quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
sábado, 1 de dezembro de 2012
"Eu queria um apelido!"
Todo mundo tem apelidos. “Tá” certo, nem todos.
Apelidos podem vir de casa, aqueles carinhosos, “Nani”, “Feca”, entre
outros. Meu irmão mais velho, Albertinho, tem o apelido de “Teté”, que
só os tios e os primos conhecem.
Normalmente, vem da dificuldade de um irmão mais novo em pronunciar seu nome.
Outros, vem da escola. Esses são de dois tipos: o que foi dado por algum fato e outro por gozação (hoje se chama “bulling”).
Lembro que na classe do meu primo tinha o “Fifi”. Ninguém sabia seu
nome; imaginavam Felipe, ou algo com Fe ou Fi. Nada disso. Ele tinha se
submetido a uma operação de fimose e seus colegas de classe começaram a
chamá-lo de “Fifi”.
Eu, sempre fui politicamente correto desde o
tempo que essa expressão não era usada, ou nem existia. Só chamava meus
amigos pelo apelido com a anuência deles (anuência é bom, hein?).
Tinha uma amigo que tinha o apelido pejorativo de “Cabeça de figo”, mas
juro, nunca, o chamei por esse “Nick”, no máximo “Cabeção”!
Até hoje, continuo assim, com meus alunos, principalmente crianças, pergunto se ela se incomoda por chamá-lo pelo apelido.
Uma vez, lá no Liceu, uma mãe queria falar com o diretor. Como não
estava lá nenhum diretor pedagógico, um jovem diretor administrativo,
filho do dono da escola foi receber a senhora.
Ele não sabia, mas ela estava lá para reclamar dos colegas do filho, que só o chamavam pelo apelido.
Ela entrou sentou-se, disse bom dia e antes que ela fizesse sua
reclamação, o jovem diretor, vendo a ficha do aluno e reconhecendo-o
pela foto, disse:
“Ah! A senhora é mãe do “Cabeção”!”
Eu nunca tive um apelido. Por incrível que pareça, isso é frustrante.
Não é verdade. Tive um por alguns meses.
Quando estava no cursinho Universitário, em 1974, 1975, o Professor Zé
Maria, de Geografia, me achou parecido com o Dustin Hoffman e começou a
me chamar de “Dustin” (acho que eu realmente era parecido, durante
alguns anos muitas pessoas falavam).
Fiquei contente. Que legal! Um apelido!
Durante alguns meses tive um apelido, que quando entrei na Faculdade, sumiu.
Trinta anos depois, estava na casa do meu pai em Jaguariúna, onde
sempre recebemos muitos amigos. Quando estava cumprimentando as visitas,
uma senhora, da minha idade, olha bem para mim e disse:
“Você não é o “Dustin”, do Universitário?”
Ah! que prazer, enfim, chamado pelo apelido!
Apelidos podem vir de casa, aqueles carinhosos, “Nani”, “Feca”, entre outros. Meu irmão mais velho, Albertinho, tem o apelido de “Teté”, que só os tios e os primos conhecem.
Normalmente, vem da dificuldade de um irmão mais novo em pronunciar seu nome.
Outros, vem da escola. Esses são de dois tipos: o que foi dado por algum fato e outro por gozação (hoje se chama “bulling”).
Lembro que na classe do meu primo tinha o “Fifi”. Ninguém sabia seu
nome; imaginavam Felipe, ou algo com Fe ou Fi. Nada disso. Ele tinha se
submetido a uma operação de fimose e seus colegas de classe começaram a
chamá-lo de “Fifi”.
Eu, sempre fui politicamente correto desde o tempo que essa expressão não era usada, ou nem existia. Só chamava meus amigos pelo apelido com a anuência deles (anuência é bom, hein?).
Tinha uma amigo que tinha o apelido pejorativo de “Cabeça de figo”, mas juro, nunca, o chamei por esse “Nick”, no máximo “Cabeção”!
Até hoje, continuo assim, com meus alunos, principalmente crianças, pergunto se ela se incomoda por chamá-lo pelo apelido.
Uma vez, lá no Liceu, uma mãe queria falar com o diretor. Como não estava lá nenhum diretor pedagógico, um jovem diretor administrativo, filho do dono da escola foi receber a senhora.
Ele não sabia, mas ela estava lá para reclamar dos colegas do filho, que só o chamavam pelo apelido.
Ela entrou sentou-se, disse bom dia e antes que ela fizesse sua reclamação, o jovem diretor, vendo a ficha do aluno e reconhecendo-o pela foto, disse:
“Ah! A senhora é mãe do “Cabeção”!”
Eu nunca tive um apelido. Por incrível que pareça, isso é frustrante.
Não é verdade. Tive um por alguns meses.
Quando estava no cursinho Universitário, em 1974, 1975, o Professor Zé Maria, de Geografia, me achou parecido com o Dustin Hoffman e começou a me chamar de “Dustin” (acho que eu realmente era parecido, durante alguns anos muitas pessoas falavam).
Fiquei contente. Que legal! Um apelido!
Durante alguns meses tive um apelido, que quando entrei na Faculdade, sumiu.
Trinta anos depois, estava na casa do meu pai em Jaguariúna, onde sempre recebemos muitos amigos. Quando estava cumprimentando as visitas, uma senhora, da minha idade, olha bem para mim e disse:
“Você não é o “Dustin”, do Universitário?”
Ah! que prazer, enfim, chamado pelo apelido!
Eu, sempre fui politicamente correto desde o tempo que essa expressão não era usada, ou nem existia. Só chamava meus amigos pelo apelido com a anuência deles (anuência é bom, hein?).
Tinha uma amigo que tinha o apelido pejorativo de “Cabeça de figo”, mas juro, nunca, o chamei por esse “Nick”, no máximo “Cabeção”!
Até hoje, continuo assim, com meus alunos, principalmente crianças, pergunto se ela se incomoda por chamá-lo pelo apelido.
Uma vez, lá no Liceu, uma mãe queria falar com o diretor. Como não estava lá nenhum diretor pedagógico, um jovem diretor administrativo, filho do dono da escola foi receber a senhora.
Ele não sabia, mas ela estava lá para reclamar dos colegas do filho, que só o chamavam pelo apelido.
Ela entrou sentou-se, disse bom dia e antes que ela fizesse sua reclamação, o jovem diretor, vendo a ficha do aluno e reconhecendo-o pela foto, disse:
“Ah! A senhora é mãe do “Cabeção”!”
Eu nunca tive um apelido. Por incrível que pareça, isso é frustrante.
Não é verdade. Tive um por alguns meses.
Quando estava no cursinho Universitário, em 1974, 1975, o Professor Zé Maria, de Geografia, me achou parecido com o Dustin Hoffman e começou a me chamar de “Dustin” (acho que eu realmente era parecido, durante alguns anos muitas pessoas falavam).
Fiquei contente. Que legal! Um apelido!
Durante alguns meses tive um apelido, que quando entrei na Faculdade, sumiu.
Trinta anos depois, estava na casa do meu pai em Jaguariúna, onde sempre recebemos muitos amigos. Quando estava cumprimentando as visitas, uma senhora, da minha idade, olha bem para mim e disse:
“Você não é o “Dustin”, do Universitário?”
Ah! que prazer, enfim, chamado pelo apelido!
Na foto: Eu e Dustin, ou seria Dustin e eu?
"O ônibus"
Já contei aqui várias vezes, muitos não acreditam, que fiz faculdade em Mogi das Cruzes, e que ia de ônibus diariamente.
Tá bom, quase todo dia, talvez por isso virei professor de tênis.
Algumas vezes (ou muitas) eu ia de carro e algumas (ou muitas) eu nem ia.
Mas é do ônibus que vou falar novamente.
Era muito cansativa a viagem diária para Mogi, mas como tudo tem um
lado bom, menos um disco do Demis Roussos (piada velha, cantor velho e
CD não tem lado!), esse lado bom era o ônibus.
Era lá que
conhecíamos os amigos e amigas. Foi numa das primeiras viagens que
conheci quem seria o meu melhor amigo da faculdade e pós faculdade; o
Luís.
Me lembro até hoje das nossas primeiras conversas. Ele sempre
se lembrava do dia que íamos jogar futebol e eu dizendo que jogava bem,
que estava louco para jogar, etc. Quando chegamos lá, eu passei mal e
voltei para Sampa na primeira carona!
No ônibus também aconteciam muitas paqueras e aproximações.
Tínhamos uma hora ou mais para jogar um “xaveco” (essa é boa!) numa menina que estávamos de olho.
Foi numa dessas idas e vindas que conheci uma menina que ficou na minha cabeça por anos (muitos anos...).
Eram entre uma e duas horas para ir e mais a mesma coisa para voltar.
Isso quando a Dutra não estava parada. Quando chegávamos a São Paulo, o
problema era o entroncamento da subida do Pacaembu com a Avenida Doutor
Arnaldo. Dependendo de quem estivesse do seu lado, a torcida era que a
Dutra estivesse parada e o transito em São Paulo infernal! Se é que
vocês me entendem...
Também no ônibus, acabávamos chegando à
conclusão que aquela menina que parecia meio esnobe, antipática, no
fundo era super legal. E claro, podíamos sentar do lado de um chato (ou o
chato seria eu?).
Também aconteciam coisas muito divertidas. Certa
vez aconteceu uma guerra de polvilho que foi histórica! Coisa de
criança... é o que éramos naquela hora.
No primeiro anos existiam
dois ônibus. Quando o primeiro estava cheio, ia embora; os que ficavam,
esperavam até um pouco depois das seis para ir no último.
Então, eu e
Luís, criamos um moda. Entravamos no primeiro, descíamos numa padaria
no inicio da estrada, ficávamos lá tomando um lanche e batendo um papo e
pegávamos o último ônibus de barriga cheia. Sorte que eu não bebia! Se
não seria um desastre!
Algumas semanas depois, vários colegas aderiram à nossa prática.
Certo dia, o ônibus quebrou na Dutra, perto de Guarulhos. Como o
reserva ia demorar, eu e alguns amigos, entre eles o Luís, pegamos um
intermunicipal para ir até o metrô, e de lá para casa.
Tudo bem,
andar de ônibus para mim e meus amigos era normal... menos para um, que
nunca, eu disse, nunca, havia entrado num ônibus com cobrador!
Ele achou aquela experiência muito enriquecedora...
Era lá que conhecíamos os amigos e amigas. Foi numa das primeiras viagens que conheci quem seria o meu melhor amigo da faculdade e pós faculdade; o Luís.
Me lembro até hoje das nossas primeiras conversas. Ele sempre se lembrava do dia que íamos jogar futebol e eu dizendo que jogava bem, que estava louco para jogar, etc. Quando chegamos lá, eu passei mal e voltei para Sampa na primeira carona!
No ônibus também aconteciam muitas paqueras e aproximações.
Tínhamos uma hora ou mais para jogar um “xaveco” (essa é boa!) numa menina que estávamos de olho.
Foi numa dessas idas e vindas que conheci uma menina que ficou na minha cabeça por anos (muitos anos...).
Eram entre uma e duas horas para ir e mais a mesma coisa para voltar. Isso quando a Dutra não estava parada. Quando chegávamos a São Paulo, o problema era o entroncamento da subida do Pacaembu com a Avenida Doutor Arnaldo. Dependendo de quem estivesse do seu lado, a torcida era que a Dutra estivesse parada e o transito em São Paulo infernal! Se é que vocês me entendem...
Também no ônibus, acabávamos chegando à conclusão que aquela menina que parecia meio esnobe, antipática, no fundo era super legal. E claro, podíamos sentar do lado de um chato (ou o chato seria eu?).
Também aconteciam coisas muito divertidas. Certa vez aconteceu uma guerra de polvilho que foi histórica! Coisa de criança... é o que éramos naquela hora.
No primeiro anos existiam dois ônibus. Quando o primeiro estava cheio, ia embora; os que ficavam, esperavam até um pouco depois das seis para ir no último.
Então, eu e Luís, criamos um moda. Entravamos no primeiro, descíamos numa padaria no inicio da estrada, ficávamos lá tomando um lanche e batendo um papo e pegávamos o último ônibus de barriga cheia. Sorte que eu não bebia! Se não seria um desastre!
Algumas semanas depois, vários colegas aderiram à nossa prática.
Certo dia, o ônibus quebrou na Dutra, perto de Guarulhos. Como o reserva ia demorar, eu e alguns amigos, entre eles o Luís, pegamos um intermunicipal para ir até o metrô, e de lá para casa.
Tudo bem, andar de ônibus para mim e meus amigos era normal... menos para um, que nunca, eu disse, nunca, havia entrado num ônibus com cobrador!
Ele achou aquela experiência muito enriquecedora...
“Lendas urbanas”
Vocês, mais velhos e da era pré internet, lembram das lendas urbanas?
Aquelas histórias que corriam soltas e você ouvia aqui e acolá (isso também é bem antigo...).
Umas realmente eram histórias que terminavam numa piada, como a do cara
que não tinha marcação de quilometragem no carro, e para saber em qual
quilometro da estrada estava, colocava uma madeira para fora do veículo e
contava as batidas dela nos postes (mais ou menos isso).
Mas existiam também aquelas que pessoas contavam. Muitas delas diziam até que estavam á, e viram!
Eram os “palheiros”, termo bem dos anos 70.
Uma delas é a do famoso casamento, geralmente era na Nossa Senhora do
Brasil, famílias conhecidas, igreja super decorada, “Buffet” esperando
depois da missa. Quando o Padre vai encerrar a cerimônia, antes do beijo
dos noivos, alguém grita na Igreja que tem fotos da noiva com o
padrinho que está ali do lado, de fraque alugado, mas muito chique.
O eixo da história era esse, mas os desdobramentos eram muitos. Em cada lugar aumentavam ou diminuíam as conseqüências.
Outra é aquela do cara que ia estacionar sua Mercedes, quando um cara de fusca entra na vaga e diz:
“O mundo é dos espertos!”.
Deixa o carro e vai fazer seus afazeres.
Quando volta, seu carro estava todo amassado, com um bilhetinho no pára-brisa:
“O mundo é dos ricos!”
Ele havia amassado o fusquinha com sua Mercedes.
Hoje se conta essa história normalmente como acontecida num Shopping.
Mas essa história é tão antiga, que eu escutei quando ainda não existia
Shopping no Brasil (o primeiro foi o Iguatemi, de São Paulo).
A história tinha se passado na frente do Teatro Municipal, no centro de São Paulo, onde íamos fazer compra no Mappin.
Pois bem, hoje as novas lendas urbanas são os alertas paranóicos
emitidos pela internet. Primeiro pelos e-mails, Orkut e agora pelo Face
Book.
Para não alongar, vou citar uma que era o máximo! (até hoje, ainda recebo).
Mais ou menos isso:
“Se você for vítima de um seqüestro relâmpago, digite o numero da sua
senha ao contrário. Automaticamente a policia será avisada!”.
Além de não avisar a polícia, ainda leva umas porradas do meliante!
Tem aquela que Microsoft vai pagar alguns centavos para cada email repassado...
Sem contar as muitas postagens com declarações atribuídas às grandes personalidades. Muitas já negadas por elas mesmas.
Uma pessoa de bom senso deveria perceber que algumas dessas frases não se encaixam no perfil do ”declarante”.
Por isso, não acredite piamente no que vê na TV, no Face ou no que um “palheiro” conta.
Nem em mim!
Na foto: O meu casamento não foi interrompido por ninguém... que alívio!
Uma delas é a do famoso casamento, geralmente era na Nossa Senhora do Brasil, famílias conhecidas, igreja super decorada, “Buffet” esperando depois da missa. Quando o Padre vai encerrar a cerimônia, antes do beijo dos noivos, alguém grita na Igreja que tem fotos da noiva com o padrinho que está ali do lado, de fraque alugado, mas muito chique.
O eixo da história era esse, mas os desdobramentos eram muitos. Em cada lugar aumentavam ou diminuíam as conseqüências.
Outra é aquela do cara que ia estacionar sua Mercedes, quando um cara de fusca entra na vaga e diz:
“O mundo é dos espertos!”.
Deixa o carro e vai fazer seus afazeres.
Quando volta, seu carro estava todo amassado, com um bilhetinho no pára-brisa:
“O mundo é dos ricos!”
Ele havia amassado o fusquinha com sua Mercedes.
Hoje se conta essa história normalmente como acontecida num Shopping. Mas essa história é tão antiga, que eu escutei quando ainda não existia Shopping no Brasil (o primeiro foi o Iguatemi, de São Paulo).
A história tinha se passado na frente do Teatro Municipal, no centro de São Paulo, onde íamos fazer compra no Mappin.
Pois bem, hoje as novas lendas urbanas são os alertas paranóicos emitidos pela internet. Primeiro pelos e-mails, Orkut e agora pelo Face Book.
Para não alongar, vou citar uma que era o máximo! (até hoje, ainda recebo).
Mais ou menos isso:
“Se você for vítima de um seqüestro relâmpago, digite o numero da sua senha ao contrário. Automaticamente a policia será avisada!”.
Além de não avisar a polícia, ainda leva umas porradas do meliante!
Tem aquela que Microsoft vai pagar alguns centavos para cada email repassado...
Sem contar as muitas postagens com declarações atribuídas às grandes personalidades. Muitas já negadas por elas mesmas.
Uma pessoa de bom senso deveria perceber que algumas dessas frases não se encaixam no perfil do ”declarante”.
Por isso, não acredite piamente no que vê na TV, no Face ou no que um “palheiro” conta.
Nem em mim!
Na foto: O meu casamento não foi interrompido por ninguém... que alívio!
Otimistas e pessimistas
Comentando uma foto de uma amiga no FaceBook, que mostrava a rua
considerada a mais bonita do Brasil, cheia de imensas árvores, comentei:
“Otimista: que legal, sombra e oxigênio!
Pessimista: É, mas no dia de temporal é um perigo...
O pior é que eu conheço gente do segundo tipo!”
Logo em seguida, veio esse texto na minha cabeça...
Na vida conhecemos vários tipos de pessoas.
Entre elas estão os otimistas, os pessimistas e os que ficam no meio termo, grupo ao qual me incluo.
Nunca penso no pior logo de cara, mas também sou realista para encarar os maus momentos.
Na verdade eu sou um otimista, vai... Não daquele que ganha uma lata de esterco e pergunta onde está o cavalo?
Mas o que me intriga e me faz pensar são as pessoas pessimistas, ou aquelas que vêem o lado ruim da coisa em primeiro lugar.
Conheço um tipo (um não, mais de um!) que toda vez que cito algum amigo
do passado, alguma pessoa conhecida, em noventa por cento dos casos ele
fala alguma coisa contra.
Você conta que encontrou um amigo dele de juventude, ele logo diz:
“É um chato!”, “IIhh, esse cara!”... e outras observações.
Porém, o tipo que mais me impressiona é o pessimista de toda hora.
Uma conhecia minha mudou-se de São Paulo para o Condomínio Duas Marias,
aqui em Jaguariúna há uns vinte anos, quando ainda não havia ligação
asfaltada entre o Condomínio e Holambra (uns dois quilômetros de terra).
Num dos seus primeiros dias aqui, aliás, um dia ensolarado, muito
bonito, eu a encontrei em Holambra e querendo fazer as boas vindas,
disse:
“Legal, morando aqui! Vida mais tranqüila, as coisas mais fáceis, etc.”
A resposta dela foi de “bate - pronto”... não de “voleio”:
“É, mas quando chover, esta estradinha (os dois quilômetros), vão virar um barro só!”
Veja se é possível? Num dia de Outono, sol gostoso, céu azul e a
primeira coisa que vem na mente daquela “Nuvem escura ambulante” é um
dia chuvoso e estrada enlameada!
Mas vocês pensam que termina por aí? Não!
Mais recentemente, eu estava na casa dos meus pais fazendo umas
coisinhas e chegou uma Van branca com uma encomenda para meu pai.
Recebi, assinei o canhoto e o perua foi embora.
Não menos que cinco minutos depois, atendi o telefone, e minha irmã
perguntou o que tinha acontecido, pois ligaram para ela dizendo que
tinha um Ambulância na frente da casa do meu pai!
“Não, não havia ambulância nenhuma, foi algum engano”
Minutos mais tarde descobri qual foi o “engano”:
A “Nuvem escura ambulante” é que tinha visto a ambulância na porta da casa dos meus pais e ligou para a minha irmã!
Era a Van branca entregando uma encomenda da Livraria Saraiva!!!!!!
Logo em seguida, veio esse texto na minha cabeça...
Na vida conhecemos vários tipos de pessoas.
Entre elas estão os otimistas, os pessimistas e os que ficam no meio termo, grupo ao qual me incluo.
Nunca penso no pior logo de cara, mas também sou realista para encarar os maus momentos.
Na verdade eu sou um otimista, vai... Não daquele que ganha uma lata de esterco e pergunta onde está o cavalo?
Mas o que me intriga e me faz pensar são as pessoas pessimistas, ou aquelas que vêem o lado ruim da coisa em primeiro lugar.
Conheço um tipo (um não, mais de um!) que toda vez que cito algum amigo do passado, alguma pessoa conhecida, em noventa por cento dos casos ele fala alguma coisa contra.
Você conta que encontrou um amigo dele de juventude, ele logo diz:
Porém, o tipo que mais me impressiona é o pessimista de toda hora.
Uma conhecia minha mudou-se de São Paulo para o Condomínio Duas Marias, aqui em Jaguariúna há uns vinte anos, quando ainda não havia ligação asfaltada entre o Condomínio e Holambra (uns dois quilômetros de terra).
Num dos seus primeiros dias aqui, aliás, um dia ensolarado, muito bonito, eu a encontrei em Holambra e querendo fazer as boas vindas, disse:
“Legal, morando aqui! Vida mais tranqüila, as coisas mais fáceis, etc.”
A resposta dela foi de “bate - pronto”... não de “voleio”:
“É, mas quando chover, esta estradinha (os dois quilômetros), vão virar um barro só!”
Veja se é possível? Num dia de Outono, sol gostoso, céu azul e a primeira coisa que vem na mente daquela “Nuvem escura ambulante” é um dia chuvoso e estrada enlameada!
Mas vocês pensam que termina por aí? Não!
Mais recentemente, eu estava na casa dos meus pais fazendo umas coisinhas e chegou uma Van branca com uma encomenda para meu pai.
Recebi, assinei o canhoto e o perua foi embora.
Não menos que cinco minutos depois, atendi o telefone, e minha irmã perguntou o que tinha acontecido, pois ligaram para ela dizendo que tinha um Ambulância na frente da casa do meu pai!
“Não, não havia ambulância nenhuma, foi algum engano”
Minutos mais tarde descobri qual foi o “engano”:
A “Nuvem escura ambulante” é que tinha visto a ambulância na porta da casa dos meus pais e ligou para a minha irmã!
Era a Van branca entregando uma encomenda da Livraria Saraiva!!!!!!
domingo, 19 de agosto de 2012
"Te conheço de algum lugar..."
Pois eu vou contar uma história com um professor da FAUBC (Arquitetura Brás Cubas, Mogi das Cruzes, onde me formei em Arquitetura)
Em 1985 eu cursava a faculdade de Educação Física na PUC de Campinas.
Visitando a Faculdade de Arquitetura, que fica em outro prédio, próximo ao complexo da FAEFI, encontrei os professores Stark, Irineu Idoeta, professor de topografia e o Eduardo Lima (de Mogi Mirim), que era nosso colega da turma um ano (ou meio semestre acima), e agora lecionava na PUCCamp. Faltava encontrar o Maurício, professor de desenho (comunicação visual) que também dava aulas em Campinas nessa época.
A Educação Física parecia um clube; tem quadras esportivas, tenis e uma bela piscina, onde os alunos das outras faculdades iam dar umas braçadas, tomar sol
Em 1985 eu cursava a faculdade de Educação Física na PUC de Campinas.
Visitando a Faculdade de Arquitetura, que fica em outro prédio, próximo ao complexo da FAEFI, encontrei os professores Stark, Irineu Idoeta, professor de topografia e o Eduardo Lima (de Mogi Mirim), que era nosso colega da turma um ano (ou meio semestre acima), e agora lecionava na PUCCamp. Faltava encontrar o Maurício, professor de desenho (comunicação visual) que também dava aulas em Campinas nessa época.
A Educação Física parecia um clube; tem quadras esportivas, tenis e uma bela piscina, onde os alunos das outras faculdades iam dar umas braçadas, tomar sol
e ver as meninas de biquíni...
Um dia, na hora do almoço, fui dar umas braçadas... não, confesso, fui ver as meninas... entrei no vestiário e lá estava o Maurício acabando de tomar banho. Eu o cumprimentei com um “boa tarde!”, e continuei andando por lá. Como eu estava com a camisa do uniforme da Educação física (FAEFI PUCC), ele me olhava, olhava, como se me conhecesse de algum lugar. Eu percebi, mas fiquei quieto.
Ele subiu para o bar (em cima dos vestiários e de frente para a piscina; grande visão da piscina!) e continuou “encucado”.
Depois de uns dez minutos resolvi acabar com a sua agonia, dizendo:
“Você me conhece, e não sabe de onde, né?”
Ele confirmou, e eu disse:
“Fui seu aluno em Mogi, há uns sete anos atrás”
Ele, intrigado com minha camiseta da FAEFI, perguntou, sem entender:
“E o que é que você está fazendo aqui?”
Eu expliquei, e ele até se lembrou de mim e da minha equipe: eu, Luis, Goretti e Jorge.
Um dia, na hora do almoço, fui dar umas braçadas... não, confesso, fui ver as meninas... entrei no vestiário e lá estava o Maurício acabando de tomar banho. Eu o cumprimentei com um “boa tarde!”, e continuei andando por lá. Como eu estava com a camisa do uniforme da Educação física (FAEFI PUCC), ele me olhava, olhava, como se me conhecesse de algum lugar. Eu percebi, mas fiquei quieto.
Ele subiu para o bar (em cima dos vestiários e de frente para a piscina; grande visão da piscina!) e continuou “encucado”.
Depois de uns dez minutos resolvi acabar com a sua agonia, dizendo:
“Você me conhece, e não sabe de onde, né?”
Ele confirmou, e eu disse:
“Fui seu aluno em Mogi, há uns sete anos atrás”
Ele, intrigado com minha camiseta da FAEFI, perguntou, sem entender:
“E o que é que você está fazendo aqui?”
Eu expliquei, e ele até se lembrou de mim e da minha equipe: eu, Luis, Goretti e Jorge.
sábado, 7 de julho de 2012
“Modernidades”
Meu
pai sempre gostou de novidades. Desde que me lembro por gente, sempre o
vi com coisas novas e modernas. Normalmente trazia de suas viagens aos
Estados Unidos.
Antigamente as novidades demoravam mais para chegar
aqui. Hoje um produto da Apple, um livro ou DVD por exemplo, é lançado
simultaneamente no mundo inteiro.
Uma das primeiras coisas que
pouca gente tinha era a vitrolinha no carro. Antes do cartucho e K-7,
funcionava com compactos que normalmente estragavam no carro por causa
do sol e em cada buraco a agulha pulava...
Nos anos sessenta ele
foi logo comprar as primeiras televisões em cores lançadas no Brasil. A
TV Tupi seria a pioneira na transmissão.
Só conseguimos assistir
“Bonanza”! O único programa que entrou no ar. Muita gente ia lá em casa
tentar ver o filme; tentar mesmo, porque na verdade nunca funcionou
direito.
O aparelho ficou lá, em preto e branco mesmo, e no inicio
dos anos 70 ficamos contentes, a TV em cores ia finalmente ser
implantada e usaríamos a nosso! Ledo engano, nossa TV era de um sistema
diferente do que seria aqui implantado.
Na escola dele (Liceu
Eduardo Prado), meu pai colocou um sistema de comunicação interno muito
útil. O “tele-speaker”; era como um viva-voz, que você apertava um botão
do departamento desejado e falava. Muito legal, funcionava muito bem.
Também nos anos 60, sempre atrás de novas tecnologias, meu pai trouxe
para a escola um aparelho de vídeo - tape. Não era o VHS ainda.
Consistia numa mala, do tipo “case” que quando você abria uma TV preto e
branco de umas 10 polegadas levantava automaticamente; ao lado o rolo
de tape e os comandos. A idéia era gravar aulas ou coisa parecida (isso
no meio dos 60!).
Em 1972, me lembro direitinho, meu pai trouxe dos EUA uma maravilha da tecnologia. Uma maquininha de calcular digital.
Você vai dizer, mas isso se compra até em mercadinho de interior!
Sim, mas naquela época foi a primeira. Era enorme, tenha entre 15 e 20
centímetros de comprimento, cinco de altura e uns dez de largura (já
imaginaram?) e para espanto dos meus colegas, fazias as quatro
operações! E mais nada! Nada de raiz quadrada ou qualquer outra
operação.
Também nessa época apareceu em casa com o primeiro vídeo
game. Era o “ping-pong”, que consistia numa bola indo de um lado para
outro, batendo nas laterais e dois comandos que moviam duas barrinha na
vertical, com as quais você evitava da bolinha passar e bater na sua
“parede”. Simples, mas revolucionário na época!
No meio dos anos 70
foi a vez do moderno “micro-ondas”. Foi um dos primeiros no Brasil.
Usamos durante anos, até começarem a aparecer os mais modernos, que eram
trazidos de Miami nos anos 80. Simples, esse forno só tinha o “timer”,
mas “quebrou o galho” durante anos!
Outras novidades que eram
trazidas das viagens dos pais: Walkie-talkie, aquela mola que desce
escada, carrinhos “Match-box”, calça “Lee”, tênis “All-star”... ( e você
lembra de mais algumas “novidades”?)
Para os mais novos terem
idéia, meu irmão trouxe dos EUA o LP “Rubber Soul” dos Beatles em
Fevereiro de 1966; o disco só foi lançado aqui em Setembro do mesmo ano,
e quando isso aconteceu, eu já sabia todas as músicas “décor e
salteado”...
Na foto: 1964, meu irmão Eduardo esperando "Bonanza".
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Morando na escola...
Lembramos
de muitas coisas interessantes de nossa infância e adolescência.
A coisa que
mais me marcou foi o fato de ter morado em cima da minha escola desde os cinco
anos de idade.
Não, não
fique com pena! Eu não era um “aluno problema” internado numa escola (era assim
que ameaçavam as crianças naquela época; hoje ameaçam tirar o celular ou a
internet...).
Na verdade
meu pai era Diretor e proprietário de uma escola em São Paulo, e fez um grande
apartamento no quinto andar do prédio.
Agora você
vai pensar: que moleza, filho do dono, etc...
Algumas
vezes isso era bom, mas para quem conhece o Macedão, sabe que não.
Para vocês
imaginarem como era nossa disciplina, uma das coisas que só me toquei agora,
depois de mais de trinta anos, é que na hora de aula eu descia e subia para
“casa” pelas escadas, como todo aluno fazia e no período da noite, quando eu
não era aluno, subia e descia pelo elevador. Interessante é que não me lembro
do meu pai ter nos dado essa recomendação, era uma coisa minha, disciplina
natural.
Eu brinco
até hoje que minha grande frustração era o fato de não ir de “perua” para a
escola; eu morava nela!
Mas
voltando ao fato de morar na escola, era como se eu morasse num desses
condomínios que existem hoje aos milhares. Embaixo do meu apartamento tinha
quadra poliesportiva, uma área enorme para brincar, parquinho, bar, etc.
Outra coisa
que marcava muito era o silencio de sábado a partir da tarde e aos domingos.
Aquele burburinho da escola, que chegou a ter mais de três mil alunos, virava
um silencio total.
Era como se
você estivesse ouvindo um som e de repente o desligassem, era o Domingo.
Quando eu
era menor, andar sozinho aos sábados à noite pelos corredores e escadas vazias daquele
prédio de quase 8.000 metros
quadrados , era um grande desafio a minha coragem...
Também era
muito legal nos fins de semana, juntar uns amigos e jogar futebol na quadra ou
brincar pelo enorme terreno da escola. Quando aconteciam jogos aos sábados à
tarde, eu ficava brincando no pátio e quando o jogo parava, eu e mais alguns
garotos ficávamos chutando bola no gol até sermos expulsos pelos jogadores; daí
voltávamos a jogar no pátio.
Como as
instalações da escola eram modernas, eu, nas minhas horas vagas, vagava pelos
vários departamentos. Muitas vezes ia no laboratório de eletrônica, onde o
Kogima (chefe do pedaço) fez para mim um rádio “Galena”. Também gostava de ir a
“gráfica”, usar o mimeógrafo, onde me lembro, fiz súmulas para um campeonatinho
de futebol que organizei com amigos. No bar, algumas vezes ficava atrás do
balcão ajudando o pessoal a servir os alunos do noturno na hora do intervalo.
Circulava pelas salas da administração entre máquinas de escrever, mesas e
cadeiras de escritório que me pareciam enormes nos primeiros anos que lá morei.
E as opções
de laser que eu tinha? Por exemplo: a turma do Vocacional ia apresentar uma
peça de teatro, eu ia ver; show de música, eu estava lá; jogo contra aos
sábados, eu na arquibancada; palestra de alguma pessoa importante no teatro, eu
estava lá no cantinho acompanhando.
Ir a
biblioteca era uma boa. Muitas vezes ficava sozinho lá folheando livros, mesmo
antes de saber ler. O livro que eu mais gostava era o dos “Sobrinhos do
Capitão”.
Realmente
eu cresci naquele prédio; nos primeiros anos eu tinha que pular ou pedir para o
porteiro apertar o botão do quinto andar; quando saí de lá já os alcançava com
facilidade. Quando não tinha ninguém para me ajudar, eu pulava e tentava
acertar o botão e muitas vezes só conseguia o do terceiro andar; então descia
lá e subia dois de escada...
Em 1972,
quando passei para o científico, uma mudança radical: meu pai deixou a escola e
depois de dez anos “descendo” para a escola (e dez anos nessa idade significam
vinte), comecei a ir para as aulas pelas ruas, como todos meus colegas.
Agora,
alguns amigos que não conviveram comigo naquela época, vão entender porque
aqueles anos me marcaram tanto!
O prédio e meu apartamento no 5º andar; os corredores que me davam medo aos sábados a noite!; a quadra, grandes rachas...; o patio, nos fins de semena: meu quintal; eu de mascote num jogo de funcionários e profesores num sábado à tarde.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
"Trilha sonora"
Meu pai sempre gostou de música. Apesar de eu achar que ele não é um
entendido de música como eu me “acho”, mas ele curte. Hoje, aos oitenta e sete
anos, ele “baixa” musica no computador e tem um arquivo grande em tamanho e em
ecletismo.
Desde pequeno, sempre ouvi música em casa.
No começo, eram os discos: Trini Lopes, Sinatra... até o dia que apareceu em casa um compacto duplo dos Beatles, com: “A Taste of honey”, “Twist and Shout”, “There’s a place” e “Do you want to know a secret”. Foi aí que comecei minha admiração pelo quatro de Liverpool e que vai ser importante e chave para o fechamento desse texto.
Como eu dizia, primeiro foram os discos de vinil; como meu pai é louco por novidades, ele colocou um “radio vitrola”, sim, uma “vitrolinha” no Simca Chambord e lá tocávamos os disquinhos. É claro que existiam alguns problemas com uma estrada esburacada, que fazia o disco pular e o fato dos discos ficarem dentro do carro, o que muitas vezes os deixavam tortos em virtude do calor.
Seguindo com as novidades, depois com as muitas viagens do meu pai para os EUA nos anos 60, apareceram os Tapes em cartucho (vocês lembram?). Além de um belo Tape de rolo marca Robert’s com entrada lateral para cartuchos, ele também colocou um tape de cartuchos no carro. Lembro que o cartucho mais ouvido era o do Bob Goldsboro com “Honey”. Até hoje sei a música inteira. Havia muitos outros, entre ele um do Herb Albert and Tijuana Brass.
Depois dos Cartuchos vieram as fitas cassete. Nos anos 70 ele trazia dos EUA e da Europa os últimos lançamentos e coisas novas, como três cassetes da Olivia Newton John que funcionam até hoje!
Paralelo aos cartuchos e cassetes, ele continuava trazendo discos de vinil. Sempre trazia os lançamentos e os primeiros lugares das paradas. Muitos, tenho até hoje.
Em 1974, ele trouxe o “Goodbye Yellow Brick Road”, do Elton John; era um disco duplo com capa tripla, com todas as letras, e ricamente ilustrado, que emprestei para uma amiga e depois de trinta e sete anos vim saber que ainda está vivo na casa de outra amiga do colégio com quem encontrei num desses almoços saudosistas que eu organizo.
Nessa época, como meu pai sabia que eu era fanático por Beatles, me trouxe em primeira mão o disco “Rock and Roll” de John Lennon, que só saiu aqui depois de alguns meses.
Toda essa introdução foi para contar que numa das suas ultimas viagens ele trouxe um CD com músicas dos Beatles (sim a evolução: vinil, cartucho, cassete e CD...). Sempre querendo me agradar, comprou em alguma liquidação uma caixa com três CDs de musicas dos Beatles em Orquestra.
Até que são arranjos legais, não rebuscados ou exagerados, até com certa fidelidade nas melodias, mas sempre tenho certa aversão a esse tipo de gravação.
Como não gosto de dizer que não gostei de alguma coisa sem experimentar, coloquei os discos para tocar no meu som e deitei no sofá.
Estava eu lá, de barriga para cima, com as mãos cruzadas sobre o peito e de olhos fechados, ouvindo aqueles arranjos suaves, me sentindo no “céu”, quando minha mulher passa, dá uma paradinha e fala:
“Legal, já temos discos para tocar no seu velório!”
Eu, hein?!
Na foto: A capa igual ao do meu primeiro disco dos Bealtes
Desde pequeno, sempre ouvi música em casa.
No começo, eram os discos: Trini Lopes, Sinatra... até o dia que apareceu em casa um compacto duplo dos Beatles, com: “A Taste of honey”, “Twist and Shout”, “There’s a place” e “Do you want to know a secret”. Foi aí que comecei minha admiração pelo quatro de Liverpool e que vai ser importante e chave para o fechamento desse texto.
Como eu dizia, primeiro foram os discos de vinil; como meu pai é louco por novidades, ele colocou um “radio vitrola”, sim, uma “vitrolinha” no Simca Chambord e lá tocávamos os disquinhos. É claro que existiam alguns problemas com uma estrada esburacada, que fazia o disco pular e o fato dos discos ficarem dentro do carro, o que muitas vezes os deixavam tortos em virtude do calor.
Seguindo com as novidades, depois com as muitas viagens do meu pai para os EUA nos anos 60, apareceram os Tapes em cartucho (vocês lembram?). Além de um belo Tape de rolo marca Robert’s com entrada lateral para cartuchos, ele também colocou um tape de cartuchos no carro. Lembro que o cartucho mais ouvido era o do Bob Goldsboro com “Honey”. Até hoje sei a música inteira. Havia muitos outros, entre ele um do Herb Albert and Tijuana Brass.
Depois dos Cartuchos vieram as fitas cassete. Nos anos 70 ele trazia dos EUA e da Europa os últimos lançamentos e coisas novas, como três cassetes da Olivia Newton John que funcionam até hoje!
Paralelo aos cartuchos e cassetes, ele continuava trazendo discos de vinil. Sempre trazia os lançamentos e os primeiros lugares das paradas. Muitos, tenho até hoje.
Em 1974, ele trouxe o “Goodbye Yellow Brick Road”, do Elton John; era um disco duplo com capa tripla, com todas as letras, e ricamente ilustrado, que emprestei para uma amiga e depois de trinta e sete anos vim saber que ainda está vivo na casa de outra amiga do colégio com quem encontrei num desses almoços saudosistas que eu organizo.
Nessa época, como meu pai sabia que eu era fanático por Beatles, me trouxe em primeira mão o disco “Rock and Roll” de John Lennon, que só saiu aqui depois de alguns meses.
Toda essa introdução foi para contar que numa das suas ultimas viagens ele trouxe um CD com músicas dos Beatles (sim a evolução: vinil, cartucho, cassete e CD...). Sempre querendo me agradar, comprou em alguma liquidação uma caixa com três CDs de musicas dos Beatles em Orquestra.
Até que são arranjos legais, não rebuscados ou exagerados, até com certa fidelidade nas melodias, mas sempre tenho certa aversão a esse tipo de gravação.
Como não gosto de dizer que não gostei de alguma coisa sem experimentar, coloquei os discos para tocar no meu som e deitei no sofá.
Estava eu lá, de barriga para cima, com as mãos cruzadas sobre o peito e de olhos fechados, ouvindo aqueles arranjos suaves, me sentindo no “céu”, quando minha mulher passa, dá uma paradinha e fala:
“Legal, já temos discos para tocar no seu velório!”
Eu, hein?!
Na foto: A capa igual ao do meu primeiro disco dos Bealtes
quarta-feira, 6 de junho de 2012
O circo
Em
1935, chegou em Campinas um circo que se estabeleceu por algumas semanas nos
campos onde hoje fica a Avenida Senador Saraiva, mais ou menos onde era o
incendiado Eldorado.
Muitas crianças foram ver a montagem, e curiosos ver os artistas de perto.
Num final de tarde, duas crianças, uma das quais morava num sítio no Descampado, ao lado de onde hoje fica o Aeroporto de Viracopos, chegaram na entrada ao lado da bilheteria e ficaram esperando a abertura dos guichês para compra de ingressos.
Depois de alguns minutos, curiosos, deram uma olhada para o lado de dentro e nada, não aparecia ninguém.
Súbito, um artista aparece e pergunta o que eles queriam.
Assistir à função, responderam as crianças.
O homem, deixou os dois entrarem, colocou dois banquinhos, acendeu uma luz e os deixou por alguns minutos.
Quando voltou, os meninos perguntaram quando começava a apresentação e tiveram uma resposta surpreendente:
”Ah, só tem apresentação amanhã, háháháhá!”
Anos depois, as crianças vieram a saber que aquele, que estava à paisana, era o palhaço principal do show, ninguém menos que o Arrelia!
Ah, quem eram as crianças?
Uma era Alberto Macedo Junior, o Albertinho, meu pai!
Muitas crianças foram ver a montagem, e curiosos ver os artistas de perto.
Num final de tarde, duas crianças, uma das quais morava num sítio no Descampado, ao lado de onde hoje fica o Aeroporto de Viracopos, chegaram na entrada ao lado da bilheteria e ficaram esperando a abertura dos guichês para compra de ingressos.
Depois de alguns minutos, curiosos, deram uma olhada para o lado de dentro e nada, não aparecia ninguém.
Súbito, um artista aparece e pergunta o que eles queriam.
Assistir à função, responderam as crianças.
O homem, deixou os dois entrarem, colocou dois banquinhos, acendeu uma luz e os deixou por alguns minutos.
Quando voltou, os meninos perguntaram quando começava a apresentação e tiveram uma resposta surpreendente:
”Ah, só tem apresentação amanhã, háháháhá!”
Anos depois, as crianças vieram a saber que aquele, que estava à paisana, era o palhaço principal do show, ninguém menos que o Arrelia!
Ah, quem eram as crianças?
Uma era Alberto Macedo Junior, o Albertinho, meu pai!
domingo, 3 de junho de 2012
"Será que ninguém me leva a sério!!"
No final dos anos 70 uma amiga de infância ia estrear como atriz na
extinta TV Tupi. Eu dizia para alguns amigos que eu a conhecia, etc,
etc.
Como sou muito brincalhão, meus amigos achavam que era lorota, que eu dizia isso porque ela era de Campinas.
Logo depois ela foi para a Globo e estourou no Brasil e meus amigos ainda achavam que era historia minha.
Mas era
verdade, eu a conheci, e ela já era linda aos 11 anos. Depois eu a
encontrei em Parati já quase aos 18. No finalzinho dos anos 70, antes do
sucesso, ela foi dar aulas no CEL-LEP onde sempre conversávamos.
De lá, foi para a estréia na Tupi. Nunca fomos amigos íntimos, foram encontros esporádicos através dos anos.
No inicio dos anos 80, já famosa, ela veio descansar uns dias aqui no
Hotel (Duas Marias, onde eu morava) e refizemos o contato, que há alguns
anos não fazíamos.
Acho que ela nem lembrava muito de mim, mas o que aconteceu uma semana depois foi muito engraçado.
Uma das amigas que não acreditavam que eu realmente conhecia a jovem
atriz, veio passar uns dias aqui em Jaguariúna e certa tarde fomos ao
“shopping” em Campinas.
Quando eu descia uma escada rolante ao lado da minha amiga, escuto uma voz feminina:
“Psiu, Silvio!”
Era minha amiga atriz, que por causa do nosso rápido e recente encontro
uma semana antes, lembrava de mim e do meu nome. Apresentei-a a minha
amiga se Sampa, trocamos algumas palavras rápidas e nos despedimos.
Logo em seguida, quase que instantaneamente minha amiga disse:
“Eu jurava que durante esses anos todos você estava tirando sarro quando dizia que a conhecia”.
Será que ninguém me leva a sério?
Na foto: linda, simpática, talentosa e inteligente...
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Estória ou história - “Uma lembrança não muito boa”
Quinta feira voltei ao ginásio do Ibirapuera depois de anos sem ir lá.
Nos anos sessenta e setenta vi muitos eventos no complexo: tênis,
basquete, Holiday on ice, Harlen Globe-trotters, etc. O que me trás
muitas boas lembranças.
Antes de chegar no ginásio, parei no Mcdonalds para almoçar já que não sabia como era a estrutura gastronômica do torneio.
No “Mac” sentaram ao meu lado, dois soldados do exercito que fica ali ao lado.
Nessa hora lembrei de um susto que passei numa noite em 1971.
Antes, um adendo para os mais jovens que não eram nascidos entre 1964 e 1979 (mais ou menos).
Em 1971, vivíamos com a ditadura (nos dois sentidos...). Qualquer coisa
era pretexto para você ser acusado de “Comunista”: uma música, um
artigo, uma roda de amigos. Só quem viveu, sabe como foi.
Então vamos para aquela noite de Dezembro de 1971:
Eu e meu saudoso amigo Jorge Heide estávamos num taxi a caminho do
apartamento do também colega de classe Flavio Duprat para uma festa; No
"fusca", o motorista Português, ia batendo papo de taxi; falando de
futebol. Estava meio distraído e quando estava na frente do quartel na
Abílio Soares, numa manobra brusca, desviou das “tartarugas” que ficavam
do lado direito da rua.
Nesse momento os soldados que estavam na
rua mandaram ele parar e de dentro do quartel saíram mais uns oito
empunhando fuzis e metralhadoras cercaram o carro.
“Pára, pára!”
Eu gelei. O oficial mandou descermos, pediu os documentos e perguntou
por que o “Portuga” fez a manobra. Ele disse, com o pouco de voz que
sobrou, que desviou das “tartarugas”.
O oficial, gritando como se
estivesse falando com um soldado aspirante, disse que as “tartarugas”
estavam lá para passar por cima.
Vocês imaginam como eu e o Heide
ficamos; petrificados! Explicamos que éramos passageiros e o oficial até
pediu desculpas; mas só para nós dois, não aliviou o “Luso”.
Ali poderia ter acontecido uma tragédia.
Se o motorista não parasse?
Os soldados podiam metralhar o carro e eu e o Heide ainda seríamos
acusados de ser terroristas pelo Coronel Erasmo Dias. Talvez até
plantassem uma armas no carro para provar isso.
Na verdade, só
pensei nessa hipótese alguns anos depois, quando tomei ciência exata do
que era possível acontecer naqueles dias de chumbo.
Ah... eu não sujei as calças..
O efeito maior foi psicológico; anos depois, quando já tinha carta e
carro, evitava de todas as maneiras passar na frente do quartel na
Abílio Soares.
Na foto: meu fim podia ser como o de Marighella! Ninguem ia acreditar que eu não sabia o que era ALN, aparelho, etc.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Estória ou história - “Meu caixa-eletronico dos anos 70”
No final dos anos 70 não existiam caixas eletrônicos.
Você tinha que sacar dinheiro no banco durante o expediente ou usava
cheque (em alguns lugares não era possível), ou ainda recorria a um
amigo.
Eu tinha um a quem recorria quando precisava de uma graninha
para uma esticada noturna em Sampa; para a ida a um cinema ou a um dos
estabelecimentos altamente freqüentados pelos Paulistanos na Rodovia
Raposo Tavares.
Sempre que a coisa ficava apertada, ia até a Rua
Oscar Freire, parava meu carro na frente do Frevo e “tirava” uma grana
no meu caixa eletrônico, o garçom “Zagallo”, que metia a mão no bolso,
tirava uma ou duas notas do que hoje seriam uns cem Reais, e me
emprestava. No dia seguinte eu ia lá e repunha o valor no meu “banco”
particular.
O Zagallo também me
salvava principalmente quando estava sem dinheiro e queria jantar com
uma “mina”. Tinha um sinal pré-estabelecido que significava um
“pendura”.
Quando acabava de jantar eu pedia a conta, levantava como
se fosse pagar no caixa e ele guardava a dolorosa no bolso do seu
paletó.
Grandes lembranças!
O Zagallo ainda fazia eu passar uma
vergonha quando chegava lá, normalmente acompanhado, e com uma fila
enorme ele me dava a maior bronca:
“Caramba, sua mesa está reserva há mais de uma hora e você não chega no horário. Assim você atrapalha meu serviço!”
Que nada, eu não tinha reserva alguma. Era uma maneira dele me passar
na frente. Muitos que estavam na fila, ainda davam risada da bronca que
eu levava...
Nessa época ia ao Frevo quase que diariamente. Em
algumas ocasiões mais de uma vez por dia; era lá que a turma se
encontrava depois dos solteiros darem um “role” e os “namorandos”
passavam depois de fazer a “lição de casa”.
O Zagallo nos deixou prematuramente no inicio dos anos 80, mas as lembranças ficam até hoje.
Na foto: o Frevo da Oscar. A mesma decoração de quando comecei a frequentar, ainda criaça...
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Parabéns
Hoje meu pai completa 87 anos de vida.
Apesar de alguns probleminhas da idade continua firme e com a cabeça muito boa. Inclusive lembrando todas as histórias que viveu como eu descrevo: "Do rádio galena ao computador!"
Imagine uma pessoa que viu a invenção do rádio, a primeira transmissão de TV em São Paulo, TV colorida, telex, fax, avião, avião a jato, homem na lua e hoje até mexe no seu PC.
Saiu pequeno da cidade de Casa Branca, onde nasceu, e foi morar num sítio perto de Campinas. Foi proprietário de fábrica de louças, em Pedreira, sócio num posto, em São Paulo, Jornalista, Professor, entre outras empreitadas.
Em 1946 conseguiu um emprego numa escola em São Paulo. Dez anos depois, era sócio-proprietário do estabelecimento e em mais dez anos, fez dela uma das maiores de São Paulo.
Teve ótimas idéias, e também permitiu que seus parceiros realizassem as suas, como foi o caso do CEL-LEP, idealizado pelo Professor Walter, mas que sem o total apoio dele, o projeto poderia ficar no papel.
Quando deixou a escola, implantou na sua fazenda, a Duas Marias, um dos primeiros condomínios fechados do Brasil; hoje uma realidade.
Parabéns!
Com muito orgulho e agradecimento deste filho!
Um beijo
Silvio ou "Silvinho"
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