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Meu
pai sempre gostou de novidades. Desde que me lembro por gente, sempre o
vi com coisas novas e modernas. Normalmente trazia de suas viagens aos
Estados Unidos.
Antigamente as novidades demoravam mais para chegar
aqui. Hoje um produto da Apple, um livro ou DVD por exemplo, é lançado
simultaneamente no mundo inteiro.
Uma das primeiras coisas que
pouca gente tinha era a vitrolinha no carro. Antes do cartucho e K-7,
funcionava com compactos que normalmente estragavam no carro por causa
do sol e em cada buraco a agulha pulava...
Nos anos sessenta ele
foi logo comprar as primeiras televisões em cores lançadas no Brasil. A
TV Tupi seria a pioneira na transmissão.
Só conseguimos assistir
“Bonanza”! O único programa que entrou no ar. Muita gente ia lá em casa
tentar ver o filme; tentar mesmo, porque na verdade nunca funcionou
direito.
O aparelho ficou lá, em preto e branco mesmo, e no inicio
dos anos 70 ficamos contentes, a TV em cores ia finalmente ser
implantada e usaríamos a nosso! Ledo engano, nossa TV era de um sistema
diferente do que seria aqui implantado.
Na escola dele (Liceu
Eduardo Prado), meu pai colocou um sistema de comunicação interno muito
útil. O “tele-speaker”; era como um viva-voz, que você apertava um botão
do departamento desejado e falava. Muito legal, funcionava muito bem.
Também nos anos 60, sempre atrás de novas tecnologias, meu pai trouxe
para a escola um aparelho de vídeo - tape. Não era o VHS ainda.
Consistia numa mala, do tipo “case” que quando você abria uma TV preto e
branco de umas 10 polegadas levantava automaticamente; ao lado o rolo
de tape e os comandos. A idéia era gravar aulas ou coisa parecida (isso
no meio dos 60!).
Em 1972, me lembro direitinho, meu pai trouxe dos EUA uma maravilha da tecnologia. Uma maquininha de calcular digital.
Você vai dizer, mas isso se compra até em mercadinho de interior!
Sim, mas naquela época foi a primeira. Era enorme, tenha entre 15 e 20
centímetros de comprimento, cinco de altura e uns dez de largura (já
imaginaram?) e para espanto dos meus colegas, fazias as quatro
operações! E mais nada! Nada de raiz quadrada ou qualquer outra
operação.
Também nessa época apareceu em casa com o primeiro vídeo
game. Era o “ping-pong”, que consistia numa bola indo de um lado para
outro, batendo nas laterais e dois comandos que moviam duas barrinha na
vertical, com as quais você evitava da bolinha passar e bater na sua
“parede”. Simples, mas revolucionário na época!
No meio dos anos 70
foi a vez do moderno “micro-ondas”. Foi um dos primeiros no Brasil.
Usamos durante anos, até começarem a aparecer os mais modernos, que eram
trazidos de Miami nos anos 80. Simples, esse forno só tinha o “timer”,
mas “quebrou o galho” durante anos!
Outras novidades que eram
trazidas das viagens dos pais: Walkie-talkie, aquela mola que desce
escada, carrinhos “Match-box”, calça “Lee”, tênis “All-star”... ( e você
lembra de mais algumas “novidades”?)
Para os mais novos terem
idéia, meu irmão trouxe dos EUA o LP “Rubber Soul” dos Beatles em
Fevereiro de 1966; o disco só foi lançado aqui em Setembro do mesmo ano,
e quando isso aconteceu, eu já sabia todas as músicas “décor e
salteado”...
Na foto: 1964, meu irmão Eduardo esperando "Bonanza".