras sem número “larapiou” meu radinho de pilhas, onde escutava os jogos do Palestra e a rádio Excelsior AM.
Como acontecia no meio do jogo e fazia parte do ritual, era hora da merenda... Quando fui pegar e pagar o “cachorro quente”, coloquei o radio do meu lado esquerdo, fiz todos os trâmites e quando me virei para pegar meu radinho, não estava mais lá!
Nem o aparelho, nem o Corintiano...
Porém, uma jogada que seria normal foi fatídica, histórica e lamentável.
Quando Tostão e o zagueiro Ditão do Corinthians dividiram uma bola na entrada da área, o beque deu um chutão que pegou de raspão no olho do atacante Mineiro, um dos melhores jogadores do Brasil.
O resto da história, a maioria de vocês sabem: deslocamento de retina, operação em Houston, campeão da Copa de 70 com meia visão e o fim da carreira meses depois de ir para o Vasco da Gama.
Tostão voltou à Medicina e quase não assistia ou falava de futebol, até que anos mais tarde voltou e virou comentarista e articulista de um jornal.
Vejam como é o destino: eu perdi meu radinho e ele a carreira.
E imaginem se naquela dividida não estivesse o Ditão e sim o Ramos Delgado, Roberto Dias ou Luis Pereira, com certeza nenhum deles daria um chutão; sairia jogando com muita classe e o “Tusta” jogaria e nos encantaria por mais alguns anos!

“Vovós..."

Eu tive duas avós, o que era o normal, já que nos dias de hoje muitas crianças tem mais de duas...
Minha avó paterna, Dona Maria, se foi quando eu tinha uns nove anos, por isso não convivi muito com ela, já que eu morava em São Paulo e ela em Campinas.
Era uma senhora alegre, que cozinhava muito bem e nos recebia na sua casa da Andrade Neves com muito carinho.
Com a minha Vó materna, Dona Emilia, tive um pouco mais de convivência. Era sempre preocupada com os netos.
Lembro bem das festas de Natal no seu pequeno apartamento na Rua Coronel Quirino, no centro de Campinas.
Todos que chegavam, depositavam seus presentes ao lado da mesa da sala. Quando chegava uma certa hora, ela se sentava ao lado da mesa e começava a distribuir, um por um os presentes:
“Do papai e mamãe para o Silvio”, lá ia eu pegar o presente e correr para um dos quartos para abrir.
 “Dos padrinhos para o Silvinho”, eu corria de volta, pegava mais um presente, torcia que fosse um brinquedo e corria para o quarto, “QG” das crianças (os homens ficavam na cozinha comendo petiscos e tomando cerveja...)
Porém, o que mais me marcou na minha vó Emília foi que eu só me lembro de vê-la vestindo preto, cinza e branco.
Sim, ela ficou viúva antes de eu nascer, e sempre vestiu roupas sóbrias e em tons de cinza... (opa!).
Digo isso porque hoje minhas amigas avós são jovens, modernas, ativas e lindas, claro!
Diferente da figura antiga da Vovó, também linda, mas que ficava em casa, fazia bolo e tricô...
Hoje elas fazem isso, mas também “otras cozitas mas...”
Então...parabéns minhas amigas jovens, modernas e lindas avós!


Na foto: minha Vó Emilia, ao lado da piscina, mas sempre com sua sóbria indumentária...

sábado, 14 de junho de 2014

“Serei eu?”

A internet, mais precisamente o FaceBook é um perigo.
Principalmente no relacionamento de casais.
Outro dia minha mulher estava no computador, navegando pela rede social e abriu um desses banners que recebemos diariamente com mensagens de auto-estima, auto-ajuda, que às vezes até se tornam de autodestruição...
Ela ali, cotovelos apoiados na mesa, queixo apoiado nas mãos cruzadas, olhar fixo na tela e eu ao lado, vendo meu futebolzinho na televisão.
Começou a ler a mensagem que falava algo sobre desapego e no fim dizia para as pessoas jogarem fora tudo que não usa ou não funciona mais.
Nessa hora, ela virou lentamente a cabeça, de canto de olhos deu uma leve fitada em mim e esboçou um sorriso sarcástico.
Eu, assustado, só perguntei:
“Que foi !?!?!”

“Mentira ou mentirinha...”

Todo mundo mente.
Claro, nem todos são “mentirosos” de verdade, alguns poucos mentem descaradamente, constantemente ou enormemente.
Eu falo daquela mentirinha básica:
“Fala que eu saí...”
“Eu ia mesmo te ligar hoje!”
E a mais famosa:
“Hoje não,... estou com dor de cabeça...”
Algumas vezes a mentirinha pode te deixar em maus lençóis.
Por exemplo: o cara liga para o chefe e diz:
“Hoje não posso trabalhar por que estou muito doente”.
Mais tarde o chefe o encontra a pleno vapor num “Happy hour”.
Tem também aqueles que conseguem ter mais de quatro avós, porque já usou a desculpa de que ia ao enterro de “um” avô muito mais do que os quatro possíveis...
O mentiroso acaba perdendo a mão, e no fim se enrola todo.
Um quadro hipotético, baseado em texto de Luis Fernando Veríssimo:
O individuo diz para a mulher que está com preguiça de sair com o casal amigo, e pede para a mulher ligar e avisar que vão ficar em casa.
A mulher pergunta:
“E o que eu digo?”
“Ah... diz que eu estou passando mal”.
A mulher liga, e explica a situação para o casal amigo.
Inesperadamente, esse amigo se propõe a ajudar.
“O que ele tem? Precisa de médico?”
E insiste:
“Quer que eu o leve ao ponto-socorro?”
“Não, nada demais...”, disse a esposa do “enfermo”.
Mas o amigo continua, e preocupado, pega o carro e vai até o apartamento ver o “doente”.
E aí, a coisa vai se desenrolando, ou se enrolando cada vez mais, pois quando o amigo chega ao apartamento, a mulher diz que ele ... já foi até a farmácia, sim... foi até a farmácia!
O amigo pede para entrar e esperar.
O “doente” se esconde no quarto.
O amigo começa a ficar preocupado, pois ele não volta da farmácia, e resolve ir procurá-lo...
Que rolo!
Era melhor ter dito que não queria sair, pois estava cansado!
Agora, um quadro não hipotético:
Uma boa história de uma “mentirinha” que aconteceu com um amigo meu (uma duas em uma...).
Ele foi até a loja de uma grande marca de barcos comprar umas pecinhas para sua lancha.
Pouca coisa: uns ganchos e frisos.
Como estava lá, e era amigo de adolescência de um dos sócios da grande empresa, perguntou se ele estava.
A secretária pegou o telefone, falou algumas palavras inaudíveis, e disse que ele estava numa reunião.
Meu amigo então falou:
”Tudo bem, nada importante, só queria saber sobre os preços de um barco 38 ou 42 pés... mas volto outro dia”.
Quando estava entrando no carro, aparece o executivo, correndo atrás dele.
“Ô Fulano, tudo bem? Estava numa reunião, mas já terminou...”
Meu amigo virou e disse:
“Bobão, só queria te dar um abraço!”

Na foto: seja sincero... faça como a moça, não minta! rsrsrs

“Necas de pitibiribas...”

Minha filha fez as provas do ENEN no ultimo fim de semana.
No domingo, fiz questão de levá-la até o portão da Faculdade onde seria realizado o exame.
Em 1975, quando fiz meu primeiro vestibular, nem eu, e acho que nem meu pai tínhamos a idéia da dimensão que é um vestibular.
Mesmo sendo um Educador, dono de escola, meu pai não me levou até a porta da escola onde ia fazer a prova, nem providenciou alguém para me levar. Tinha que ir sozinho.
Fiz o antigo CECEA e o primeiro dia de exame era no domingo.
Eu não tinha idéia de como era um vestibular, muito menos de como chegar até o bairro da Casa Verde onde ficava a escola em que fui colocado.
Como disse, não tinha noção da importância daquele dia.
Só sabia que era no bairro exatamente do lado oposto da cidade em relação ao meu.
Naquela época os ônibus que eu pegava eram os elétricos (“suspensórios”) para ir ao centro, à Rua Augusta ou ao Frevo, bar que eu já era freguês; um “freguês - Junior” ainda, eu diria.
Às vezes pegava o Sacomã para ir ao Ibirapuera ver algum evento esportivo no Ginásio, ou ao Play Center com os amigos (nessa fui longe, hein?).
Lembrem-se, mais jovens, nessa época não existia celular, GPS e nem Google Maps.
É claro, que como dizia meu amigo Luís: “Isso não vai dar certo...” (ou não iria).
Acordo muito cedo, tomo um café da manhã e saio de casa quase como um “easy Rider”.
Quando desci do elevador do prédio é que comecei a pensar o que faria.
Minha estratégia seria: pegar um ônibus até o centro e de lá, pegando informações, ir até a Casa Verde.
Saio do prédio e tomo o rumo Norte (Casa Verde não fica na zona Norte?). Minha idéia era ir até a Avenida Europa para pegar o “suspensório” com destino ao centro.
Para falar verdade, posso dizer que estava completamente perdido, já achando que o meu CECEA ia “pras cucuias”.
Porém, sempre temos aquele dia especial, acho que o meu foi naquele domingo.
Quando atravesso a Avenida Cidade Jardim, quase como um “Zumbi” sem destino, um anjo apareceu...
Era a Dona Mara, mãe da minha amiga Elaine Rocha, que estaciona o seu famoso Galaxie azul e pergunta:
“Prá onde você vai?”
“Putz... meu local de exame é na Casa Verde!”
“Então sobe, que o da Elaine também é”
Salvo pelo gongo, digo, pelo Galaxie Azul, ou melhor, pela Dona Mara.
Ah, vocês querem saber se eu entrei na USP?
Se eu não estava preparado nem para chegar ao local do vestibular, imaginem para entrar na FAU?
“Necas de pitibiribas...”

Na foto: 1974, foto para o Vestibular e alistamento militar, fui "dispensado" nos dois...

sexta-feira, 23 de maio de 2014

“♪♫♪...Eu uso óculos... ♪♫♪”

Comecei a usar óculos em 1966 ou 67.
Sei lá, foi no século passado, não dá para lembrar!
Nesta semana fui ao Oftalmo e descobri que a minha miopia abaixou mais um pouco.
Como sempre, uma notícia boa e uma ruim...
A ruim, é que vou precisar de óculos para leitura logo, logo.
O interessante foi como descobri que era míope.
Naquela época, meu cunhado Boli me levava todos os domingos a um jogo de futebol em São Paulo.
Num Santos e Palmeiras, no Pacaembu, não conseguia distinguir quem era o Pelé lá do alto da arquibancada.
Entre os dois, Pelé e Coutinho, que eram idênticos, qual era o Rei?
Perguntei:
“Qual é o Pelé?”
“O dez! Você não sabe?”, respondeu meu cunhado.
“Isso eu sei, mas você consegue ver o numero daqui de cima?”
Na semana seguinte eu já estava usando meus primeiros óculos, aos dez ou onze anos.
Então, comecei com o primeiro da série de fotos: “O pequeno Nerd”.
Hoje, essas armações anos 60, voltaram à moda.
Em 1969 escolhi um mais quadrado e com uma novidade: as lentes “foto cromáticas”, que ficavam escuras quando expostas ao sol...
Bom, isso foi o que o vendedor disse, mas esqueceu de dizer que mesmo à noite, em ambientes com muita luz o negócio ficava preto...
Por exemplo: no estúdio do Japonês, quando ele acendeu a iluminação, as lentes ficaram escuras.
Ao verem a foto, a pergunta de todos era sempre a mesma:
“Porque tirou foto de óculos escuros?”, a primeira foi minha mãe.
A seguir, em 1971, fui para um enorme, com armação de metal.
Até hoje, acho que os problemas de coluna que apareceram aos trinta, foram conseqüência daqueles óculos... como era pesado!
Ainda bem que um dia levei uma bolada num jogo de duplas e ele quebrou.
Voltei para um modelo quadrado, mas dessa vez com lentes transparentes mesmo, nada de experiências. Esses me acompanharam até a faculdade.
Na época da Arquitetura, 1976, troquei-o por um modelo “aviador”, esse até que era “legalzinho” (Foto de 77).
Também fiz um escuro (76), que tinha lentes com gráu (fotocromaticas, nunca mais!)
Seguindo... ôpa! Coloquei foto errada?
Não, comcei a usar lentes de contato a partir de 1978.
Parei nos anos 2000, por dois motivos básicos: jogo muito em quadras de saibro e lentes demandam muito cuidado, e nesse quesito, sou relapso.
Nesse ínterim, usava óculos também, e em alguns períodos parei de usar lentes de contato.
Depois, passei para o que eu chamava de “Corujão”, redondo.
Também tive um que usei na época do meu casamento, 1986. Era “fashion”, armação redonda e branca meio transparente...
Depois voltei para outro “Corujão” de armação “tartaruga”.
Finalmente, em 2005, uma menina que trabalha na ótica teve a brilhante iniciativa de dar uma bela explicação depois de mais quarenta anos perambulando pelas óticas de Capinas e São Paulo.
Disse ela. que para a miopia, as lentes menores ficavam menos grossas nas extremidades superiores e inferiores, tirando aquele aspecto de “fundo de garrafa”.
Bingo! “Demorô”!
Usei esse de 2005 até 2012, quando quebraram e aí troquei por um exatamente igual.
Foi aí que cheguei à minha armação atual (foto de 2013), que hoje foi substituída por uma bem parecida.
Não se mexe em time que está ganhando...

“Estraga-prazer”

Você deve conhecer algum...
É aquela pessoa que estraga uma surpresa, que corta um momento que você está curtindo, que conta o fim do filme ou da piada.
Todo estraga-prazer é um chato, mas nem todo chato é um estraga-prazer.
Tem também aquele estraga-prazer que fica sendo sem ser. O descuidado, conta para uma pessoa, por exemplo, que vai acontecer uma festa surpresa para ela.
Quando eu tinha uns sete ou oito anos mais ou menos e já não acreditava em Papai Noel... putz, você acredita? Estraguei tudo...
Mas continuando, quando eu tinha sete ou oito anos e já não acreditava em Papai Noel, fazia que acreditava, para não ser um “estraga-prazer” com meus pais, que acreditavam que eu acreditava.
Na noite de Natal, disse para os meus primos para irmos dormir para o bom velhinho deixar nossos presentes na sala. Não é que um dos primos, com muita satisfação em ser um “estraga-prazer”, me disse que Papai Noel não existia!
Prá que!
Sorte que eu já sabia, mas insisti com ele que acreditava, para não estragar seu prazer de ser um “estraga-prazer”.
Agora o maior estraga-prazer que conheci, e só fez isso uma vez comigo, foi um amigo meu da Praia das Cigarras.
Eu tinha treze anos e estava com uma menina que havia conhecido no bailinho de Carnaval (matinê) uns dias antes.
Na quinta feira de cinzas (sempre chamei assim as quintas e sextas depois do carnaval), a praia estava vazia e fui com a bonitinha passear nas pedras na ponta sul das Cigarras.
Já fora do raio de visão de uns poucos gatos pingados que estavam na praia numa quinta à tarde, começamos a trocar uns beijinhos.
A coisa esquentou e dei o meu primeiro beijo de verdade.
Nada de “uva, pêra, maçã’ ou aquele beijinho rápido. Foi primeiro ‘beijo-beijo”.
Ela não sabia e talvez nunca ficasse sabendo que foi o meu primeiro.
Depois de uns minutos, já me aperfeiçoando na arte, meu amigo aparece lá, Escalando as pedras como se fosse o soldado ateniense Fieldípedes passando uma mensagem depois de correr quarenta e dois quilômetros!
“Seu irmão está te procurando!”
Levantei-me, dei um último beijinho (penúltimo...). De mãos dadas com minha “professora” voltei pelas pedras para a praia a caminho do clube. Precisava encontrar meu irmão e saber qual era a “urgência”, não sem antes dar mais um, aí sim o último, beijo de despedida e marcando um encontro para o outro dia.
Quando a menina se afastou um pouco, indo em direção à sua casa, o filho da p#*@ do meu amigo diz;
‘Há, há, há... É mentira, seu irmão não te chamou’ há, há, há!”
Saindo das minhas características e adepto da filosofia de “não-violência”, dei um “bifa” no moleque...
Puta “estraga-prazer”!

Na foto: a deliciosa Praia das Cigarras, com as pedras ao fundo, onde aconteceu a história. Vazia, provavelmente num dia útil como o daquele dia. mais ainda, pois foi no inicio dos anos 70.

Como estaremos aos 80?

Descobri um programa que mostra, atravez de fotos 3x4, como estaremos aos 80 anos...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

“Almas gêmeas... almas gêmeas?”

Ela é Virgem ... eu, Sagitário...
Ela é Engenheira calculista... eu, Arquiteto, ruim de cálculo...
Ela fuma... eu, nunca fumei...
Ela gosta de cerveja e vinho ... eu, coca-cola...
Ela dorme tarde... eu, cedo...
Ela gosta de acordar tarde... eu, só acordo cedo...
Ela gosta de café morno... eu, quente...
Ela gosta de café fraco... eu, forte...
Ela é paciente... eu, impaciente...
Ela joga cartas... eu, não...
Ela gosta de pizza de rúcula... eu, calabreza...
Ela gosta de cebola... eu, passo...
Ela passa... eu, lavo...

É claro, também temos algumas poucas coisas em comum:
Ela releva meus defeitos... e eu os dela...
Ela respeita minhas particularidades... e eu as dela...
Ela atura minhas manias... e eu as dela...


Simples...

(postado no FaceBook no dia do nosso aniversário de casamento)

“A elegância é sua, mas a calça é Dolza...”

O vestido da noiva era simples e bonito, já o terno do noivo...
Era feio prá caramba!
Tinha até um furo no bolso que engoliu a caixinha das alianças.
Também...  fui alugar a roupa sozinho, poucos dias antes do casório.
Como não sou um "expert", fui com uma "receita" passada por uma amigo que entendia de moda.
Esse paletó, essa calça, essa gravata, etc. Tudo certinho, não tinha erro.
Cheguei na “locadora” e fui atendido por um simpático rapaz para o qual passei a “receita”.
Ele leu, olhou prá mim... leu mais um pouco... olhou novamente e disse:
"Do seu tamanho, não tenho".
Fui para o plano “B”. Ele novamente disse que não tinha.
Eu disse: "então vai, arruma um que serve em mim!”
Vesti o terno, ele marcou com uns alfinetes os ajustes que deveriam ser feitos e disse para eu pegar no dia seguinte.
Fui lá, experimentei, achei ótimo. Na medida, caimento perfeito...
Para mim estava ótimo mas na hora que a noiva chegou ao altar, não conseguiu disfarçar o susto pela “beleza” da minha indumentária!

Vem o caimento "perfeito" do terno...

“O buquê”

Existem cenas que não esquecemos; mesmo mais de vinte e o sete anos depois.
Data: Seis de Outubro de 1986.
Evento: Meu casamento.
Local: Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Não, não foi à entrada da noiva, a música, o padre, o “sim” ou o beijo...
Aconteceu após cerimônia e depois de receber cumprimentos de mais de 300 convidados.
Nessa hora, poucas pessoas estavam ali do lado de fora da Igreja, quase todos convidados haviam ido embora.
Estávamos saindo da igreja para pegar o carro e ir para a casa da minha sogra, onde teríamos um jantar em “petit-comitee”, quando alguém lembrou que a noiva tinha que jogar o buquê.
Só algumas amigas e sobrinhas ainda estavam lá, mesmo assim o ritual deveria ser seguido.
A Maria Raquel voltou para frente da igreja para executá-lo.
As meninas ficaram na calçada e ela ficou de costas, uns degraus acima para fazer o arremesso.
Eram menos de dez meninas.
Ao lado, só de “butuca”, meu sobrinho Roberto, então com uns nove ou dez anos, rondava o local com as duas mãos no bolso da elegante calça, feita para ir ao casamento do tio.
Na hora reparei que alguma idéia travessa passava pela cabeça daquele moleque...
Mas, o que?
Aconteceu... foi no momento em que a noiva contou até três e jogou o buquê.
O Beto deu dois passos para o lado e executou uma “ponte”, talvez inspirado pelo grande goleiro Neneca, campeão do Bugre em 78, pegou o buquê no alto, caiu no chão e saiu correndo e festejando como se tivesse defendido o último pênalti da final de um campeonato.
As meninas, é claro, correram atrás dele!

Nas fotos: Maria Raquel, Ricardo e o buquê. Beto, talvez contando para os tios como fez a grande defesa!

“Cebola no dos outros...”



Vocês conhecem aquela velha historia, lenda urbana, onde a patroa prepara todo jantar para vários convidados ilustres, e fala para a empregada:
“Na hora de servir o leitão, coloque uma maçã na boca e leve a bandeja para a sala”
Para espanto dos convidados, a empregada entra carregando a bandeja com uma maçã na boca... na dela, não na do leitão!
Outro dia comi um frango assado delicioso na casa da minha sogra.
Daqueles frangos que vão para o forno inteiro.
Realmente estava uma delicia, macio e não ficou seco como a maioria preparada no forno.
Perguntei qual era o segredo, para quando fizesse um em casa ficar igual.
Ela disse:
“Tempera o frango assim e assim...”
Mas, o segredo?
Ela completou:
“Antes de colocar no forno, descasque um cebola e coloque atrás...”
Eu, com cara de espanto, falei:
“Eu? eu não!!!”